BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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terça-feira, 31 de julho de 2007

XV JOGOS PAN-AMERICANOS


Países participantes - 42
Atletas participantes - 5500 aprox.
Eventos - 332 em 32 esportes
Cerimônia de Abertura - 13 de julho
Cerimônia de Encerramento - 29 de julho
Abertura oficial - Carlos Arthur Nuzman
Juramento do Atleta - Natália Falavigna
Juramento do Árbitro - Yumi Yamamoto Sawasato
Tocha Pan-americana - Joaquim Cruz
Local - Estádio do Maracanã

IMAGENS DA HISTÓRIA

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Fotos difíceis de se olhar, amigos!
As vi com as lágrimas salgando meu rosto..
Infelizmente o "ser humano"
tem muito mais coisa dorida para oferecer
e menos bela para abarcar!
É um animal,
com arma de matar,
usando o "seu poder"
(Aaah, se este ser soubesse..);
o querer segurar
de quem lhe foi arrancado;
o olhar distante
de quem era POETA,
parecendo até antever
como "sua história" seria contada;
a criança..
que cena mais triste essa criança abandonada
pelos que deveriam cuidar,
não atacar,
amar
e
que respeito absoluto
desse animal
que aguarda não mais fazer um gesto,
não mais ter um som de voz,
não mais se salvar,
pois existem "homens" que raptam nossas crianças
e elas ainda falando,
elas chorando,
as matam!
Fotos difíceis de se olhar,


.....para profunda reflexão.....


A agonia de Omayra
Omayra Sanchez foi uma menina vítima do vulcão Nevado do Ruiz durante a erupção que arrasou o povoado de Armero, Colômbia em 1985.Omayra ficou três dias jogada sobre o lodo, água e restos de sua própria casa e presa aos corpos dos próprios pais. Quando os paramédicos de parcos recursos tentaram ajudá-la, comprovaram que era impossível, já que para tirá-la precisavam amputar-lhe as pernas, e a falta de um especialista para tal cirurgia resultaria na morte da menina. Omayra mostrou-se forte até o último momento de sua vida, segundo os paramédicos e jornalistas que a rodeavam. Durante os três dias, manteve-se pensando somente em voltar ao colégio e a seus exames e a convivência com seus amigos.O fotógrafo Frank Fournier, fez uma foto de Omayra que deu a volta ao mundo e originou uma controvérsia a respeito da indiferença do Governo Colombiano com respeito às vítimas de catástrofes. A fotografia foi publicada meses após o falecimento da garota. Muitos vêem nesta imagem de 1985 o começo do que hoje chamamos Globalização, pois sua agonia foi vivenciada em tempo real pelas câmaras de televisão de todo o mundo.

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A menina do Vietname
Em oito de junho de 1972, um avião norte-americano bombardeou a população de Trang Bang com napalm. Ali se encontrava Kim Phuc e sua família. Com sua roupa em chamas, a menina de nove anos corria em meio ao povo desesperado e no momento, que suas roupas tinham sido consumidas, o fotógrafo Nic Ut registou a famosa imagem. Depois, Nic levou-a para um hospital onde ela permaneceu por durante 14 meses sendo submetida a 17 operações de enxerto de pele. Qualquer um que vê essa fotografia, mesmo que menos sensível, poderá ver a profundidade do sofrimento, a desesperança, a dor humana na guerra, especialmente para as crianças. Hoje em dia Pham Thi Kim Phuc está casada, com dois filhos e reside no Canadá onde preside a "Fundação Kim Phuc", dedicada a ajudar as crianças vítimas da guerra e é embaixadora da UNESCO.

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Execução em Saigon
"O coronel assassinou o preso; mas e eu... assassinei o coronel com minha câmara? - Palavras de Eddie Adams, fotógrafo de guerra, autor desta foto que mostra o assassinato, em um de fevereiro de 1968, por parte do chefe de polícia de Saigon, a sangue frio, de um guerrilheiro doVietcong. Adams, correspondente em 13 guerras, obteve por esta fotografia um prémio Pulitzer; mas ficou tão emocionalmente tocado com ela que se converteu em fotógrafo paisagístico.

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A menina Afegã
Sharbat Gula foi fotografada quando tinha 12 anos pelo fotógrafoSteve McCurry, em junho de 1984. Foi no acampamento de refugiados NasirBagh do Paquistão durante a guerra contra a invasão soviética. Sua foto foi publicada na capa da National Geographic em junho de1985 e, devido a seu expressivo rosto de olhos verdes, a capa converteu-se numa das mais famosas da revista e do mundo.No entanto, naquele tempo ninguém sabia o nome da garota. O mesmo homem que a fotografou realizou uma busca à jovem que durou exactos 17 anos.

Em janeiro de 2002, encontrou a menina, já uma mulher de 30 anos e pôde saber seu nome. Sharbat Gula vive numa aldeia remota do Afeganistão, é uma mulher tradicional pastún, casada e mãe de três filhos. Ela regressou ao Afeganistão em 1992.

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O homem do tanque de Tiananmen
Também conhecido como o "Rebelde Desconhecido", esta foi a alcunha que foi atribuída a um jovem anónimo que se tornou internacionalmente famoso ao ser gravado e fotografado em pé em frente a uma linha de vários tanques durante a revolta da Praça de Tiananmen de 1989 na República Popular Chinesa. A foto foi tirada por Jeff Widener, e na mesma noite foi capa de centenas de jornais, noticiários e revistas de todo mundo. O jovem estudante (certamente morto horas depois) interpôs-se a duas linhas de tanques que tentavam avançar. No ocidente as imagens do rebelde foram apresentadas como um símbolo do movimento democrático Chinês: um jovem arriscando a vida para opor-se a um esquadrão militar. Na China, a imagem foi usada pelo governo como símbolo do cuidadodos soldados do Exército Popular de Libertação para proteger o povo chinês: apesar das ordens de avançar, o condutor do tanque recusou fazê-lo se isso implicava causar algum dano a um cidadão (hã hã).

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Protesto silencioso
Thich Quang Duc, nascido em 1897, foi um monge budista vietnamita que se sacrificou até à morte numa rua movimentada de Saigon em 11 de junho de 1963. Seu acto foi repetido por outros monges. Enquanto seu corpo ardia sob as chamas, o monge manteve-se completamente imóvel. Não gritou, nem sequer fez um pequeno ruído. Thich Quang Duc protestava contra a maneira que a sociedade oprimia a religião Budista em seu país. Após sua morte, seu corpo foi cremado conforme a tradição budista. Durante a cremação seu coração manteve-se intacto, pelo que foi considerado como quase santo e seu coração foi transladado aos cuidados do Banco de Reserva do Vietnã como relíquia.

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Espreitando a morte
Em 1994, o fotógrafo Sudanês Kevin Carter ganhou o prêmio Pulitzerde foto jornalismo com uma fotografia tomada na região de Ayod (umapequena aldeia em Suam), que percorreu o mundo inteiro. A figura esquelética de uma pequena menina, totalmente desnutrida, recostando-se sobre a terra, esgotada pela fome, e a ponto de morrer, enquanto num segundo plano, a figura negra expectante de um abutre se encontra espreitando e esperando o momento preciso da morte da garota. Quatro meses depois, abrumado pela culpa e conduzido por uma forte dependência às drogas, Kevin Carter suicidou-se.

