BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O DESCALABRO E A VERGONHA NO ENSINO EM PORTUGAL JÁ É NOTÍCIA EM FRANÇA - CORRE O MUNDO !!

Foi publicado no «Classes en Lutte», jornal dos trabalhadores da educação da Confédération Nationale du Travail (CNT-F) http://www.cnt-f.org/fte/article.php3?id_article=2289

LUTTES AU PORTUGAL

Au Portugal, ces trois dernières années, le gouvernement Sócrates (PS), et la ministre de l'éducation, Maria de Lurdes Rodrigues, ont lancé plusieurs offensives contre l'école publique.

Les réformes ont provoqué une dégradation sans précédent de l'enseignement, et créé un profond mal-être chez les professeurs . Le 8 mars 2008, 100 000 enseignants (un sur trois) vêtus de noir en signe de deuil ont défilé dans les rues de Lisbonne. Ce fut le plus grand mouvement de protestation des enseignants qui ait jamais eu lieu au Portugal.

Cette manifestation a été le point culminant de semaines de lutte et de contestation nées au sein même des écoles contre les nouvelles modalités d'évaluation des enseignants, unanimement rejetées à cause de leur contenu irrationel et de leurs objectifs purement économiques.
Ces modalités d'évaluation découlent du Statut de Carrière des enseignants, que le gouvernement a imposé contre la volonté des professeurs et qui a donné lieu a une énorme contestation.

Les centaines de rassemblements, manifestations, et "vigílias" qui ont précédé la mega-manifestation furent très souvent conduites par des groupes de professeurs qui s'étaient organisés à l'intérieur des établissements. Beaucoup de rendez-vous ont circulé anonymement par sms ou par internet. Ces mouvements de contestation de la base, nés en dehors des structures syndicales enseignantes, ont mis la pression sur les syndicats de professeurs.

Ce mécontentement est la réponse naturelle à des années de réformes économiques qui ont gravement mis en cause la qualité du travail enseignant, et qui ont contribué à la dégradation de l'école publique au Portugal. Ces réformes ont mené à la fermeture de nombreuses écoles, ont modifié la nature des programmes et ont réduit la participation des enseignants aux instances dirigeantes des établissements.
L'enseignement spécialisé et l'enseignement artistique ont également subi de graves attaques, qui ont sérieusement mis à mal les principes de l'école pour tous ("inclusive"). Le plan qui est en marche vise au désengagement progressif de l'État du secteur éducatif pour le transférer aux municipalités et ouvrir ainsi la porte à une future privatisation de l'enseignement.
Ce plan, qui a débuté par la remise aux collectivités locales de la gestion du parc scolaire, pour ensuite être éventuellement confiée a l'Eglise, menace maintenant d'être étendu aux travailleurs non-enseignants ainsi qu'aux professeurs eux-mêmes qui courent le risque de changer de ministère de tutelle et de perdre leurs droits . Un récent projet de loi ouvre la porte au passage des professeurs sous la dépendance des municipalités. (1)

Au Portugal le réseau public d'enseignement aurait perdu entre 16 et 23 000 enseignants ces trois dernières années.(2)
Ces réductions ne sont pas causées par la diminution du nombre d'élèves, comme le gouvernement a voulu le faire croire, mais plutôt à la fermeture d'écoles et à l'augmentation des horaires de travail.

Le Plan de fermetures d'écoles mis en place dès l'entrée en fonctions du gouvernement Sócrates prévoyait de fermer environ 4000 écoles primaires jusqu'au terme de la législature en 2009 (3). Rien qu'au début de l'année scolaire 2006/2007, 1500 écoles ont été fermées, la fermeture de 900 écoles supplémentaires étant prévue pour l'année suivante. Ces fermetures touchent surtout les zones de l'intérieur nord et du centre du Portugal, déjà largement désertifiées et elles vont naturellement accentuer cette tendance.
Les élèves des écoles primaires fermées sont aujourd'hui obligés de rester la journée entière loin de leur domicile et perdent de longues heures dans les transports. Le réseau de transports scolaires, dépendant des municipalités, fonctionne avec de graves déficiences. Des enfants très jeunes sont ainsi obligés d'utiliser les transports publics sans que la surveillance adéquate ne soit garantie, ce qui a déjà provoqué des morts.(4)

L'enseignement spécialisé (pour handicapés) est un autre secteur qui a subi des assauts qui ont mis en danger les principes de l'école « inclusive ». La disparition des Équipes de l'Éducation Spécialisée et de leurs coordinations régionales a laissé les enseignants du secteur solés dans les écoles. Le gouvernement a imposé un plan de restructuration qui prévoit uniquement un soutien aux handicapés (déficients), laissant de côté des milliers d'élèves dyslexiques, hyperactifs et ayant des problèmes de comportement et d'apprentissage.
Ceux-ci courent le risque de se perdre et d'être envoyés dans les "circuits alternatifs" perdant ainsi toute possibilité de progresser a l'intérieur du système éducatif.(5)(6)

L'enseignement artistique, qui était déjà le parent pauvre, n'a pas non plus été épargné par les réformes. À l'école primaire, il a même été retiré du programme obligatoire tout comme l'éducation physique.
Ces activités sont maintenant inclues dans les "prolongement d'horaires" et laissées à des moniteurs sans qualification apropriée , engagés sous contract précaire et mal payés par les municipalités(7).

Le système éducatif Portugais se trouve donc dans une situation réellement préoccupante.
Le profond mal-être causé par les réformes du gouvernement actuel et menées à bien par la ministre Maria de Lurdes Rodrigues lui font pleinement mériter son surnom de "Sinistre Ministre".

domingo, 23 de novembro de 2008

NA LUTA PELA LIBERTAÇÃO DA EDUCAÇÃO E DA ESCOLA PÚBLICA

EU VOU LÁ ESTAR

ENXOVALHOU-NOS E ESPEZINHOU-NOS ... ESTÁVA À ESPERA DE QUÊ?

Num ministério, dito da Educação, cada vez mais cadavérico, a senhora ministra da educação já não é ministra de NADA, apenas procura a sua sobrevivência agarrada às tais 2 folhinhas da avaliação que no dia seguinte disse serem desajustadas e excessivas.

MAS QUE CRÉDITO PODE TER UMA MINISTRA DESTAS?

NENHUM!!!!

NUNCA gostou de nós, ...

nós TAMBÉM NÃO GOSTAMOS DELA.

A SORTE DA MINISTRA É NÃO SER AVALIADA

Como empregada de uma empresa, já teria sido substituida!!

Como administradora de uma empresa, já a teria levado à falência!!

Coitada da Educação em Portugal

Coitada da Escola Pública.

MANIFESTAÇÃO A PROPÓSITO DAS RECENTES GEMADAS

Que me deixou a pensar é que ...

- Quando numa semana, segundo a ministra, as escolas estão a funcionar com toda a normalidade e no dia seguinte saem 120.000 professores à rua;

- Quando numa semana, segundo a ministra, 120.000 professores estão na rua a chantagear ... "os outros" professores e na semana seguinte a ministra vai ao parlamento pedir desculpa aos 120.000 professores;

- Quando numa semana, segundo a ministra, o Estatuto do Aluno é para bem da Escola Pública e na semana seguinte, a um domingo, publica um DESPACHO para "clarificar" uma LEI (se era para "clarificar", bastava uma circular) - conhecido pelo despacho da gemada - responsabilizando os professores por não saberem ler o que está no Diário da República;

- Quando numa semana, segundo a ministra, as grelhas de avaliação são apenas DUAS e de fácil preenchimento e na semana seguinte reúne o Conselho de Ministro e ela vem dizer que as grelhas são burocráticas, excessivas e mal elaboradas ...

Bom ... só posso mesmo é pensar que o grande defeito que encontro nos ovos, é eles serem excessivamente moles

Que me desculpem as galinhas !!!!!! ...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A GRANDE EVASÃO


'Quem pode, foge. Muitos sujeitam-se a perder 40% do vencimento. Fogem para a liberdade. Deixam para trás a loucura e o inferno em que se transformaram as escolas. Em algumas escolas, os conselhos executivos ficaram reduzidos a uma pessoa. Há escolas em que se reformaram antecipadamente o PCE e o vice-presidente. Outras em que já não há docentes para leccionar nos CEFs. Nos grupos de recrutamento de Educação Tecnológica, a debandada tem sido geral, havendo já enormes dificuldades em conseguir substitutos nas cíclicas. O mesmo acontece com o grupo de recrutamento de Contabilidade e Economia.

Há centenas de professores de Contabilidade e de Economia que optaram por reformas antecipadas, com penalizações de 40% porque preferem ir trabalhar como profissionais liberais ou em empresas de consultadoria. Só não sai quem não pode. Ou porque não consegue suportar os cortes no vencimento ou porque não tem a idade mínima exigida. Conheço pessoalmente dois professores do ensino secundário, com doutoramento, que optaram pela reforma antecipada com penalizações de 30% e 35%. Um deles, com 53 anos de idade e 33 anos de serviço, no 10º escalão, saiu com uma reforma de 1500 euros. O outro, com 58 anos de idade e 35 anos de serviço saiu com 1900 euros.

E por que razão saíram?

Não aguentam mais a humilhação de serem avaliados por colegas mais novos e com menos habilitações académicas. Não aguentam a quantidade de papelada, reuniões e burocracia. Não conseguem dispor de tempo para ensinar. Fogem porque não aceitam o novo paradigma de escola e professor e não aceitam ser prestadores de cuidados sociais e funcionários administrativos.'