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The Falling Man
The Falling Man é o título de uma fotografia tirada porRichard Drew durante os atentados do 11 de setembro de 2001 contra as torres gêmeas do WTC. Na imagem pode-se ver um homem atirando-se de uma das torres. A publicação do documento pouco depois dos atentados irritou certos setores da opinião pública norte-americana. Acto seguido, a maioria dos meios de comunicação auto censurou-se, preferindo mostrar unicamente fotografias de actos de heroísmo e sacrifício.

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Triunfo dos Aliados
Esta fotografia do triunfo dos aliados na segunda guerra, onde um soldado Russo agita a bandeira soviética no alto de um prédio, demorou a ser publicada, pois as autoridades Russas quiseram modificá-la. A bandeira era na verdade uma toalha de mesa vermelha e o soldado aparecia com dois relógios no pulso, possivelmente produto de saque. Sendo assim foi modificada para que não ficasse uma má imagem para os soviéticos.

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Protegendo a cria
Uma mãe cruza o rio com os filhos durante a guerra do Vietname em 1965 fugindo da chuva de bombas americanas.

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Necessidade
Soldados e aldeãos cavam sepulturas para as vítimas de um grande terremoto acontecido em 2002 no Irão enquanto um menino segura as calças do pai antes dele ser enterrado.

sábado, 28 de julho de 2007

ZENU FUTURO PRESIDENTE DE ANGOLA?

Como soe dizer-se não fumo sem fogo.

Parece que afinal se prevê uma dinastia! SERÁ? À Semelhança do que aconteceu no Togo e em vias na Guiné?

Maputo - Em Angola a figura presidencial é indiscutível e até certo ponto assunto tabu, pelo que muitos observadores ali estabelecidos ainda pouco ou nada destas movimentações deram conta - informante do Correio da manhã em Angola.
Observadores atentos em Luanda acreditam que o actual Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, vulgo ZEDU, está a preparar José Filomeno Santos (ZENU), de cerca de 30 anos de idade, seu filho com uma angolana residente em Londres, para lhe suceder no cargo.

As mesmas fontes, citadas pela publicação portuguesa África Monitor Intelligence, referem que ZENU tem sido visto com alguma frequência no palácio presidencial angolano, por vezes para contactos com o pai, do qual ultimamente também se acercou mais na vida familiar e privada.

Analistas de referência apontavam ZENU como aparentando inclinação para negócios, a exemplo das irmãs Isabel e Tchizé. É dado como tendo interesses (participações) numa companhia privada de petróleos, a SOMOIL, numa empresa de construção em associação com a Africa Corporation, da China, e ainda na empresa de transportes TURA.

Consta que o PCA da estatal SONANGOL, Manuel Vicente, é um dos seus melhores amigos. Têm sido referenciados juntos em viagens ao estrangeiro, para as quais este usa um avião privado da companhia. À SOMOIL, de que também é sócio Desidérito Costa, está reservada uma participação na nova refinaria do Lobito.

Contrariamente ao que sucede em Moçambique, onde temas destes são despudoradamente discutidos, em Angola a figura presidencial é indiscutível e até certo ponto assunto tabu, pelo que muitos observadores ali estabelecidos ainda pouco ou nada destas movimentações deram conta, conforme comentários de um deles para o Correio da manhã.

Comenta-se que, em Angola, "as elites são muito mais complicadas, o país é muito mais espalhado e tem um passado recente militarista, o que significa que há muito mais tropas,generais, muito mais 'ratazanas' para alimentar, apesar de a paz interna estar a progredir".

Fazem notar que ZEDU é neste momento um ponto fulcral de equilíbrio de todas estas pressões e tendências, que "gere com uma contenção verbal curiosamente em total desfasamento com aquilo que é típico de muitos angolanos (vaidosos, desbocados e com o rei na barriga)...".

As nossas fontes baseadas em Luanda manifestam-se muito cépticas quanto à sucessão de ZEDU por ZENU: "Não é em Londres que se faz carreira política e duvido que ele nesta fase tenha a hipótese de ter mão nas elites e nas correspondentes 'ratazanas'. Seria comido vivo".

Mas outros analistas afirmam notar movimentações para dissipar eventuais ansiedades de sectores ligados ao regime que dão mostras de inquietação relativamente ao seu futuro após a retirada de ZEDU, o mesmo acontecendo em relação a interesse(ado)s externos, de natureza diversa, que se implantaram ou estão em vias disso em Angola com o actual Presidente e o seu Governo como garantias.

Precedentes africanos

Caso efectivamente ZEDU (que anda a protelar a realização de eleições - a data que mais recentemente anunciou é 2009, mas observadores a ter em conta acreditam que tal apenas poderá suceder lá para 2010/11) criasse condições para ser sucedido pelo filho, tal atitude estaria na esteira de casos já ocorridos em alguns países africanos em tempos não muito recuados.


- Ngnassimbe Eyadema, do Togo, impôs o filho, com a conivência dos chefes militares.
- Laurent Desirè Kabilá, da República Democrática do Congo, fez o mesmo, com o Ocidente a associar para o lado.

- Consta que Lansana Contè, da República da Guiné, está a abrir caminho à sua substituição por um dos filhos, Uddumsne Contè, actualmente a residir em Bissau.

Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Maputo)


CRATERAS NAS RUAS DE LUANDA

Devido ao mau estado dos esgotos e ao desleixo a que têm sido votados, aparecem repentinamente autênticas "crateras" nas ruas de Luanda, capazes de engolir ... um camião!







sexta-feira, 27 de julho de 2007

A EUROPA TAMBÉM SABE DAS MUITO MAL EXPLICADAS E DUVIDOSAS HABILITAÇÕES DE JOSÉ SÓCRATES

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O jornal inglês "The Independent" dedicou, em 23 de Julho-2007, um artigo à polémica sobre a licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente (Uni). Intitulado "Rival acusa primeiro-ministro português de mentir sobre a sua licenciatura", o jornal afirma que esta é uma questão embaraçosa para José Sócrates "numa altura que Portugal assume a presidência da União Europeia" e que o país "pretende relançar a agenda de Lisboa que aponta a baixa escolaridade como factor de estagnação económica".
O texto faz referência ao autor do blogue doportugalprofundo.blogspot.com António Balbino Caldeira, "um militante do PSD", que começou por revelar "alegadas discrepâncias sobre a carreira académica" de José Sócrates. Posteriormente, "os jornalistas descobriram que as qualificações não seguiram os normais procedimentos e que quatro das cinco cadeiras foram leccionadas pelo mesmo professor, António José Morais".
José Sócrates, diz o jornal, "entrou em 1995 para a universidade e obteve o diploma em 1996 quando era secretário de Estado. Mas na biografia oficial já se dizia que tinha obtido o título de engenheiro. José Sócrates admitiu depois tratar-se de um lapso e o site do governo alterou este ano o seu curriculum retirando 'Engenheiro Civil'" passando a 'Licenciado em Engenharia Civil'".
"Tais distinções são muito importantes num país onde os títulos de engenheiro ou doutor são valorizado para alcançar um bom lugar", referiu o "The Independent".
E, porque de facto, acho importante que isto chegue a toda a parte do mundo, para que se saiba o estilo de primeiro ministro, arrogante, ditador e oportunista na forma como se "licenciou", que desgoverna Portugal e preside à Comunidade Europeia, vou transcrever essa mesma notícia em inglês, à espera de leitores de língua inglesa :

As Portugal takes centre stage as holder of the EU presidency for six months, the Prime Minister, Jose Socrates, is embroiled in a row over the authenticity of his university degree.
Antonio Balbino Caldeira, an activist in the conservative opposition Social Democratic Party, has posted alleged discrepancies about Mr Socrates' academic record on a blog. The claims have received massive press coverage, prompting Mr Socrates, 49, to sue Mr Caldeira for defamation. Meanwhile, a criminal investigation opened last month to establish whether the Prime Minister is guilty of using false academic titles.
The row focuses on whether Mr Socrates completed the necessary coursework at Lisbon's private Universidade Independente to justify his use of the esteemed title, "Engineer". The issue is particularly sensitive as Portugal strives to relaunch the EU's stalled "Lisbon agenda", which aims to combat economic stagnation caused by poor schooling.

Mr Socrates took three weeks to answer the allegations, prompting newspapers to uncover several inconsistencies in the awarding of the degree. Journalists found that qualifications awarded did not follow procedure and that four of the five courses were given by the same professor, Antonio Jose Moraes, a socialist government appointee. Details emerged when the government closed down the Independent University in April amid allegations of mismanagement and the misuse of funds.Mr Socrates joined the university in 1995 and received his degree in 1996, when he was secretary of state for the environment. But in his official biographyMr Socrates claimed to have already obtained the coveted qualification of engineer. He later admitted that was a "lapse", and the government website altered his CV this year, downgrading "Civil Engineer" to "Diploma in Civil Engineering". Such distinctions are hugely important in a country where titles of engineer or doctor are prized as a passport to high office.
The saga throws doubt on Mr Socrates' personal integrity, and consolidates the dismal reputation of politicians among ordinary Portuguese. The indifference with which the allegations were received by most opposition MPs (they say it is a personal matter) fuel suspicions that Mr Socrates is not the only one to profess academic qualifications yet to be received.

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ROTA AÉREA LISBOA - LUANDA

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A Rota Lisboa-Luanda cresceu 32 por cento em 2006
A TAP transportou mais de 55 mil passageiros entre Lisboa e Luanda no primeiro semestre deste ano, Um aumento de 32 por cento face aos primeiros seis meses do ano anterior. Um dos factores que contribuiu para este crescimento foi a introdução de uma sexta frequência por semana (voo de ida e volta) entre as duas cidades, em Abril passado – e que entretanto foi acrescida de uma sétima já este mês –, uma vez que “a procura tem acompanhado a oferta de voos”, indica o porta-voz da empresa, António Monteiro.
Os aviões da TAP naquela rota têm mais de 90 por cento dos lugares ocupados durante as épocas altas (Verão, Páscoa, Natal), um pouco acima da taxa de ocupação média anual, que ultrapassa os 80 por cento das aeronaves utilizadas: os A340, os maiores da frota, com 274 lugares. “A maioria dos passageiros são angolanos que utilizam a TAP para aproveitar a sua rede tanto para a Europa como para o Brasil ou os Estados Unidos, para além de Lisboa”, afirma também o mesmo responsável. “Os portugueses ou de outras nacionalidades, particularmente europeus e americanos, são maioritariamente tráfego de negócios ou trabalhadores de empresas estabelecidas em Angola.”
Outra companhia que voa entre as duas capitais é a TAAG, do Estado angolano, que se viu este mês obrigada a alugar aviões e tripulações de algumas “charter” portuguesas, como a Euroatlantic, para manter as ligações, por ter entrado para a “lista negra” de transportadoras divulgada pela União Europeia. Os voos entre os dois países dependem de um acordo bilateral assinado entre os Estados português e angolano.
A carga aérea também está a crescer nesta linha, uma das principais para esta área de negócios da TAP. A previsão é atingir 4000 toneladas em 2007, face às3.300 toneladas registadas em 2006 entre Lisboa e Luanda, na sua maioria equipamentos ligados à indústria de petróleo, medicamentos e géneros alimentares. No ano passado, a TAP viu-se obrigada a fretar seis aviões exclusivamente para esse efeito.
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ANGOLA - ALGUMAS FÁBRICAS EM PROJECTO

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Aerosoles
Anúncio: 2004
Objectivo de produção: dois mil pares de sapatos por dia
Investimento: 200 mil euros (apenas na recuperação de uma fábrica local)
Estado actual: projecto cancelado depois de uma abordagem inicial. Grupo
vai avançar com presença comercial Barbot
Início da preparação: 2005
Investimento: 840 mil euros
Facturação prevista: entre 1,5 milhões de euros e dois milhões de euros
Objectivo de produção: um milhão de litros de tinta por ano.
Número de trabalhadores: 12
Data prevista de abertura: Outubro
Compal
Anúncio: 2005
Investimento: 15 milhões de euros
Objectivo de produção: 3,4 milhões de litros de sumos e néctares (inicialmente)
Exportação: 15 milhões de litros em 2005
Estado actual: não comenta
Fogões Meireles
Anúncio: 2007
Investimento: 700 mil euros
Objectivo de facturação anual: 10 milhões de dólares
Número de trabalhadores: 20
Estado actual: em aprovação
Data prevista de início de actividade: Julho de 2008
Unicer
Início da preparação: 2005
Investimento: 120 milhões de euros
Objectivo de produção: 200 milhões de litros
Exportação actual: 120 milhões de litros de cerveja
Estado actual: a aguardar aprovação

LONGA SE TORNA A ESPERA

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A Barbot vai abrir com um ano de atraso uma fábrica em Angola. A Aerosoles travou um projecto, em fase inicial, de instalação de uma unidade. A Unicer espera há dois anos pela autorização do Governo angolano para construir uma fábrica com capacidade para produzir 200 milhões de litros de cerveja.
A Compal ponderou avançar pelo mesmo caminho e procurou, durante um ano, um parceiro para produção local sob licença.
Fazer negócios em Angola exige tempo. E as dificuldades sentidas pelas empresas portuguesas num país que atingiu um crescimento na ordem dos 20 por cento em 2005 – e que tem Portugal como principal fornecedor – nem sempre são notícia nos jornais ou constam dos programas das inúmeras conferências sobre o tema que, nos últimos meses, se realizaram em Portugal. Obter um visto de trabalho, por exemplo, pode demorar dois anos.
“Actualmente as empresas têm o cuidado de estudar atempadamente o mercado e, alguém que decida avançar, já sabe com o que pode contar”, diz Fernando Faria, delegado da Associação Industrial Portuguesa (AIP) em Angola.
No entanto, admite que “há complicações em termos de execução dos projectos”.