Se não ficasse na história da educação em Portugal como autora do lamentável 'pastiche' de Woody Allen 'Para acabar de vez com o ensino', a actual ministra teria lugar garantido aí e no Guinness por ter causado a maior debandada de que há memória de professores das escolas portuguesas.

Centenas de professores estão a pedir todos os meses a passagem à reforma, mesmo com enormes penalizações salariais, e esse número tem vindo a mais que duplicar de ano para ano.Os professores falam de 'desmotivação', de 'frustração', de 'saturação', de 'desconsideração cada vez maior relativamente à profissão', de 'se sentirem a mais' em escolas de cujo léxico desapareceram, como do próprio Estatuto da Carreira Docente, palavras como ensinar e aprender. Algo, convenhamos, um pouco diferente da 'escola de sucesso', do 'passa agora de ano e paga depois', dos milagres estatísticos e dos passarinhos a chilrear sobre que discorrem a ministra e os secretários de Estado sr. Feliz e sr. Contente.

Que futuro é possível esperar de uma escola (e de um país) onde os professores se sentem a mais?'

Manuel António Pina

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

MOÇÃO DE SUSPENSÃO DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE PROFESSORES

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. JAIME MAGALHÃES LIMA, EM ESGUEIRA-AVEIRO, SUSPENDE A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Adaptando o texto da Escola Secundária José Falcão, de Coimbra, e acrescentando outras razões que entendemos necessárias nos nossos argumentos, os professores desta escola de Aveiro, reunidos em Assembleia Geral, decidiram com 3 votos contra, SUSPENDER, desde o dia de hoje, 19 de Novembro, a avaliação de Desempenho com este modelo imposto pelo ME.

Exma. Senhora Ministra da Educação

Com conhecimento a

Sua Excelência o Sr. Presidente da República
Sua Excelência o Sr. Primeiro-Ministro
Sua Excelência o Sr. Presidente da Assembleia da República
Sua Excelência a Sr.ª Directora Regional de Educação do Centro
Sua Excelência o Sr. Provedor de Justiça
O Conselho Científico para a Avaliação de Professores
O Conselho Nacional de Educação
Individualidades ligadas à Educação
Sindicatos de Professores
Escolas em geral
Órgãos de Comunicação Social


Assunto: SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE consignado no Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro


Os Professores da Escola Secundária com 3º CEB Drº Jaime Magalhães Lima, enviaram, a Sua Ex.ª a Sr.ª Ministra da Educação uma Moção, em que manifestavam o seu descontentamento relativamente a este modelo de avaliação de desempenho e as dificuldades face à forma burocrática, confusa e injusta que manifesta.

Analisado que foi o referido Decreto Regulamentar, o manifesto distanciamento aos nossos argumentos e a situação desta Escola, e tendo em conta os motivos que se seguem, os professores da Escola Secundária Drº Jaime Magalhães Lima, reunidos em 19 de Novembro de 2008, vêem-se obrigados a suspender a avaliação de desempenho docente decorrente do consignado no Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, até que sejam resolvidos os problemas inerentes ao normativo, que se enunciam de seguida.

1.º Os professores não podem ser avaliados tendo por referência «a redução do abandono escolar» (ponto 2, alínea b), do artigo 9.º do DR n.º 2/2008), pois, não sendo essa redução directamente proporcional aos esforços envidados pelos docentes, antes dependendo de uma miríade de variáveis por estes não controláveis, não podem, legitimamente, os profissionais ficar dependentes de opções dos alunos ou dos seus pais para as quais só concorrem indirectamente.

2.º Os professores não podem ser avaliados pelos seus pares (artigo 12.º do DR n.º 2/2008), pois os professores avaliados podem sempre invocar os artigos 44.º, 48.º e 51.º do Código do Procedimento Administrativo, sendo inviabilizada a avaliação feita.

3.º A existência de quotas («percentagens máximas») de atribuição de Excelentes e de Muito Bons diferentes de escola para escola (artigo 46.º, ponto 3, do Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro; artigo 21.º, ponto 4, do DR n.º 2/2008 e Despacho n.º 20131/2008, de 30/7) fere o disposto no referido artigo 59.º da CRP, pois, ao estabelecerem-se quotas diferentes de escola para escola, a mesma «qualidade» de um docente tem oportunidades diferentes de ser reconhecida oficialmente, criando-se, assim, a discriminação que fere o artigo invocado. Ou seja, a prévia condicionalidade determinada pela fixação de quotas diferenciadas para as várias escolas impede que o resultado salarial seja determinado, exclusivamente, pela qualidade do exercício responsável da profissão.

4.º A distribuição de quotas por «universos de docentes» (ponto 6 do Despacho n.º 20131/2008, de 30 de Julho) também fere o disposto no referido artigo 59.º da CRP, pois o facto de um professor pertencer a um universo de docentes com maior ou menor número de membros faz com que tenha diferentes oportunidades de obter a almejada classificação, criando-se, assim, a discriminação que fere o artigo invocado.

5.º A avaliação de professores que estão no topo da carreira, muitos deles a menos de quatro anos do limite para atingir normalmente a idade da aposentação, não se justifica, dado a avaliação ter essencialmente como consequência a progressão na carreira (artigos 37.º, 41.º e 48.º do Decreto-Lei n.º 17/2007, de 19 de Janeiro). O professor que está no topo da carreira não progride. Em contrapartida, existe um acréscimo de constrangimentos e de consequências negativas na escola: as dificuldades na compatibilização de horários de professores avaliadores e avaliados e de alunos; as centenas de horas gastas numa escola média para avaliar professores que já têm toda uma estrutura de ensino e de intervenção consolidada; a sobrecarga de funções e de actividades; a ausência de eficácia desta avaliação, pois o natural é que um professor em final de carreira tenha uma boa avaliação, já que passou toda uma vida a planificar e a dar aulas. De referir, ainda, que, como os efeitos da avaliação só se verificam no final de quatro anos (artigos 5.º, 48.º e 63.º do referido DL n.º 17/2007), é totalmente ineficaz e inconsequente a aplicação desta norma aos professores que estão a menos de quatro anos do limite para atingir a idade da aposentação.

6.º A complexidade e a burocratização do processo têm reflexos negativos na vida das escolas, nos professores e, naturalmente, no ensino, e levam a que o professor despenda mais do que as 35 horas de trabalho semanais legais, afrontando o consignado no artigo 59.º, ponto 1, alíneas b) e d) da referida CRP[1].
Lembramos aqui que um professor, além do tempo de leccionação, tem, no mínimo, de preparar as aulas (estudando a matéria e concebendo e produzindo materiais), conceber e produzir instrumentos de registo de dados, preenchê-los no final de cada aula, conceber e produzir diversas provas de avaliação (vulgarmente chamados testes) e corrigi-las, tem de participar em reuniões de Departamento, em reuniões de Conselho de Turma, em reuniões de Conselho de Directores de Turma, em reuniões de Conselho Pedagógico (se pertencer a este órgão), em actividades promovidas pelo seu grupo disciplinar. De referir, por exemplo, que cada prova de avaliação de Português de 12.º ano leva sensivelmente uma hora a ser corrigida. Se multiplicarmos isso por 25 alunos e por um mínimo de três turmas, temos 75 horas só para corrigir uma prova que tem de ser devolvida aos alunos num prazo máximo de três semanas. Isto tudo acontecia antes da aplicação deste modelo de avaliação do desempenho docente: agora, com tudo o que dele decorre (fichas, registos, aulas assistidas, portfólios, reflexões, reuniões), está-se a exigir ao professor mais tempo de trabalho semanal do que o estipulado por lei, ferindo, assim, o consignado na lei fundamental.

[1] «Todos os trabalhadores (...) têm direito: b) A organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da actividade profissional com a vida familiar; d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao descanso semanal e a férias periódicas pagas».

7.º A heterogeneidade de procedimentos na avaliação de escola para escola (artigo 6.º, pontos 1 e 2 do DR n.º 2/2008: «instrumentos de registo normalizados de toda a informação relevante para efeitos da avaliação do desempenho (...) elaborados e aprovados pelo Conselho Pedagógico de cada escola»), está a abrir-se a porta para a desigualdade de avaliação dos professores de escola para escola. Ou seja, está a abrir-se a porta para a injustiça e, novamente, a afrontar-se a lei fundamental (nos referidos artigos 13.º e 59.º).

Dificuldade de interpretação do ponto1 do artigo 9º, do referido decreto-lei que diz o seguinte:”— Os objectivos individuais são fixados, por acordo entre o avaliado e os avaliadores, através da apresentação de uma proposta do avaliado no início do período em avaliação, redigida de forma clara e rigorosa, de modo a aferir o contributo do docente para a concretização dos objectivos constantes da alínea a)do artigo anterior.” Ora, alguns docentes estão a receber da DGRHE a informação sobre uma aplicação informática onde irão definir os seus objectivos individuais. Perguntamos: quem faz afinal a apresentação dos objectivos individuais ao avaliador é o avaliado ou é a DGRHE?

Aos problemas enunciados, acresce ainda algumas razões que consideramos incoerentes e que apenas confundem mais os propósitos da justeza de uma avaliação que deve procurar primar pela coerência e sentido de justiça que falta, em absoluto, a este modelo:

- A delegação de competências não foi ainda publicada em Diário da República, criando uma situação ilegal e permitindo aos professores nestas condições recusarem o exercício de funções até à publicação da sua nomeação.
Na escola, há avaliadores que não exercerão qualquer acto de avaliação para que não estejam legalmente mandatados.