Mesmo com as visitas de Estado, a burocracia continua a ser um obstáculo ao
investimento em Angola


O mesmo é confirmado por fonte da AICEP Portugal Global (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal). Apesar dos diplomas legais que, nos últimos anos, têm facilitado a captação de investimento, “continuam a subsistir problemas” como, por exemplo, a demora na criação de empresas. A base de dados do Banco Mundial sobre a facilidade em fazer negócios coloca o país do ouro negro em 156º lugar, numa lista de 175 economias, liderada por Singapura. A burocracia e a espera que os empresários têm de enfrentar são as críticas mais frequentes.

Angola vê em Portugal um local seguro para os seus negócios, investimentos e aplicações financeiras, ao contrário, por exemplo, da França, onde decorrem investigações judiciais


Parar para pensar
Em 2004, o Centro Tecnológico do Calçado divulgava no seu “site” que a Aerosoles iria abrir uma fábrica em Angola para produzir dois mil pares de chinelos e sandálias por dia. Três anos depois o projecto não avançou. Artur Duarte, presidente e fundador do grupo Investvar, detentor da Aerosoles, travou a iniciativa “numa fase de pré-estudo”.
O empresário acredita no mercado angolano, mas vai dizendo que ainda falta dar “passos simples” para resolver alguns entraves. No sector do calçado não há uma indústria instalada para desenvolver pólos de apoio, nem pessoal qualificado, e enviar quadros portugueses “sai caro”. Por isso, antes de avançar para a construção de uma unidade fabril, o empresário decidiu testar o produto localmente e criou uma empresa comercial em parceria com a têxtil Irmãos Vila Nova, detentores da marca Salsa.

Comprou um armazém em Luanda (investindo 500 mil euros) e prevê abrir uma “department store” onde vai vender produtos têxtil-lar, gangas e sapatos. A burocracia não tem facilitado a tarefa. Ao que o PÚBLICO apurou os contentores podem demorar entre quatro a cinco meses para serem desalfandegados.

Foi recentemente aprovada legislação que cria vistos para empresas com a duração de um ano. “Agora é ver como se passa da teoria à prática”

Rui Amendoeira, advogado da Miranda Correia Amendoeira que tem escritórios em Angola, explica que os obstáculos logísticos são os mais frequentes. “Há dificuldades em encontrar mão-de-obra especializada, de comunicação, de transporte, de telecomunicações.
São as dificuldades logísticas que tornam os investimentos difíceis e, sobretudo, caros. Mas esse é o contraponto da oportunidade de mercado”, avisa.
Os elevados impostos à entrada de produtos dificultam a exportação e, por isso, é mais rentável investir numa estrutura local. Quando liderava a Compal, João Cotrim de Figueiredo preparava-se para iniciar a produção de sumos e néctares sob licença. Encontrar um parceiro levou um ano, mas a morosidade dos processos não surpreendeu o gestor. “Quem conseguir investir a tempo, é quem vai retirar os máximos benefícios”, afirma, revelando que a elevada exportação (15 milhões de litros em 2005) justificava o investimento. Com a venda da Compal ao consórcio Sumolis/CGD, as notícias sobre a unidade em Angola cessaram. A actual gestão não fala “sobre a instalação ou não de uma fábrica”, dizendo apenas que “prefere anunciar os projectos quando estão concluídos”.

No caso da Barbot, fabricante de tintas e vernizes, a entrada em funcionamento da fábrica de 800 metros quadrados em Luanda já tem data marcada para Outubro, mais de um ano depois do previsto. Uma declaração da junta de freguesia local, necessária para a colocação dos equipamentos na unidade, demorou quatro meses a ser emitida. Desvalorizando o atraso, Carlos Barbot, presidente da empresa, adia para 2008 a intenção de aproveitar a presença portuguesa no mercado da construção civil e o “boom” do sector.
O jornal PÚBLICO tentou saber junto do Ministério da Economia quais as iniciativas do Governo português, junto das autoridades angolanas, para incentivar a adopção de medidas que facilitem a instalação de fábricas, mas não recebeu qualquer resposta. Na óptica das empresas, o potencial da economia angolana compensa os atrasos. Há dois anos que a Unicer espera por uma autorização para poder construir uma fábrica e criar uma marca de cerveja local. Numa recente visita ao Porto, o ministro angolano da Indústria, Joaquim David, admitiu que “há várias influências em jogo”.

O mercado das cervejas é liderado por um operador que está instalado há dez anos no país. Não é por acaso que o Dossiê de Mercado disponibilizado pela AICEP refere o peso da “economia informal” como um dos grandes entraves à expansão do negócio. Neste contexto, há quem utilize conhecimentos para tentar acelerar a entrada no mercado. Por outro lado, a corrupção é uma realidade local reconhecida pelos próprios angolanos, diz o advogado Rui Amendoeira.
No relatório dos Indicadores Globais da Governação do Banco Mundial, Angola surge no percentil 8,7 no indicador “controlo da corrupção”. Ou seja, apenas 8,7 por cento dos 212 países analisados estão abaixo deste nível.

Novos vistos
A juntar a estas dificuldades, está a obtenção de vistos de trabalho. Bernardino Meireles, presidente da António Meireles SA, que produz e comercializa electrodomésticos e anunciou recentemente a construção de uma fábrica em Angola, faz um apelo às autoridades.
“O Estado angolano tem de resolver a questão dos vistos se quer atrair investimento. É inadmissível o que se passa”, diz. Os quatro trabalhadores da empresa que estão a dar formação no país são obrigados a regressar de três em três meses para revalidar o visto de turista. Obter uma autorização para trabalhar em Angola pode demorar dois anos e o “Jornal de Negócios” noticiava há dias que, por este motivo, as empresas portuguesas de construção civil “estão à beira da ruptura por falta de pessoal qualificado”.
Para tentar contornar o problema, foi aprovada recentemente legislação que cria vistos para empresas com a duração de um ano, evitando as deslocações sucessivas a Portugal. “Agora é uma questão de ver como se passa da teoria à prática”, comenta Fernando Faria. Bernardino Meireles começou a preparar a entrada em Angola em Setembro do ano passado e conseguiu o alvará para iniciar actividade comercial em Maio. Até à construção da fábrica, empresa de Paredes vai vender equipamentos hoteleiros e formar quadros angolanos. “Neste momento exportamos muito pouco para lá, mas prevemos atingir os 15 por cento no próximo ano”, revela. O FMI diz que Angola mostrou que está a conseguir ultrapassar os efeitos da guerra. A economia cresceu e as perspectivas de crescimento não passaram despercebidas às empresas nacionais. Só em 2006 foram aprovados 191 projectos de investimento, sensivelmente o mesmo número de propostas que entraram entre 2001 e 2005. À delegação do AICEP chegam, por mês, cerca de 100 pedidos de informação.
O investimento português tem crescido desde 2002, mas o desinvestimento também segue o mesmo padrão: só em 2006 foram retirados mais de 198 milhões de euros. O investimento líquido, nesse período, foi de 131.557 milhões euros.
As dificuldades em fazer negócios podem começar logo com o primeiro telefonema.

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A ENORME IMPORTÂNCIA DE SE CHAMAR SANTOS

Economia • Sexta-feira 20 Julho 2007

Estar bem relacionado com Isabel dos Santos, (aqui numa foto antiga) é uma vantagem negocial

O rosto de Angola Isabel dos Santos, filha do presidente angolano, tem cada vez mais protagonismo no mundo dos negócios em português. Desde a PT, Espírito Santo, até Américo Amorim, a empresária de 34 anos está no topo no núcleo económico do regime de Angola. O próximo passo é a participação numa biorefinaria em Sines


Quem quiser fazer bons negócios com Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, os adjectivos têm de ser sempre positivos, é “uma boa empresária”, “extremamente dinâmica e inteligente”, “profissional” é, “correcta”, além de “afável”, “simpática” e “bonita”.
Esta caracterização da empresária de 34 anos, primogénita de José Eduardo dos Santos, não a impede de ser uma figura incontornável em Angola, ao mesmo tempo que expande os seus investimentos no território português.
Depois do Grupo Espírito Santo, PT e Américo Amorim, o próximo português a associar-se a Isabel dos Santos será Pedro Sampaio Nunes, no projecto de construção de uma biorefinaria em Sines. Este engenheiro fundou a Green Cyber, juntamente com o seu sócio Vítor Sousa Uva, ficando os dois com 30%. E, segundo afirmou o empresário, uma empresa onde Isabel dos Santos é sócia, ao lado do marido, Sindica Dokolo, ficará com 35%.
Os restantes 35% ficarão com uma terceira entidade, ligada à área industrial, que deverá ficar escolhida a curto prazo. Depois, os accionistas terão de aplicar cerca de 80 milhões de euros no projecto, ainda com contrato de investimento por assinar. Segundo Sampaio Nunes, que nasceu em Angola e trabalhou como consultor para a área energética, os dois encontraram-se por intermédio de conhecidos em comum ligados à petrolífera estatal angolana Sonangol.
A partir do primeiro contacto, e depois de verificarem que havia “um interesse e visão convergente” face ao advento dos biocombustíveis e importância da matéria-prima, o empresário português passou a lidar com os intermediários da empresária. “A engenheira Isabel dos Santos está muito bem assessorada”, sublinha.

Apelido precioso
Sampaio Nunes, que começou a trabalhar no projecto da biorefinaria em 2005, já garantira o aluguer e concessão de terrenos em Angola, mas a parceria com a filha de Eduardo dos Santos traz “novas possibilidades”.
Por outro lado, espera ter acesso a terrenos na República Democrática do Congo (RDG), país de origem de Sindica Dokolo. Tal como Isabel dos Santos em Angola, Sindika Dokolo, filho de um milionário cuja riqueza nasceu envolta em suspeitas, surge como figura que representa os interesses de negócios congoleses.
Isabel dos Santos também traz algum conhecimento do sector, já que o seu nome está associado ao projecto agrícola Terra Verde, uma parceria entre israelitas e angolanos. Criado em 2002, e gerido por especialistas israelitas, produz frutas e vegetais, abastecendo os principais retalhistas e restaurantes de Luanda, além dos refeitórios das empresas diamantíferas e petrolíferas.
Isabel dos Santos está também presente na Sagripek, sociedade de agro-pecuária partilhada com entidades como o Banco Africano de Investimentos (BAI) e os irmãos Faceira (parceiros da Escom e próximos de Eduardo dos Santos).
Tal como em outros casos, Isabel dos Santos, que raramente se deixa fotografar pela comunicação social, surge associada a vários investidores, e sempre indirectamente. No caso da Terra Verde, entre os seus parceiros estará o russo Gaydamak. Em 2004, em declarações à BBC, Gaydamak, acusado de traficar armas para Angola, dizia, referindo-se à Terra Verde, que pretendia satisfazer “todas as necessidades de Angola”.
Isabel dos Santos começou a despontar no seu país de origem em meados dos anos 90, após o regresso de Londres, onde vivia com a mãe, Tatiana Kukanova, e onde se licenciou em engenharia electrotécnica. Detentora de conhecimentos em gestão de empresas, depressa começou a vingar no mundo dos negócios, dominado pela “nomenklatura” do partido do poder, o MPLA. O primeiro projecto que lhe é atribuído surgiu através da Urbana 2000, entidade a quem foi adjudicada de forma expedita a recolha do lixo na zona de Luanda. Esta actividade era conduzida pela estatal Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (Elisal), mas a eficácia era reduzida e em 1997 a Urbana 2000 passou a gerir a Elisal e o negócio.

Após o regresso de Londres, em meados dos anos 90, Isabel dos Santos, detentora de conhecimentos em gestão de empresas, depressa vingou nos negócios, dominados pela “nomenklatura” do partido do poder, o MPLA, controlado pelo pai.
A empresária surge associada a diversos investidores, sempre indirectamente


Recolher dividendos
Por esta altura entra também no negócio dos diamantes, a segunda maior fonte de receitas depois do petróleo.
Também aqui os dados não são totalmente claros, mas uma análise de 2004 da “Partenariat Áfrique Canada” referia a possibilidade da empresária estar ligada à Tais, uma empresa suíça accionista da Ascorp, que comprava os diamantes dos “garimpeiros”, não licenciados. A “Antwerp Facet News Service”, organização dos representantes dos diamantes da Bélgica, esclarece que a Angola Diamond Corporation (ADC) “detida pelo empresário Noé Baltazar e Isabel dos Santos”, está a desenvolver uma das maiores produções destas pedras preciosas no Camutué.
Inicialmente, a concessão do Camutué estava adjudicada à Sociedade Mineira do Lucapa, uma “joint venture” da estatal portuguesa SPE com a Endiama.
Em 1997 a SPE ficou sem esta área, que transitou para a ADC.
Christian Dietrich, analista ligado ao sector, escreveu num estudo sobre a indústria de diamantes que o mais provável seria a ADC, por falta de capital, associar-se a um consórcio que garantisse a exploração,logo, o investimento, ficando com parte dos lucros. Esta é, aliás, uma modalidade corrente. No caso do Camatué o investidor escolhido foi a Namakwa Diamonds, do empresário sul-africano John Firth.
Além de Noé Baltazar, ex-responsável da Endiama, outro parceiro da filha do presidente angolano é o multimilionário russo/israelita Lev Leviev, sócio da mina do Catoca, a maior deste país, (via Daumonty) e da única unidade de lapidação de diamantes de Angola. Diversos relatos dão ainda conta do cruzamento da empresária com Noé Baltazar e Lev Leviev no capital da Sodiam, a entidade controlada pela Endiama para vender os diamantes no estrangeiro.
No caso da Escom, empresa do Grupo Espírito Santo e de Hélder Batalgia que explora a mina diamantífera do Luó com os russos da Alrosa, a Endiama, e mais duas empresas angolanas, fonte oficial afirmou que a empresa “não tem Isabel dos Santos nem como sócia nem como parceira em nenhuma das suas actividades”. Questionada sobre a identidade dos sócios para a área das pescas (Starfish) e aviação (Air Gemini), a mesma fonte afirmou que as duas empresas são controladas pela AMDL, que, por sua vez, é detida a 50 por cento pela Escom, ficando os outros 50 com sócios angolanos, entre os quais estão os irmãos Faceira.