- Os coordenadores de departamento (mega-avaliadores) vão avaliar, no Domínio A, itens que envolvem observações ao nível da “correcção científica”, para que não têm formação adequada.
No Departamento de Línguas a coordenadora, com formação em Português-Francês, vai avaliar professores de Inglês, Espanhol e Expressão Dramática.
No Departamento de Expressões a coordenadora, com formação em Educação Física, vai avaliar professores de Artes Visuais, Educação Tecnológica, …

- O pré-requisito de formação prévia de avaliadores só parcialmente foi concretizado.
O Centro de Formação responsável pela execução da formação informou a escola da não realização e/ou conclusão das acções previstas, porque o formador tinha já esgotado as horas de formação que a lei permite.
Na escola há avaliadores incluídos nestas acções.
Decorrente da mesma dificuldade, fica inviabilizada a prevista formação de todos os professores.

- Aos avaliadores a quem foi delegada a competência para avaliação do desempenho não é dada a mesma oportunidade de acesso à classificação de Excelente.
Por não serem um número mínimo de 20 avaliadores a quota não lhes permite ter qualquer Excelente.

- A incompatibilidade de horários entre avaliadores e avaliados obriga os avaliadores a faltar às suas aulas para poderem observar as aulas dos avaliados.
Sempre que a incompatibilidade de horários venha a ocorrer, os avaliadores já manifestaram a intenção de não faltarem às suas aulas, uma vez que, se o fizessem, ficariam penalizados na sua própria avaliação (pelo não cumprimento total do serviço lectivo distribuído e o eventual efeito da sua substituição nos resultados dos seus alunos).

- A sobrecarga de horas de trabalho para os avaliadores e dificuldade de calendarização das observações de aula.
O calendário de observação de aulas recai maioritariamente sobre o 2º período lectivo, originando uma sobrecarga de trabalho para os avaliadores, calculada em cerca de 33 horas por avaliador.

- Desvio dos professores dos principais objectivos e funções.
O número de horas requerido na organização do processo de avaliação e os itens em observação desviam os professores da principal tarefa de trabalho na escola com os seus alunos.

Pelo exposto, os professores da Escola Secundária Drº Jaime Magalhães Lima vêem-se obrigados a suspender a avaliação de desempenho docente decorrente do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro até que as questões apresentadas sejam esclarecidas.

Este texto foi aprovado em Reunião Geral de Professores, no dia 19 de Novembro de 2008.

Docentes: (3 votos CONTRA)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

SÓCRATES: "A LEI, É PARA SER CUMPRIDA POR TODOS, NEM EU ESTOU ACIMA DA LEI"

"A lei é para ser cumprida por todos. NEM EU estou acima da lei..."

- Sócrates fuma no avião CONTRARIANDO a lei e nem sequer paga a multa. Passados uns meses diz que não sabe ONDE nem COMO pagar. A lei, não é para ser cumprida por todos?

O seu amigo da ASAE fumou no Casino e NADA lhe aconteceu. PAGOU A MULTA? Eu ainda não vi nada, não sei, mas pelo andar da carruagem, DUVIDO! A lei não é para ser cumprida por todos?

- O Ministério da Educação, este domingo, assinou pela mão da Ministra o chamado "Despacho da Gemada" com o objectivo de alterar uma lei, a lei do "Estatuto do Aluno". Isto o que é? Não é ir contra a Lei? Desde quando um despacho pode alterar uma lei? A lei, não é para ser cumprida por todos?

- O Ministério das Finanças, sorrateiramente, incluiu na denominada "Lei do Orçamento" um efeito retroactivo para a Delegação de Competências para os avaliadores. E isto? Não é ir contra a Lei? Efeitos rectroactivos? Desde quando isto é possível? A lei, não é para ser cumprida por todos?

Enfim ...

Ah ... já agora, ia-me esquecendo, gostaria de ver MUITO MELHOR esclarecido todo o processo académico do sr. José Sócrates para que não restem dúvidas que não houve nada que fosse contra a lei. E já agora, aquele processo das assinaturas em duplicado na Assembleia da República que parece ter sido rasurado (ainda não se percebe muito bem o que aconteceu porque NUNCA FOI BEM EXPLICADO). E se ainda houver tempo, também gostaria de perceber melhor aquele processo das assinaturas para os projectos das casas (algumas até em cima de currais) que também ainda não percebi muito bem.

Não, não vou falar da Sovenco! Já chega.

Gostava muito de saber se, em tudo isto, também não há alguma coisa contra a lei. PORQUÊ? Porque a lei é para ser cumprida por TODOS!!

FINANCIAL TIMES ELEGE TEIXEIRA DOS SANTOS COMO O PIOR MINISTRO


Teixeira dos Santos foi considerado o pior ministro das Finanças pelo Jornal Financial Times, que avaliou o desempenho dos responsáveis das Finanças de 19 países da União Europeia. O melhor ministro foi o da Finlândia.
O Financial Times teve em conta os indicadores económicos de cada país e a opinião de um painel de especialistas.
Ao ministro português foi atribuída a pior «performance» política, revelando um fraco perfil a nível europeu.
Teixeira dos Santos está também entre os ministros europeus com o pior desempenho a nível macroeconómico, ainda assim melhor do que os ministros espanhol e britânico.
Apenas na apreciação relativa à estabilidade é que Teixeira dos Santos consegue uma posição melhor - a 11ª entre os 19 países deste ranking.
O melhor ministro das Finanças é o da Finlândia que ganhou pontos graças à estabilidade do sistema financeiro e ao equilíbrio orçamental.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ESTATUTO DO ALUNO: A MENTIRA DO DESPACHO OU O DESPACHO DA MENTIRA?

Esta é a "istória" de uma verdadeira cambalhota de um reles despacho que procura dizer que a Lei não diz aquilo que ele (despacho) gostaria que ela (a Lei) dissesse.
Mais uma VERGONHA de quem JÁ não sabe o que fazer e muito menos o que dizer.
UMA VERGONHA!

Se a Ministra queria CLARIFICAR, enviava uma CIRCULAR ... NUNCA um despacho.

Se enviou um Despacho, é porque pretendia alterar o que lá estava VERDADEIRAMENTE escrito. Lamentavelmente, ela é que não sabe ler, não são os 150.000 professores. São atitudes destas de MÁ FÉ que nos enfurecem. Este ME é MENTIROSO. Tem a quem sair!!
Despacho
Considerando que a adaptação dos regulamentos internos das escolas ao disposto no Estatuto do Aluno nem sempre respeitou o espírito da Lei, permitindo dúvidas nos alunos e nos pais acerca das consequências das faltas justificadas designadamente por doença ou outros motivos similares
Considerando que
o regime de faltas estabelecido no Estatuto visa sobretudo criar condições para que os alunos recuperem eventuais défices de aprendizagem decorrentes das ausências à escola nos casos justificados.

Tendo em vista clarificar os termos de aplicação do disposto no Estatuto do Aluno, determino o seguinte:
1 – Das faltas justificadas, designadamente por doença, não pode decorrer a aplicação de qualquer medida disciplinar correctiva ou sancionatória.
2 – A prova de recuperação a aplicar na sequência de faltas justificadas tem como objectivo exclusivamente diagnosticar as necessidades de apoio tendo em vista a recuperação de eventual défice das aprendizagens.
3 – Assim sendo, a prova de recuperação não pode ter a natureza de um exame, devendo ter um formato e um procedimento simplificado, podendo ter a forma escrita ou oral, prática ou de entrevista.
4 – A prova referida é da exclusiva responsabilidade do professor titular de turma, no primeiro ciclo, ou do professor que lecciona a disciplina em causa, nos restantes ciclos e níveis de ensino.
5 – Da prova de recuperação realizada na sequência das três semanas de faltas justificadas não pode decorrer a retenção, exclusão ou qualquer outra penalização para o aluno, apenas medidas de apoio ao estudo e à recuperação das aprendizagens, sem prejuízo da restante avaliação.
6 – As escolas devem adaptar de imediato os seus regulamentos internos ao disposto no presente despacho, competindo às Direcções Regionais de Educação a verificação deste procedimento.
7 – O presente despacho produz efeitos a partir do dia seguinte à data da sua assinatura.
Lisboa, 16 de Novembro de 2008
A Ministra da Educação
Maria de Lurdes Rodrigues
São coisas como esta que me revoltam completamente e em nada contribuem para melhorar o clima que a ministra da educação criou. Se há coisas que nos ferem até à alma, especialmente a mim, é a injustiça.
Esta forma pouco airosa, eu diria mesmo velhaca, que a ministra encontrou para TENTAR sair por cima de uma teia que ela própria criou e à qual se envolveu, faz ainda aumentar mais este sentido de INJUSTIÇA e de MENTIRA a que infelizmente nos vamos habituando, venham eles do primeiro ministro, da ministra da educação ou de outro qualquer ministro deste governo que partilha a mesma cartilha com os seus pares.

De facto, basta ler a Lei 3/2008 de 18 de Janeiro para se perceber o quanto de MENTIROSO tem este despacho da senhora ministra. Basta ver, os pontos 1 e 2 do artigo 22º:

Artigo 21.º (Diário da República, 1.ª série — N.º 13 — 18 de Janeiro de 2008)
Excesso grave de faltas
1 — Quando for atingido o número de faltas correspondente a duas semanas no 1.º ciclo do ensino básico, ou ao dobro do número de tempos lectivos semanais, por disciplina, nos outros ciclos ou níveis de ensino, os pais ou o encarregado de educação ou, quando maior de idade, o aluno, são convocados à escola, pelo meio mais expedito, pelo director de turma ou pelo professor titular de turma, com o objectivo de os alertar para as consequências do excesso grave de faltas e de se encontrar uma solução que permita garantir o cumprimento efectivo do dever de frequência, bem como o necessário aproveitamento escolar.