Ligação aos Espírito Santo
A evidência dos contactos de Isabel dos Santos com empresas portuguesas surgiu há cerca de seis anos, através da banca e das telecomunicações.
Depois de o Banco Espírito Santo ter fundado o BESA em Angola, em 2001 (e do qual Helder Batalgia é administrador executivo), Isabel dos Santos fez parte do núcleo de accionistas locais que ficou com 20 por cento do capital. Na mesma altura em que o BES lançou o banco, a Portugal Telecom, participada pelo BES (veja infografia), comprou 25% do capital da Unitel, a quem José Eduardo dos Santos concedera os direitos de exploração de telemóveis por adjudicação directa.
Na altura, o “Expresso” escreveu que a PT não sabia determinar com exactidão quem eram os accionistas das empresas envolvidas na Unitel, compostas pela participada da Sonangol, a Mercury (25%) e por outros parceiros.
O então presidente da PT, Murteira Nabo, afirmou mais tarde que “a filha do presidente [de Angola] não é accionista directa da nova empresa, mas presumo que tem interesses numa das empresas accionistas”.
Foi através da Geni – Novas Tecnologias que Isabel dos Santos entrou nesta área de negócio, a qual tem dado bons resultados. Em 2006, segundo a PT, a Unitel teve receitas de 517 milhões de euros. Esta empresa é presidida por Manuel Domingos Vicente, o presidente da Sonangol que Américo Amorim colocou na administração da Galp Energia. Manuel Vicente, na Galp há um ano, é também administrador do banco angolano BAI e está ligado ao grupo Carlyle, fundo de investimentos norte-americano dominado por diversas figuras políticas, como George W. Bush (pai). A par da Caixa Galicia, a Sonangol foi a empresa escolhida por Amorim para partilhar os 33,3 por cento que o empresário garantiu na Galp, tendo os angolanos uma participação mais relevante do que os galegos, já que detêm 45 por cento da Amorim Energia, a “holding” sedeada na Holanda a quem está imputado o capital da petrolífera portuguesa. Apesar de haver diversas referências à participação de Isabel dos Santos neste negócio, não há evidências nesse sentido, embora possa estar ligada aos 45 por cento detidos pelos angolanos.Questionados sobre esta e outras questões, os responsáveis pela comunicação de Américo Amorim afirmaram que não poderiam responder em tempo útil. Em 2000, a revista norte-americana “New Yorker” ligava a empresária a uma sociedade petrolífera em Luanda, alegando que seria parceira em diversos consórcios com estrangeiros para a exploração de petróleo.O amigo AmorimEsteja ou não ligada ao negócio da Galp, cujos interesses na exploração de petróleo em Angola tendem a crescer, Isabel dos Santos encontrou em Américo Amorim um parceiro privilegiado. Em Abril de 2005, conforme noticiou o PÚBLICO,Fernando Teles saiu da direcção do Banco Fomento de Angola (BFA, detido a 100 por cento pelo grupo BPI) para fundar uma nova instituição.Os sócios: Isabel dos Santos (25%), Manuel Ferreira (da Martal, empresa de supermercados e imobiliário), Sebastião Lavrador (presidente de um pequeno banco, o Sol, e ex-governador do Banco Nacional de Angola), o próprio Fernando Teles e um grupo luso-brasileiro. Logo depois, Amorim ficou com 25% do capital dessa nova instituição, o Banco Internacional de Crédito (BIC). Com uma rapidez impressionante na abertura de balcões, o BIC disputa hoje a liderança do mercado com o BFA, ao mesmo tempo que o Estado tem vindo a exigir que 50 por cento do capital dos bancos portugueses no país passem para investidores locais.
O investimento português em Angola atingiu os 330 milhões de euros no ano passado. A burocracia faz dilatar prazos


Além de continuar a reforçar o número de balcões e depósitos em Angola, o BIC já entregou o pedido para abrir actividade em Portugal, com a perspectiva de colocar o ex-ministro Mira Amaral na presidência. Embora o Banco de Portugal não comente o processo, o PÚBLICO apurou que este está em fase de análise, e que a decisão deverá estar tomada no início do ano que vem. Em termos accionistas, a ideia é replicar a estrutura actual no mercado português.

O último grande negócio que envolveu os dois empresários surgiu com a saída, em ruptura, do mercado angolano por parte da Cimpor. O grupo controlado pela Teixeira Duarte tinha comprado, em Novembro de 2004, 49 por cento da maior empresa do sector desde país, a Nova Cimangola, onde já estavam o Estado angolano (39,8 por cento) e o BAI (9,5 por cento). Um ano depois já estava instalado o conflito entre as empresas, que só ficou resolvido com a saída da Cimpor, em Outubro de 2006. Os 49 por cento passaram então para as mãos da Ciminvest, cuja propriedade é atribuída pela comunicação social a Américo Amorim e Isabel dos Santos. Tendo em conta a aproximação ao projecto da biorefinaria em Sines, pode-se pensar que os negócios da “ princesa imbatível”, como já foi apelidada em Luanda, não se fiquem por aqui no que toca a Portugal. A ligação segue a lógica da grande proximidade que existe entre o território nacional e a família Dos Santos, mas também o interesse de Angola num país que lhe dá garantias de protecção.

Angola vê em Portugal um local seguro para os seus negócios, investimentos e aplicações financeiras, ao contrário, por exemplo, da França, onde decorrem investigações judiciais atentas às movimentações em contas bancárias na Suíça e Luxemburgo da família Eduardo dos Santos e de figuras do seu círculo mais próximo – desde militares a ministros.

Para os empresários portugueses, segundo um jornalista angolano que tem acompanhado estes processos, as vantagens de associação a Isabel dos Santos são óbvias: “Encontra as portas escancaradas. Sem a cobertura de Isabel, receio que Amorim não pudesse entrar no capital da Nova Cimangola e em outros negócios”.Na esmagadora maioria dos casos, será verdade. Mas todas as regras têm excepção, e a Iduna parece ser uma delas. No início de 2006, o presidente desta empresa de mobiliário de escritório, Alberto Carvalho de Araújo, anunciou que iria abrir uma fábrica em Angola, ficando Isabel dos Santos com 45 por cento, A Iduna já abastecia o recheio dos balcões do BIC e a fábrica devia ter começado a laborar logo nesse ano, mas as obras ainda nem começaram. O empresário admite que o processo tem sido mais lento do que esperava, mas sublinha que “a fábrica vai avançar”.Com vendas de 12 milhões de euros em 2006, o problema talvez seja a sua pequena dimensão, juntando-se assim à lista de grupos que encontram dificuldades em investir neste país (veja texto ao lado).

Sendo certo que Isabel dos Santos tem poder económico, logo, muita influência, fazendo parte das pessoas que compõem o círculo íntimo de Eduardo dos Santos e controlam os negócios em Angola, a sucessão política parece estar orientada para o seu irmão, José Filomeno dos Santos, conhecido como Zenu. Outra irmã, Tchizé, casada com um português, já tem menos ramificações empresariais, mas nem por isso deixa de ter os seus investimentos, além de ser a responsável pela revista Caras em Angola.

E os três fazem parte o suporte económico do núcleo central do regime, representado por diversos generais, políticos, ministro e ex-ministros, garantido de forma transversal e através de diversas trocas de participações, num país onde não parecem existir leis de incompatibilidades.

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terça-feira, 24 de julho de 2007

APANHADO




A BUFARIA ...

Num Portugal moderno, à imagem do primeiro ministro, ex-engenheiro e diplomado à pressa a um domingo, José Sócrates ...
... Há bufos por toda a parte

AS COISAS QUE SÓCRATES SABE ...


EQUIPAMENTOS PARA O F.C. PORTO PARA 2007/2008

Pelo que se vê e ouve pela imprensa e pelos telefonemas interceptados pela PJ, é reconhecidamente um equipamento à verdadeira dimensão do seu presidente, e de MUITOS mais ...

ÀS ARMAS ... ÀS ARMAS ... CONTRA ESTE ROUBO ... MARCHAR ... MARCHAR

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1) Para quem não saiba quem é Alan Greenspan, fique a saber que é um senhor nascido em Nova Iorque, de origem judaica, que gostava de tocar saxofone na adolescência, que se doutorou em Economia e que foi nomeado pelo presidente Reagan, em Junho de 1987, "Chairman of the Board of Governors of the Federal Reserve" - nomeação confirmada pelo Senado dois meses depois.
2) O "Federal Reserve" está para os americanos como o Banco de Portugal está para nós. E por que estou eu com toda esta conversa sobre o Sr. Greenspan? Porque quando ele deixou o lugar, em Janeiro de 2006, auferia anualmente, pelo desempenho daquele alto cargo, a módica quantia de 186.600 dólares norte-americanos por ano -- qualquer coisa como 155.000 euros. O valor dos honorários dos outros membros do Conselho de Administração ("Vice-Chairman" incluído) é de cerca de 150.000 euros.
3) Agora, sabem quanto pagamos ao Governador do Banco de Portugal, um senhor dotado de prodigioso crânio, que dá pelo nome de Vítor Constâncio? Não sabem, pois não? Então pasmem: 280.000 euros, leram bem, DUZENTOS E OITENTA MIL EUROS! É claro que uma grande potência como Portugal, que possui o dobro da influência, à escala planetária, dos insignificantes EUA, tinha de pagar muito bem ao patrão do seu Banco, além de todas as incontáveis mordomias que lhe dispensa, tal como aos seus pares daquela instituição pública. Também é claro que a verba do americano é fixada pelo Congresso e JAMAIS (como diria o bronco do Lino) pelo próprio, ao contrário do que se passa no país dos donos do mundo e dos maiores imbecis que habitam o planeta Terra.
4) O que mais impressiona nestes números é que o homem que é escutado atentamente por todo o mundo financeiro, cuja decisão sobre as taxas de juro nos afecta a todos, ganha menos do que o seu equivalente num país pobre, pequeno, periférico, que apenas uma ínfima parcela desse território presta alguma atenção! Até a reforma do Mira Amaral é superior à do Greenspan! Talvez não fosse má ideia espreitarem o portal do Banco de Portugal e verem quem por lá passou como governador, http://www.bportugal.pt e cliquem em "história".
5) Por que razão esta escandalosa prática se mantém? Pela divisa do Conselho de Administração do Banco de Portugal que deve ser parecida com algo assim: " Trabalhe um dia, receba uma pensão de reforma vitalícia e dê a vez a outro."
6) Os sucessivos governadores do Banco de Portugal têm muito em comum. Por exemplo, sempre que aparecem em público de rompante é porque vem aí borrasca! -- "Os portugueses vivem acima das suas possibilidades. Há que cortar nos ordenados, há que restringir o crédito!" Proclamam-no sem que a voz lhes trema, mesmo quando se sabe que o actual governador aufere rendimentos que fariam inveja a Alan Greenspan. No fundo, o que eles nos querem dizer é, "Vocês vivem acima das vossas possibilidades, mas nós não!" Têm carradas de razão.
7) As remunerações dos membros do conselho de administração do Banco de Portugal são fixadas, de acordo com a alínea a) do art. 40.º da Lei Orgânica, por uma comissão de vencimentos. E quem foi que Luís Campos e Cunha, o então ministro das Finanças e ex-vice-governador do Banco de Portugal, nomeou para o representar e presidir a essa comissão? O ex-governador Miguel Beleza, o qual, como adiante se verá, e caso o regime da aposentação dos membros do conselho de administração também lhe seja aplicável como ex-governador do Banco, poderá beneficiar dos aumentos aprovados para os membros do conselho de administração no activo. Uma seita a que o comum dos portugueses não tem acesso e sobre a qual lhe está vedada toda e qualquer informação, filtradas que são todas as que não interessa divulgar pelos meios da subserviente comunicação social que temos.
8) Mas tão relevantes como os rendimentos que auferem, são as condições proporcionadas pelo Banco de Portugal no que respeita à aposentação e protecção social dos membros do conselho de administração.
9) O regime de reforma dos administradores do Banco de Portugal foi alterado em 1997, para "acabar com algumas regalias excessivas actualmente existentes." Ainda assim, não se pode dizer que os membros do conselho de administração tenham razões de queixa. Com efeito, logo no n.º 1 do ponto 3.º (com a epígrafe "Tempo a contar") das Normas sobre Pensões de Reforma do Conselho de Administração do Banco de Portugal se estabelece que, "O tempo mínimo a fundear pelo Banco de Portugal junto do respectivo Fundo de Pensões, será o correspondente ao mandato (cinco anos), independentemente da cessação de funções ."
10) Que significa isto?
Um membro do conselho de administração toma posse num belo dia e, se nessa tarde lhe apetecer rescindir o contrato, tem a garantia de uma pensão de reforma vitalícia, porque o Banco se compromete a "fundear" o Fundo de Pensões pelo "tempo mínimo (?) correspondente ao mandato (cinco anos)". (Ver "divisa" no parágrafo 5).
11) Acresce que houve o cuidado de não permitir interpretações dúbias que pudessem vir a prejudicar um qualquer membro do conselho de administração que, "a qualquer título", possa cessar funções. O n.º 1 do ponto 4.º das Normas sobre Pensões de Reforma dissipa quaisquer dúvidas: "O Banco de Portugal, através do seu Fundo de Pensões, garantirá uma pensão de reforma correspondente ao período mínimo de cinco anos, ainda que o M.C.A. [membro do conselho de administração] cesse funções, a qualquer título ."
12) Quem arquitectou as Normas sobre Pensões de Reforma pensou em tudo?
Pensou, até na degradação do valor das pensões.
É assim que o n.º 1 do ponto 6.º estabelece por sua vez: "As pensões de reforma serão actualizadas, a cem por cento, na base da evolução das retribuições dos futuros conselhos de administração, sem prejuízo dos direitos adquiridos ."
13) E o esquema foi tão bem montado que as Normas sobre Pensões de Reforma não deixam de prever a possibilidade de o membro do conselho de administração se considerar ainda válido para agarrar uma outra qualquer oportunidade de trabalho que se lhe depare. Para tanto, temos o ponto 7.º, com a epígrafe "Cumulação de pensões", que prevê: "Obtida uma pensão de reforma do Banco de Portugal, o M.C.A. [membro do conselho de administração] poderá obter nova pensão da C.G.A. ou de outro qualquer regime, cumulável com a primeira (!)."
14) Mas há mais.
O ponto 8.º dispõe que o "M.C.A. [membro do conselho de administração] em situação de reforma gozará de todas as regalias sociais concedidas aos M.C.A. e aos empregados do Banco, devendo a sua pensão de reforma vir a beneficiar de todas as vantagens que àqueles venham a ser atribuídas."·
15) Não restam dúvidas de que fez um excelente trabalho quem elaborou as Normas sobre Pensões de Reforma do Conselho de Administração do Banco de Portugal. Pena é que não tenha igualmente colaborado na elaboração do Código do IRS, de modo a compatibilizar ambos os instrumentos legais. Não tendo acontecido assim, há aquela maçada de as contribuições do Banco de Portugal para o Fundo de Pensões poderem ser consideradas, "direitos adquiridos e individualizados dos respectivos beneficiários" e, neste caso, sujeitas a IRS, nos termos do art. 2.º, n.º 3, alínea b), n.º 3, do referido código. No melhor pano cai a nódoa.