Artigo 22.º
Efeitos das faltas
1 — Verificada a existência de faltas dos alunos, a escola pode promover a aplicação da medida ou medidas correctivas previstas no artigo 26.º que se mostrem adequadas, considerando igualmente o que estiver contemplado no regulamento interno.
2 — Sempre que um aluno, independentemente da natureza das faltas, atinja um número total de faltas correspondente a três semanas no 1.º ciclo do ensino básico, ou ao triplo de tempos lectivos semanais, por disciplina, nos 2.º e 3.º ciclos no ensino básico, no ensino secundário e no ensino recorrente, ou, tratando -se, exclusivamente, de faltas injustificadas, duas semanas no 1.º ciclo do ensino básico ou o dobro de tempos lectivos semanais, por disciplina, nos restantes ciclos e níveis de ensino, deve realizar, logo que avaliados os efeitos da aplicação das medidas correctivas referidas no número anterior, uma prova de recuperação, na disciplina ou disciplinas em que ultrapassou aquele limite, competindo ao conselho pedagógico fixar os termos dessa realização.

Como se pode verificar, não se trata de qualquer CLARIFICAÇÃO a algumas escolas da forma como estava a ser implementado o Estatuto do Aluno.
Trata-se, SIM, de uma VERDADEIRA ALTERAÇÃO a uma LEI, feita por um mero despacho domingueiro de uma ministra apressada em dar um "ar da sua graça aos alunos" para ver se punha um ponto final nas manifestações dos alunos.
Agora ... o que está mesmo por explicar, é como um despacho pode ALTERAR uma LEI.
Eu acho que nem no Zimbabwe ... só mesmo em Portugal, NESTE Ministério da Educação.

CINISMO E MENTIRAS

Santana Castilho
Professor do ensino superior
in: Público, 13.11.2008

É grosseiramente falso afirmar que tudo o que os professores têm a fazer é preencher duas simples folhas
À impressionante manifestação dos professores, alguns protagonistas reagiram com cinismo e mentiras, com o óbvio intuito de confundir o cidadão comum. O que se segue desmonta algumas dessas atoardas e vai caucionado pela minha disponibilidade para me sujeitar ao contraditório de quem viso, com tempo e espaço para esgrimir documentos e provas.

1. O primeiro-ministro e a ministra da Educação tomaram uma insensata posição de força, esgrimindo a necessidade de cumprir a lei e dando a entender que não poderão negociar com os sindicatos que, segundo eles, não honraram o memorando de entendimento. É confrangedor ver o primeiro-ministro, que diz uma coisa e faz outra constantemente, envergar vestes de virgem para apontar o dedo aos sindicatos que, afinal e até agora, ainda não denunciaram o tal acordo. Como é curioso ver uma ministra, relapsa desrespeitadora da lei, com decisões repetidas vezes derrogadas em tribunal e censurada até pelo provedor de Justiça, vir agora acobertar-se sob o mesmo diáfano manto. Para cúmulo, na matéria em apreço, a avaliação do desempenho e o memorando, quem começou bem cedo a cilindrar uma e outro, não os cumprindo, tem nome: Ministério da Educação.

2. A ministra da Educação falta à verdade quando diz que os sindicatos não apresentaram reparos nem soluções. Quer em sede de comissão paritária, quer a ela própria, foram, nesse sentido, entregues documentos e levantados problemas.

3. Contrariamente ao que foi escrito na imprensa, este Governo não foi democraticamente eleito. A legitimidade do Governo, conferida pela escolha democrática do partido que propôs o primeiro-ministro, que escolheu e propôs, por sua vez, os restantes ministros, é coisa diversa. Maria de Lurdes Rodrigues não foi eleita. Foi escolhida por Sócrates. E mesmo que tivesse sido eleita, que não foi, não se tornaria por isso dona da educação do país. Não pode ofender 120.000 professores que, assim o disse, pactuariam com movimentos chantagistas, que visam minar o ambiente das escolas. Reagir assim ao que aconteceu no sábado é tique de ditadora. Urge que alguém lhe lembre que há limites para a tolerância no combate político.

4. É grosseiramente falso afirmar que tudo o que os professores têm a fazer é preencher duas simples folhas. Só o cinismo inaceitável e a inimputabilidade tantas vezes conseguida permitem falar assim. São dezenas de folhas como produto final e muitas dezenas, quando não centenas, de instrumentos preparatórios, até lá chegar. Só o portfólio a que os professores são obrigados, quantas folhas terá? E quantas se produzem a redigir actas de reuniões sem fim, de grelhas loucas, de milhentos órgãos e conselhos paridos por mentalidades tayloristas e doentias?

5. A avaliação do desempenho, agora em foco, é, tão-só, parte do problema.

O problema é a série enorme de políticas erradas e respectivos suportes legais que têm escravizado os professores e tornado irrespirável a atmosfera da escola pública, a saber, entre outras: o estatuto da carreira, que a empobreceu, desfigurou, estrangulou e dividiu em castas; o quadro definidor dos apoios especializados aos alunos, que deixou desumanamente de fora milhares de crianças anteriormente assistidas; a generalização do conceito de escola a tempo inteiro, que sequestra os jovens na escola mais tempo que os pais passam na fábrica, explorando demagogicamente o empobrecimento dos progenitores, obrigados por essa via a entregar os filhos ao Estado; o estatuto do aluno, instrumento dissimulado e pérfido da progressão automática, à custa do esmagamento da dignidade intelectual e profissional dos professores e da hipoteca do futuro dos jovens no altar dos resultados forjados; o quadro legal das habilitações profissionais para a docência, precursor do professor generalista para os primeiros 6 anos do básico e recuperador de conceitos curriculares retrógrados e desintegradores do profissionalismo docente; e o regime de gestão e autonomia das escolas, onde pontifica uma nova bota cardada de Kapos, que escolhem os conselheiros pedagógicos e os coordenadores de departamento, em nome da autonomia que se esmaga.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

OVAÇÃO À MINISTRA

"FOI UM CASO PONTUAL"

Obviamente que não aprovo a atitude dos alunos. Reprovo-a mesmo e acho-a completamente inaceitável

Tal como reprovo a VERGONHOSA insinuação que o Governo faz da manipulação dos alunos por parte dos professores ou dos sindicatos, ainda não percebi bem.

Mas se um aluno com 8 ou 10 anos é capaz de bater a um professor, um aluno com 16, 18 ou 20 anos não é capaz de atirar com ovos? Ora, ora ...

Contudo, pelo desprezo que a ministra constantemente dedicou aos professores, chegando ao ponto de referir sempre que há alguma contestação numa escola, que se trata de um CASO PONTUAL, também agora, com esta "Ovação" à ministra me apetece dizer que se tratou apenas e só de ... um CASO PONTUAL

OS OBJECTIVOS DA MINISTRA

Se há quem comece a cumprir os seus objectivos individuais, é a ministra:
- em 8 de Março ... 100.000 professores
- em 8 de Novembro ... 120.000 professores

É OBRA !!!!!


O MENTIROSO COMPULSIVO

O Poema da "Mente"
Há um primeiro-ministro que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,
Mas que mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
E mente tão nacional/mente,
Que acha que mentindo história afora,
Nos vai enganar eterna/mente.

CAPRICHO E SOBERBA


Cento e vinte mil mil professores na rua não emocionaram o Governo. A ministra e Sócrates afirmaram-se renitentes nas decisões tomadas: é assim que dissemos, é assim que fazemos. Capricho, desdém e alarde não constituem excepção neste Executivo, o qual, sem ser, notoriamente, socialista, também não é carne nem peixe nem arenque vermelho.

Mas 120 mil pessoas indignadas não são a demonstração de uma birra absurda nem a representação inútil de uma frivolidade. A cega teimosia de Sócrates pode, talvez, explicar que não está à altura do seu malogro, mas sim do seu umbigo. Porque de malogro e de narcisismo se trata.

A qualidade de um Governo afere-se pelo grau de comunicabilidade que estabelece com os outros, e pelo sentido ascensional que possui do tempo e do espaço para elevar a vida colectiva. Sócrates esqueceu-se, ou ignora, que o homem é ele e a sua circunstância, como ensinou Ortega. E que num político a circunstância é criada por ele próprio, sem negligenciar os outros.

A verdade é que não conhecemos os seus desígnios criativos, mas sim as variações desafortunadas da sua política. Há tempos, João Lopes, o amigo e o crítico por igual excelente, dizia-me que Portugal tinha falta de compaixão.

A palavra "compaixão" adquiria o sentido de simpatia e compreensão pelo outro. É verdade.

Ausentamo-nos e negamo-nos, escarnecemo-nos e desprezamo-nos, deixámos de nos ouvir uns aos outros; nem transeuntes somos: trespassamo-nos porque dissipámos a consistência e, acaso, a ternura. Com a nossa desmedida indiferença permitimos o nascimento de gente presumidamente detentora da verdade.

A soberba de Sócrates, ante o protesto dos 120 mil, advém, certamente, desse sombrio e feio convencimento. Em Fevereiro de 1947, quando, em França, se preparavam eleições, Camus escreveu, no Combat, um texto que assim começava:

"Os problemas que há dois anos nos excedem vão cair no mesmo
impasse. E, sempre que uma voz livre procurar afirmar, sem pretensões, aquilo que pensa, logo uma matilha de cães de guarda, de todas as cores e feitios, começará a ladrar furiosamente, para abafar o eco dessa voz."

Em consciência, a impassibilidade de José Sócrates e a crispada frieza de Maria de Lurdes Rodrigues podem abafar o eco de 120 mil vozes, que protestam muitas razões de que não é preciso reter senão as mais importantes?

Um Governo que recusa, constantemente, a obrigação de ouvir o outro, admite a possibilidade do direito à desobediência. A rigidez decisória não conduz ao apaziguamento e distancia-se dos verdadeiros interesses, criando rancores e ressentimentos desnecessários e duradouros.

Conversar, escutar, dialogar, debater, por vezes com furor e impaciência, é solução muito mais eficaz do que alimentar uma inconsiderada teimosia, de consequências imprevisíveis.

Baptista-Bastos

Escritor e jornalista b.bastos@netcabo.pt

CARTA ABERTA DO SINDICATO DOS INSPECTORES DA EDUCAÇÃO E DO ENSINO SUPERIOR AO SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO E DA EDUCAÇÃO

Senhor Secretário de Estado

Não pode deixar de nos preocupar – enquanto inspectores da carreira técnica superior de inspecção da educação – a notícia inserta na página 9 do “Público” de hoje, 11 de Novembro, com o título “Governo não avança para já com processos disciplinares a quem recusar avaliação” – a serem autênticas as declarações que a agência “Lusa” lhe atribui, Senhor Secretário de Estado, e que o jornal transcreve.

  • O ministério da Educação não fará nada para aplicar esses processos
    [disciplinares] neste momento
    ”, terá dito o Senhor.

Mesmo que tenha dito apenas isto, é óbvio que o Senhor Secretário de Estado já disse demais. Ao dizê-lo, faz recair sobre os docentes, ao mesmo tempo, uma ameaça e uma chantagem – e infecta com um acriterioso critério de oportunidade um eventual desencadeamento da acção disciplinar. Como se lhes dissesse: «”neste momento” ainda não vos posso apanhar, mas não esperam pela demora…». Por que é que “neste momento” o Ministério não fará nada?… Porque entende que “neste momento” a acção não é oportuna. E pode a tutela reger-se, nesta matéria, por critérios de oportunidade?…

A resposta é: sim, pode. E quais são eles? Bem, as coisas aqui complicam-se, porque a resposta fica eivada de uma fortíssima carga subjectiva, uma vez que, nesta matéria, não estão taxativamente definidos limites que impeçam um elevado grau de discricionariedade. Digamos que, no essencial, mais do que por condicionantes legais, são as condicionantes éticas que devem filtrar a oportunidade do recurso a critérios de oportunidade. E é neste domínio que devem ser apreciadas as suas declarações, Senhor Secretário de Estado.

Mesmo na hipótese de comportamentos de docentes poderem configurar infracção dolosa da lei – nada impede que, por critérios de oportunidade ou outros, se decida não agir disciplinarmente sobre eles, agora ou em qualquer altura. A própria lei consagra essa possibilidade. Mas para tal os critérios têm de ser transparentes e publicitáveis, sob pena de – no caso ora em apreço – a oportunidade servir de biombo ao oportunismo e a discricionariedade servir para esconder a arbitrariedade.

Em rigor, não estando nós dentro da sua cabeça, não sabemos por que é que o Senhor Secretário de Estado entende que este não é “o momento”, mas algo nos diz que este seu juízo de valor se relaciona com o facto de no passado dia 8 terem estado na rua 120.000 professores em protesto contra o Ministério da Educação…

Por outro lado, quando e se “o momento” surgir, quem vai fazer o quê?

Vão os Senhores Presidentes dos Conselhos Executivos, ou os Senhores Directores Regionais da Educação, ou a Senhora Ministra da Educação, instaurar processos disciplinares às centenas ou aos milhares?…

Vamos nós, os Inspectores da Inspecção-Geral da Educação, instruir processos disciplinares às centenas ou aos milhares?…

Isto é: vamos tentar resolver(!) pela via da acção disciplinar problemas que possuem a sua raiz claramente fora dela – correndo o risco de instrumentalizar e governamentalizar a Inspecção, sem honra nem glória para nenhuma das partes implicadas e, no limite, com prejuízos para todas elas? Não se pode pedir aos Inspectores da Inspecção-Geral da Educação que retirem do lume as castanhas que outros lá colocaram. Basta de alimentar fantasmas que Professores e Inspectores, e mesmo algumas tutelas, há muito lutam para que desapareçam, particularmente desde o 25 de Abril de 1974!

O Senhor Secretário de Estado provavelmente desconhece – e para que o conhecesse bastava que lesse Camões – que uma lei não é justa porque é lei, mas porque é justa, e que o que há de mais permanente na lei é a sua permanente mudança, e que mesmo esta já não muda como “soía”, e que, se assim não fosse, o Código do saudoso Hamurabi continuaria em vigor; o Senhor Secretário de Estado, se alguma vez o soube, esqueceu tudo o que leu do sempre presente Henry David Thoreau e da sua “desobediência civil”

O que há de doloroso em tudo isto – e ainda mais num Ministério da Educação – é que, no fundo, estamos confrontados com um problema de cultura, ou de falta dela. Perante isto, os critérios de oportunidade, ou as suas declarações, Senhor Secretário de Estado, ou a potencial instrumentalização e governamentalização da Inspecção – tornam-se, a prazo, questões irrelevantes. Mas temos também a obrigação de, no imediato, sabermos lidar com a circunstância, e de compreendermos a gravidade que ela assume.

Não questionando a legitimidade dos governos no quadro do Estado de direito democrático, a verdade é que, exactamente por esse quadro, as Inspecções da Educação são inspecções do Estado e não do governo, e não podem deixar de funcionar sob o registo de autonomia legalmente consagrado. Citando aquele que foi o primeiro Inspector-Geral (da então Inspecção-Geral do Ensino), “a Inspecção, isto é, cada Inspector, está condenada/o a ser a consciência crítica do sistema”.

Entre nós, Inspectores de todas as inspecções da educação, costumamos dizer que, não raramente, andamos “de mal com os homens por amor d’el-rei e de mal com el-rei por amor dos homens”.

Uma exigência, Senhor Secretário de Estado: os Inspectores da educação querem ser parte da solução, não querem ser parte do problema. O Senhor Secretário de Estado e o Ministério da Educação – o que é que querem?…

Pel’A Direcção do S.I.E.E.

José Calçada(Presidente)

Porto, Novembro, 11, 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

CARTA DA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DA ESCOLA SECUNDÁRIA D. MARIA

Somos Pais e Encarregados de Educação de Alunos da ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO INFANTA D. MARIA, habituados a contar com uma escola organizada, exigente, de clima estável e pacífico, como convém a uma instituição de ensino de referência como esta. Como parte interessada e interveniente no processo educativo, tal como está consagrado no actual modelo de gestão escolar, pretendemos chamar a atenção da tutela, dos agentes sócio-educativos e da sociedade civil em geral para a situação preocupante que se vive nesta Escola e que julgamos não ser caso isolado no panorama nacional.

É com grande preocupação que temos vindo a assistir a situações que podem fazer perder progressivamente os atributos que nos levaram a procurar esta escola como a melhor para os nossos filhos. A grande quantidade de legislação que durante todo o ano passado foi chegando à escola obriga a um esforço enorme de reajustamento, perturbando a organização — o Conselho Executivo ficou totalmente mergulhado na burocracia, enquanto, pelo lado dos professores, o cansaço e a insatisfação, devido às mudanças que não aprovam ou não compreendem, contaminaram o clima geral, ameaçando parâmetros como a exigência. Arriscamo-nos a ter professores mais ocupados com a implementação das novas regras do que com a preparação das aulas e mais absorvidos com o futuro das suas carreiras do que com o futuro dos seus alunos.

Este ano lectivo, o grande número de professores que solicitou a aposentação na Escola Infanta D. Maria, mesmo sujeita a penalizações (20% dos professores da Escola, se contarmos as aposentações que se prevêem até final do ano) acrescido ao daqueles que tem recorrido a atestados médicos por doença — tem deixado muitos alunos sem aulas e tem sobrecarregado desmesuradamente os professores remanescentes com aulas de substituição (durante só uma semana no mês de Outubro deram-se 100 aulas de substituição!). Vemos cansaço prematuro e sinais de desmotivação em professores e alunos com risco para as aprendizagens, grupos disciplinares desfalcados dos seus elementos mais experientes (História perdeu todos os professores do quadro, Físico-Química perdeu 4 num grupo de 9), turmas do 7º ano desde 23 de Setembro até agora sem professor a disciplinas fundamentais como o Português!

Lamentando a perda de um corpo docente experiente e estável, uma das garantias de qualidade desta instituição, indagamos então:

o que levará estes professores, que tanto têm ainda para dar ao sistema, a recorrer à aposentação prematura?


No passado, as aposentações aconteciam espaçadamente e de forma gradual; hoje, antecipam-se e acumulam-se. No passado, as substituições de professores podiam ser solicitadas semanalmente; hoje só podem ser pedidas por ciclos abertos quinzenalmente, o que atrasa visivelmente o processo e prejudica os alunos.

Somos, então, levados a perguntar:

­— será este método de substituição de professores o mais adequado?

Estamos convictos de que certas mudanças eram necessárias, nomeadamente um processo de avaliação de desempenho dos professores, mas aos nossos olhos de Pais e Encarregados de Educação, a perturbação causada por este modelo de avaliação no funcionamento normal da escola prejudica o fundamental que é ensinar e aprender.

— irá este modelo de avaliação contribuir para uma escola melhor?

— não estaremos perante sinais de alerta que apontam para uma escola burocratizada em vez de uma escola de qualidade?

Não queremos perder professores disponíveis para os alunos, capazes de os motivar para a aprendizagem com entusiasmo e exigência, fazendo da qualidade das suas aulas o objectivo fundamental do seu desempenho profissional.

Não queremos ganhar, em vez disso, burocratas que esgotam as energias no preenchimento de tabelas, objectivos e planificações: é que podem passar a ver números no lugar dos rostos dos nossos filhos.

Por tudo isto decidimos que tínhamos que nos fazer ouvir!


Coimbra, 6 de Novembro de 2008
A Associação de Pais e Encarregados de Educação
da Escola Infanta D. Maria

POR QUE SERÁ QUE TODOS SE CONSIDERAM NO DIREITO DE SER PERITOS EM EDUCAÇÃO?

(Será que também eu, já agora! me poderei considerar médica pelo facto de, sempre que estive doente, ter seguido as indicações dos médicos e lido atentamente os folhetos informativos de todos os medicamentos que já me foram prescritos??)

Impressionam-me, sobremaneira, as opiniões de alguns cidadãos pouco esclarecidos que se arvoram em peritos e emitem, à boca cheia, opiniões (chamemos-lhe, no mínimo, "infelizes"(…)!) quando têm um absoluto desconhecimento de causa sobre o que é ser professor. Sou licenciada em ensino e profissionalizada há treze anos. Considero-me (e sou!) uma excelente profissional do ensino, entre dezenas de outros excelentes profissionais na minha escola e entre milhares no país (sim! porque a excelência é a norma e a mediocridade a excepção!), que se tem dedicado de alma e coração à verdadeira MISSÃO que é a nossa profissão.

Na semana passada, tive conhecimento que o namoradinho da minha filha (de vinte anos de idade e com o 12º Ano de escolaridade ) está a auferir cerca de 100 Euros mais do que eu, como vigilante nocturno numa empresa, enquanto aguarda o ingresso no ensino superior. Penso que não preciso acrescentar mais nada quanto aos nossos maravilhosos ordenados!!!

Passemos agora ao quão pouco nós trabalhamos:No meu horário constam 28 tempos semanais que resultam em 24 horas lectivas (sim, porque os intervalos de 10 minutos que dedicamos a tirar fotocópias, a ouvir e aconselhar os nossos alunos e a resolver conflitos entre eles, etc.,etc., não entram na contabilidade do tempo oficial!).

Lecciono turmas de 6º ano e as seguintes disciplinas e áreas: L.P., Inglês, Estudo Acompanhado e Formação Cívica; também tenho a cargo: aulas de ensino individualizado de Inglês a um menino do Ensino Especial; APA de Inglês aos alunos com necessidade de apoio; uma aula de substituição por semana e "A hora do Conto" na Biblioteca Escolar.

Para os colegas seria escusado especificar mas, para os não colegas é necessário esclarecer que cada uma destas actividades exige horas intermináveis de preparação, pesquisa, planificação, produção dos mais diversos materiais que fazemos e pagamos do nosso bolso! (…).Juntemos-lhe (a, pelo menos hora e meia cada, na melhor das hipóteses) as reuniões de: Departamento de Línguas; Subdepartamento de Inglês; Subdepartamento de L.P; Grupo Disciplinar de L.P.(não existente oficialmente mas necessário!); Grupo Disciplinar de Inglês (idem);Directores de Turma; Conselho de Turma de P.C.A.; Conselhos de Turma de início de Ano Lectivo; Conselhos de Turma Intercalares; Conselhos de Turma de final de cada Período Lectivo; R.G.P para informação e esclarecimento de dúvidas (…)São tantas as reuniões… sei que me esqueci de muitas!

Basta que vos diga que, em cada domingo à noite, sem ter saído a lado nenhum a não ser para ir buscar mantimentos, a minha casa está um caos e, ainda assim, nunca consigo concretizar tudo aquilo que tencionava (correcção de testes, de trabalhos individuais e de grupo, de trabalhos de casa, de composições, preparação das aulas, produção de fichas informativas e formativas, elaboração de fichas de avaliação formativa e sumativa…)

E atenção! Eu ainda sou daquelas sortudas que já tem os "rebentos próprios" crescidos, pouco precisando de supervisão e acompanhamento, o que me permite dedicar mais tempo aos "rebentos adoptados" que são todos os meus alunos.Adicionemos, agora o factor Formação Contínua e Avaliação que, bem ou mal, sempre tivemos (contrariamente ao que tem sido divulgado!) e que nos consome entre vinte e cinco a cinquenta horas anuais (oficialmente) e, na realidade, cerca do quádruplo do tempo.

Acrescentemos-lhe, em seguida, as nossas (tão cobiçadas por todos) FÉRIAS, no decorrer das quais, enquanto as crianças estão ausentes das escolas, nós fazemos reuniões de avaliação, elaboramos pautas, fazemos relatórios, produzimos grelhas para Avaliação Interna, Externa… para estatística disto e daquilo…fazemos matrículas, exames, actualização de dados informáticos, constituição de turmas, elaboração dos Planos Anuais de Actividades e concepção das mesmas, inventários, melhoramentos nas instalações da escola (reparação e pintura de portas, quadros, mesas, paredes…, serviços de electricista, de informático, de secretaria, de jardinagem, de angariadores de fundos para a escola e de estágios para alunos…)Meus caros concidadãos não docentes, não nos invejem!As nossas férias são um mito!

O tempo que nós DOAMOS e temos dedicado desde sempre ao estado, ao país, aos nossos alunos, às nossas escolas, sem nada pedir em troca a não ser respeito, consideração e compreensão, não é passível de pagamento! Não haveria tempo de férias suficiente que nos compensasse minimamente.

Gostaria que transpusessem para as vossas realidades profissionais a nossa realidade.Imaginem-se a amar incondicionalmente os vossos clientes, os vossos utentes, os vossos pacientes, mesmo aqueles que vos insultam e desrespeitam, que vos tentam impedir de trabalhar em condições, através de quaisquer meios de sabotagem!

Imaginem-se a sofrer uma falta sempre que cheguem 5 minutos atrasados ao serviço. Imaginem-se a estar alerta 100% do vosso tempo de trabalho, sem licença para intervalos de café, w.c., escapadelas na net e outras que não me ocorrem.Imaginem-se a trabalhar noite adentro horas extraordinárias para os vossos patrões (não pagas ou sequer reconhecidas) utilizando recursos pagos do vosso bolso, sem dedução no IRS.Imaginem-se a não poder faltar uma única hora sequer (com prejuízo na vossa avaliação e consequente progressão na carreira) sob qualquer boa razão, quanto mais pretexto! Imaginem-se a tentar dormir sem conseguir, porque da vossa mente não sai o fervilhar de pensamentos para dar resposta a este ou aquele problema que um vosso "cliente" vos confidenciou, manifestou ou suscitou.

Tanto fica por dizer…mas a conversa já vai demasiado longa.

Peço-vos: ajudem-nos a salvar o Ensino Público no país. Precisamos de vós como aliados, não como inimigos, a bem de TODOS os portugueses.

FOTOS DA MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES - DIA 8 DE NOVEMBRO

... DA ESCOLA SECUNDÁRIA

DR. JAIME MAGALHÃES LIMA,

EM ESGUEIRA, AVEIRO











quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O PESADELO BUROCRÁTICO E A DESOBEDIÊNCIA À LEI

Aires Almeida *
"O facto de os cidadãos estarem em geral dispostos a recorrer à desobediência civil justificada é um elemento de estabilidade numa sociedade bem ordenada, ou seja, quase justa"

John Rawls, Uma Teoria da Justiça

Tenho 48 anos e sou professor do ensino secundário há quase 26. Sou professor titular de Filosofia, não estou sindicalizado, não me recordo de ter faltado ao trabalho, mesmo em dias de greve, e não costumo participar em manifestações – nem sequer participei nas duas últimas grandes manifestações de professores, se bem que tenha pena de não o ter podido fazer. Nunca me passou pela cabeça ter outra actividade profissional, mesmo ganhando mais do que os 1850 euros que, após todos estes anos, recebo no final do mês.

Sei que para ensinar bem os meus alunos tenho de continuar a estudar, a ler e a aprender. Como costuma dizer um amigo meu, Desidério Murcho, para se ensinar bem até à letra C é preciso dominar as matérias até pelo menos à letra M: é preciso um grande à vontade e um bom domínio do que se ensina para se antecipar dificuldades dos alunos, para se responder a dúvidas inesperadas, para se encontrar o exemplo certeiro, para indicar as leituras adequadas, etc. Isto exige uma grande preparação e uma actualização permanente do professor, além de um ambiente de trabalho tranquilo e estimulante. Até porque são as deficiências científicas que originam, na maior parte da vezes, as situações pedagogicamente mais desagradáveis.

Infelizmente, os escassos estímulos que ainda poderiam existir nesse sentido parecem pertencer ao passado. As escolas transformaram-se, de há dois anos para cá, numa balbúrdia constante e num verdadeiro pesadelo burocrático em que ninguém parece entender-se. E, com muita tristeza minha, vejo os livros de filosofia que todas as semanas encomendo na Amazon ou outras livrarias acumular-se sem quase ter tempo para os folhear. Preparar aulas decentemente é algo que também deixei de fazer, caso contrário nem sequer vida familiar poderia ter. Não fosse o caso de os alunos estudarem por um manual que conheço de cor – porque sou um dos seus autores – e as aulas seriam um completo improviso. Comparar o que se tem passado nas escolas nos últimos dois anos com a barafunda gerada com o atraso da colocação de professores no tempo do ministro David Justino é como comparar um episódio infeliz com a própria infelicidade. E o ministro David Justino caiu por causa disso.

Creio poder dizer, sem qualquer exagero nem arrogância, que conheço melhor do que a senhora ministra o que se passa nas escolas, pois há 25 anos que passo a maior parte da minha vida nelas. Ora, nunca, mas mesmo nunca, houve tanta confusão e um ambiente tão pouco adequado ao ensino e à aprendizagem como o que se verifica actualmente.

Perguntar-se-á: o que ando então a fazer o tempo todo para deixar de preparar as minhas aulas como deve ser? A resposta poderia ser dada até pelo meu filho, apesar de ainda ser criança: além das aulas, passo os dias em reuniões intermináveis para entender o sentido do terrorismo legislativo com que se tolhem e intimidam os professores. Na verdade são muito mais as horas que tenho gasto a reunir por causa da avaliação do que com aulas. E o pior ainda nem sequer chegou. Como avaliador de oito colegas, terei de inventar mais 36 horas para assistir a aulas suas, além das reuniões preparatórias que tenho de fazer com cada um deles e dos quilos de papelada para preencher. De resto, na minha escola os professores irão passar o ano a assistir às aulas uns dos outros, pois somos 165 professores, o que dá cerca de 500 aulas assistidas por ano. Além disso, terei de preparar tudo para o meu avaliador – um colega de Economia que não tem culpa de nada e que fará certamente o seu melhor – poder assistir às minhas aulas de Filosofia.

Que o novo modelo de avaliação é inútil e ineficaz já o provou definitivamente, sem o querer, a senhora ministra. Diz ela repetidamente que esta avaliação é absolutamente necessária para a qualidade do ensino e para a melhoria dos resultados. Porém, anunciou com grande pompa ao país que os resultados melhoraram no último ano, o que acabou por ser reforçado com a divulgação dos resultados dos exames nacionais. Só que esta apregoada melhoria da qualidade e dos resultados verificou-se ainda antes de o modelo de avaliação produzir qualquer efeito. Logo, fica provado que a avaliação não é uma condição necessária para a melhoria da qualidade e dos resultados. O que leva então a ministra a dizer que a avaliação é absolutamente necessária?

Os responsáveis pelo actual ministério da educação parecem, talvez inconscientemente, querer pôr em prática o cenário tenebroso descrito por George Orwell em "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro", em que a catadupa de despachos, decretos regulamentares, documentos orientadores, ordens de serviço, instruções superiores, recomendações, etc., frequentemente incoerentes – vale a pena dizer que acumulo em casa mais de mil fotocópias sobre avaliação, que me foram entregues na escola –, são a tradução quase literal do "Big Brother is watching you" da 5 de Outubro. A obsessão do ministério por controlar tudo e todos até ao mais pequeno detalhe está bem patente no modelo de fichas de avaliação que impõe às escolas e aos professores (parece que a ideia é a de que, entre tanta coisa pedagogicamente inane, sempre há-de haver uns quantos aspectos em que o avaliado vai falhar, de modo a não atrapalhar as escassas cotas disponíveis para progressão na carreira). E o mais irónico é que, quando se encontram incoerências e impasses nas instruções oriundas do ministério, a ministra deixa o problema para as próprias escolas com o argumento de que lhes quer dar autonomia na construção dos seus instrumentos de avaliação. Não é, pois, surpreendente que os professores se sintam desorientados, cansados, chantageados e até insultados. Isso acaba naturalmente por se reflectir na sua prática lectiva e os alunos notam bem a diferença quando o professor dá as aulas cansado.

Mas o pior de tudo é que o modelo de avaliação fabricado na 5 de Outubro não vai permitir distinguir os bons dos maus professores, ao contrário do que a senhora ministra alega. Talvez seja até pior do que a completa ausência de avaliação, premiando arbitrariamente alguns dos maus e castigando cegamente muitos dos bons. Se assim não fosse, que razões teriam os bons professores que desfilaram na manifestação de sábado para lá estarem? Ou será que os mais de cem mil são todos maus ou simplesmente estúpidos?
Os professores sentem-se compreensivelmente ameaçados porque o modelo, além de burocrático, como convém ao Big Brother, obedece a uma espécie de pensamento único pedagógico: há um dogma pedagógico subjacente a que todos têm de aderir, tal como se emanasse do Ministério da Verdade orwelliano. Esse dogma é o da pedagogia do eduquês: são os resultados a qualquer preço, é a inovação a martelo, são as "estratégias de ensino-aprendizagem" como se o professor fosse o aprendiz (também o é, mas noutro sentido). Enfim, é a avaliação do portfólio e dossiê do professor para ver se ele tem o seu caderno diário em ordem, infantilizando uma actividade em que, pelo contrário, se exige autonomia e auto-confiança.

De resto, não é preciso muita atenção para ser confrontado com essa novilíngua do eduquês que, de há muitos anos para cá, tem caracterizado o Ministério da Verdade. Só que agora passou a ter uma força imparável, pois vai ser a destreza no uso dessa novilíngua a determinar se o professor é dos bons ou dos maus. Esta é, sem dúvida, a avaliação do pior eduquês em todo o seu esplendor. É um enorme passo para a asfixia intelectual dos professores e para a sua menoridade profissional. E é a negação da desejável diversidade pedagógica, transformando os professores em meros instrumentos de uma cadeia de produção em série e impedindo os alunos de se enriquecer no contacto com diferentes estilos e metodologias.

Mas o que realmente importa no desempenho do professor é, respeitando os alunos e os seus direitos, ensinar-lhes e ajudá-los a aprender o que é suposto aprenderem, recorrendo às concepções pedagógicas que muito bem se entender. É relativamente fácil apurar se o professor soube realmente ensinar e se os alunos conseguiram realmente aprender, independentemente da metodologia usada e das concepções pedagógicas em jogo, desde que os seus alunos realizem no final do percurso exames bem concebidos. E se se ponderarem os resultados dos exames comparando-os com a média de cada disciplina nas respectivas escolas, estamos muito próximos de um sistema de avaliação muito mais justo, simples, eficaz e dignificante para todos. Claro que para isso era preciso haver mais exames, além de melhores programas e de mais formação de professores, coisas que não parecem interessar minimamente a senhora ministra.

Assim, tudo indica que quando a senhora ministra afirma totalitariamente que ou se aplica o seu modelo ou não há outro, só pode estar a fazer chantagem, o termo que utiliza para descrever o comportamento dos sindicatos junto dos professores, como se os professores fossem idiotas. A verdade é que neste momento já não são os sindicatos a comandar os professores, mas os professores a empurrar os sindicatos, de tal modo que os próprios sindicatos já não estão em condições de cumprir o acordo assinado há meses com o ministério. De nada serve, portanto, ao primeiro-ministro apontar o dedo ao incumprimento dos sindicatos.
Se estes tivessem representado devidamente os professores, nunca teriam de voltar agora atrás com a palavra. Por isso, não vale a pena recorrer a fantasias e negar uma realidade muito crua: a insistência do governo no actual modelo está a degradar como nunca o sistema educativo nacional e a pôr em causa o normal funcionamento das escolas. E esta ministra ficará seguramente na história como a maior desgraça que se abateu nos últimos tempos sobre a educação em Portugal. Isso só ainda não é mais notório porque os efeitos das políticas educativas só se tornam evidentes passados vários anos.
Por isso é arrepiante ver a senhora ministra insistir – contra tudo e contra todos os que, em Portugal, já alguma vez revelaram interesse pelas questões da educação – numa teimosia própria de mentes obstinadas e dogmáticas. E é também por isso um imperativo de justiça desobedecer a esta lei arbitrária e injusta, sobre uma questão de tão grande importância. Chama-se a isto desobediência civil e foi isso que fizeram em diferentes circunstâncias Gandi, Luther King, Bertrand Russell e muitas das referências cívicas e culturais do nosso mundo.
É ilegítimo não cumprir a lei, diz a senhora ministra sem se aperceber que está a ser redundante. Pois é, é ilegítimo não obedecer à senhora ministra, pois foi ela que fez a lei. Mas terá mesmo de ser.

*Professor titular de Filosofia da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, de Portimão

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

GIGANTESCA MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES - 8 DE NOVEMBRO

Vamos lá a ver se é desta:

8 de Novembro: MANIFESTAÇÃO GIGANTESCA DE PROFESSORES OBRIGA A NOVA ALTERAÇÃO DE PERCURSO

Tendo em consideração a previsível dimensão do Plenário e da Manifestação Nacional de Professores previstos para o dia 8 de Novembro, tendo como indicadores a mobilização que existe nas escolas e o número de autocarros que ultrapassa os utilizados em 8 de Março de 2008 [cerca de 600 em Março de 2008; já se atingiram os 700 a dois dias de 8 de Novembro de 2008], o local de concentração e o percurso da manifestação tiveram de ser novamente alterados, sendo, agora, e em definitivo, os seguintes:

14.30 horas: Concentração no Terreiro do Paço:

15.00 horas: Plenário Nacional de Professores;

16.00 horas: Manifestação Nacional que passará por Rossio, Restauradores, Avenida da Liberdade e Marquês de Pombal;

17.30 horas: Aprovação da Resolução da Manifestação e encerramento da iniciativa.

TODOS À MANIFESTAÇÃO

QUE NINGUÉM FALTE!

domingo, 2 de novembro de 2008

AINDA O NAL - NOVO AEROPORTO DE LISBOA

No rasto dos 4 artigos aqui apresentados, sob o título genérico “Para que serve a Investigação Operacional?” eis-nos novamente centrados na polémica e escaldante questão do Novo Aeroporto de Lisboa. Cogitámos que tudo estava consolidado mas um pormenor levou-nos a voltar ao assunto.
Façamos uma breve recapitulação a fim de nos situarmos nos dias de hoje (Outubro 2008).
Em 1969 o Decreto nº 48902 de 8Março criou o Gabinete do Novo Aeroporto de Lisboa- GNAL, agregado ao Ministério das Comunicaçãos, com o objectivo de ser escolhido um novo local para substituir o actual aeroporto da Portela. Era uma previsão racional uma vez que o trafico aéreo estava em grande aumento, derivado da entrada em operação, dez anos antes, dos aviões a jacto.
O Decreto referido criava o GNAL, reunindo os técnicos mais competentes, com liberdade para contratarem especialistas. O escopo do decreto era a apresentação de um relatório final, conciso, indicando o melhor local para um novo aeroporto.
O relatório final – Estudo da Localização do Novo Aeroporto de Lisboa- foi impresso e publicado pela Imprensa Nacional em 1972. Foram considerados 14 locais dos quais foram escolhidos 6 locais. Sobre estes foi feita uma Análise Comparativa, tendo como critérios, por ordem de importância, as Condições Operacionais, Condições de Custo e Condições Sociais. Não foram considerados critérios ambientais, as preocupações mundiais sobre o ambiente estavam ainda bem longe no tempo. Nas condições sociais foi incluído o ruído.
O Relatório Final considerou Rio Frio como o melhor local, seguindo-se-lhe Porto Alto a 10 km a NE de Rio Frio, Alcochete, Montijo, Portela e Fonte da Telha. Não sabemos se Ota foi considerada nos primeiros 14 locais escolhidos. O Relatório Final tinha um bom teor tecnico-científico.
Em 1978 e 1982 foi posta a hipótese, pela ANA, de se situar na Ota o NAL, argumentando-se que era a mais viável na margem norte do Tejo. Em 1998 fez-se um estudo comparativo (quando já existiam bons programas de Investigação Operacional para Hierarquização de Opções que não foram usados) e o resultado foi surpreendente: Rio Frio, que era de longe a melhor opção, foi preterido em favor da Ota. Conclusão da Comissão: «...ser a localização do NAL na zona da Ota menos desfavorável do que em Rio Frio, por esta apresentar graves condicionantes que podiam pôr em causa a sua sustentabilidade por razões ambientais». Repare-se na forma capciosa de tornear a dificuldade em impor a Ota: «...na zona menos desfavorável...». A Conclusão, sob medida, impunha a Ota, alegando motivos ambientais, inultrapassáveis, em Rio Frio.
Em Julho de 1999 o Governo, abruptamente, tomou a decisão de seleccionar a zona da Ota para localização do NAL. Esta decisão baseou-se na conclusão de que a localização em Rio Frio «constituiria um sério risco de provocar danos não minimizáveis, irreversíveis e não compensáveis».Novamente sob medida para eliminar Rio Frio.
Conforme consta da gravura anexa o local escolhido pelo LNEC (2008) situa-se muito próximo de Rio Frio, confirmando assim a competência do GNAL com a escolha feita em 1972. Qualquer técnico que se debruce sobre cartas topográficas militares, escala 1/25 000, escolhe Rio Frio sem muitas delongas. Rio Frio praticamente não tem terraplenagens. O Governo, muito a contra-gosto e pressionado pela opinião pública e vergado ao peso de ter que mudar de opção, aceitou a solução Alcochete (Rio Frio), porque o relatório feito pelo LNEC era conclusivo .Era, inexoravelmente, a melhor solução técnica.
Eis que o Governo, num açodamento impróprio para os tempos difíceis que se aproximam, resolve pôr, de imediato, a concurso projectos e obras. E mais, sem sequer uma AIA-Avaliação do Impacto Ambiental. Ela será feita durante a obra, um pequeno “garimpo para derrapagens”.Nos nossos 50 anos de engenharia nunca vimos nada igual. Manda a etica e a deontologia que qualquer projecto de obras só deve ser posto em concurso depois de esclarecidas todas as dúvidas e previstas todas as operações.
È inquietante que se considere como secundário o AIA em flagrante contraste com o critério vitorioso(o único) que levou à exclusão (indecorosa) de Rio Frio em 1999. Quais são “...os danos não minimizáveis, irreversíveis e não compensáveis” ? Por que não são, agora, levados em conta, pelo contrário, são até subalternizados?. Está-se a criar uma fonte de perturbações que, inevitavelmente, conduzirá a futuros “trabalhos a mais” não previstos no orçamento. Estamos em presença de uma clamorosa leviandade técnica que colide com a deontologia e as boas normas da engenharia civil. Quem tem razão, afinal já se pode construir na zona de Rio Frio, ignorando os tais «...danos não minimizáveis, irreversíveis e não compensáveis» ?

Fig 1- Os diversos locais escolhidos para o NAL-Novo Aeroporto de Lisboa
O local escolhido pelo LNEC em 2008, onde se pretende construir o NAL, está bem próximo de Rio Frio(1972) e, portanto, também está abrangido pelo parecer de 1999 que escolheu a Ota,alegando que Rio Frio apresentava “graves condicionantes que podiam pôr em causa a sua sustentabilidade por razões ambientais”. E, agora, já não os apresenta?


Por que há sempre “derrapagens” nas obras públicas em Portugal ? A engenharia civil tem hoje excelentes processos de apuro tecnico-científico. Há programas de Investigação Operacional ( abordados em quatro artigos anteriores) que indicam qual a melhor solução; os métodos de sondagens são ultra-sofisticados dando-nos certezas sobre as camadas subterrâneas; são sobejamente conhecidas todas as propriedades dos materiais; existem geo-texteis que resolvem intrincados problemas de geotecnia e de drenagem; as tubagens são de fácil execução, resistentes e leves; há bombas para todas as situações de elevação e drenagens; as máquinas de terraplenagens são eficientes;a topografia é toda computadorizada facilitando os levantamentos e as medições; há bons programas de acompanhamento quantitativo, qualitativo, cronológico e financeiro; há excelente tecnicos com grande experiência; então, por que é que nas obras se extravasam, obscenamente, os custos e os prazos? A engenharia civil trabalha, cada vez mais, com certezas e apuros técnico-financeiros. Por que não em Portugal? Não há qualquer desculpa!
Em Portugal as “estrelas” da engenharia civil são gestores ao invés de engenheiros. Sem querer defender corporativismos mas o senso comum estipula que “cada macaco no seu galho”!
As derrapagens podem filiar-se nas seguintes causas: projecto mal feito, fiscalização deficiente ou “engenharia contabilística” esta ao arrepio dos engenheiros de projecto ou da fiscalização.Onde anda a prestigiada engenharia portuguesa que não se impõe às “derrapagens”?
Uma grande crise acaba de se instalar, agora é tempo de decisões acertadas e de exclusão total de “derrapagens”. É um tempo de se trocarem os “pneus velhos e carecas” por “pneus novos anti-derrapantes”.

Luiz Teixeira - engenheiro civil
Outubro 2008


Vidé na Net “Para que serve a Investigação Operacional?” (4 partes) desde Julho 2007.

AVALIAÇÃO DE PROFESSORES: COM QUE ENTÃO, NUNCA FOMOS AVALIADOS?

Na sequência de um desafio lançado por Paulo Guinote no seu blog Educação do meu Umbigo, a propósito da avaliação dos professores e do seu post "Nunca fomos avaliados?", encontrei nos meus documentos guardados uma declaração da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) que atesta da minha avaliação com a passagem ao 8º escalão através da prestação de PROVAS PÚBLICAS nas suas instalações, em Coimbra, para onde tive de me deslocar propositadamente, e para o efeito, em 1995, como pode ser verificado através de documento que anexo.

Como se pode ainda verificar, fui convocado para estar presente no dia 31.03.1995, às 15 horas através de CONVOCATÓRIA com data de 22 desse mesmo mês e ano para prestar PROVAS PÚBLICAS. Para que conste, dia 31.03.1995 era uma sexta-feira, NÃO ERA DOMINGO, como escandalosa e vergonhosamente consta das avaliações de José Sócrates.

Segue ainda uma outra avaliação com a menção de Satisfaz, em 1999, de acordo com a lei.


(Clique em cima para ampliar os documentos)

Classificação da Avaliação


Convocatória da DREC para prestar provas públicas

Classificação da Avaliação do Desempenho

Talvez não fosse má ideia, alguns jornalistas, José Sócrates e o Ministério da Educação darem uma vista de olhos a estes documentos para que, de uma vez por todas, não continuem a MENTIR, dizendo que os professores NUNCA foram avaliados.