Minhas amigas e meus amigos: depois de tudo quanto os mais velhos já assistiram nos últimos 33 anos, e de tudo quanto temos vindo a assistir desde 2005, do candidato a Belém que Sócrates escolheu, do aborto, da OTA, do TGV, das reformas de miséria, da "hotelização" do litoral alentejano, das mentirolas e falsificações de documentos do primeiro-ministro, da saída do ministro mais influente do governo para "namorar" dois anos de presidência da CML, das gafes inqualificáveis do Lino e do Pinho, estamos à espera do que mais para passar à acção?

Às armas, é o que é, e contra os ladrões, marchar, marchar!
Ah, e por favor não reencaminhem isto para o Greenspan - ainda dá uma dor fininha ao pobre coitado...
Ó Toninho, onde é que distribuem as armas?
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domingo, 22 de julho de 2007

SE O BRASIL TEM O LULA DA SILVA ... PORQUÊ QUE NÓS NÃO PODEMOS TER O JOSÉ SÓCRATES?

Há tempos circula pela Internet uma apresentação que questionava o porquê dos nossos países serem "pobres".
Basicamente está na forma como desperdiçamos os recursos públicos. Por um conceito atávico, acreditamos que o público não tem dono e portanto, há que meter a mão grande. Isto tudo, vem a propósito dos chorudos vencimentos que os nossos portugueses governantes, deputados, administradores públicos, governador do Banco de Portugal e toda essa comandita ganham.
Quando no Brasil se esperava que o Lula e o PT , que sempre falaram de ética na politica, como Sócrates fala em rigor e em excelência viesse para corrigir este tipo de desvio ... Qual o quê!!
Multiplicaram por mil os desmandos e o compadrio na administração pública. O mesmo Lula passou de 16 para 37 ministérios, dando guarida a uma série de sindicalistas medíocres e que agora, tal como cá em Portugal, auferem chorudos salários nas empresas do governo, para nada produzirem de bom para o país. A cartilha foi a mesma e o choradinho é conhecido.
Bem pode Jorge Sampaio gritar que há mais vida para além do deficit, está bem, está. Primeiro ... EU, segundo ... EU, terceiro ... EU ...


Estes então, estão muito bons.

Depois do P.A.C.(PÃO, ÁGUA e CIRCO) Lula vai criar mais 7 novos programas, para resolver definitivamente os problemas do país:

1 - Base de Operações Legislativas Avançadas - B.O.L.A. (em Angola chama-se "gasosa", em Portugal são "luvas")
2 - Programa Intensivo de Auxílio Didáctico ao Analfabeto - P.I.A.D.A.
3 - Programa de Revisão Orientado para o Próprio Interesse nas Nomeações em Autarquias - P.R.O.P.I.N.A.
4 - Mensuração da Eficiência Real das Decisões Administrativas - M.E.R.D.A.
5 - Serviço de Apoio aos Companheiros que Actuam Nacionalmente, Aliciando Governadores, Empresários e Magistrados - S.A.C.A.N.A.G.E.M.
6 - Fundo para Operações Destinadas aos Apadrinhados - F.O.D.A.
7 - Programa de Interesse Regional das ONGs Cadastradas na Amazónia - P.I.R.O.C.A.

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CONCURSO PARA PROFESSOR TITULAR - DA IMBECILIDADE AO AUTISMO

Recebida por email, não resisti à publicação da carta de uma colega dirigida à nossa ministrinha da educação onde percebemos o estado de espírito em que se encontram imensos professores, vítimas de uma arrogante incompetência que não consegue ver para além do seu próprio umbigo.
Isto tem a ver, como se percebe, com a aberração de um concurso hipócrita, injusto e revoltante como é o concurso para professor titular, ao nível da melhor imbecilidade e autismo.


À Ministra da Educação
Av. 5 de Outubro, 1071069-018 LISBOA


Assunto: os critérios do 1º concurso para professor titular e odesperdício de professores

Excelentíssima Senhora Ministra da Educação,

Ensino Francês na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, e sou um dos muitos professores do 10º escalão do nosso país que não somam os 95 pontos para acederem ao 1º concurso para professor titular. Não venho lamentar-me e muito menos pedir um tratamento de excepção, antes apresentar um exemplo que ajude V. Exª a meditar sobre as injustiças dos critérios que decidiu adoptar para este concurso.
Adianto que pertenço ao grupo de professores que defendem uma avaliação séria da qualidade – e sublinho QUALIDADE - das nossas prestações profissionais e mesmo da existência de duas carreiras que se distingam, mais uma vez, pela QUALIDADE daquilo que cada um de nós sabe fazer e do modo como o faz.

Considerar apenas os últimos sete anos em carreiras com mais de trinta releva de um grande desrespeito pelo trabalho de uma vida; valorizar exageradamente cargos de natureza marcadamente administrativa em detrimento dos cargos verdadeiramente pedagógicos é negar a intenção sobejamente anunciada de conferir mais qualidade e mais sucesso à educação e ao ensino nas nossas escolas; fixar um total de 95 pontos, fasquia agora generosamente descida de um montante inicial quase inatingível, só gera injustiças num enorme grupo de professores que devia aceder a titular sem ter que saltar barreiras.
Dos critérios adoptados, Senhora Ministra, estão à vista consequências que deveriam fazer pensar o Ministério que V. Exª tutela, pois desperdiçam recursos humanos que empobrecem as nossas escolas.
E aqui chego à minha situação pessoal.
Se me permite um pequeno historial, alinho de seguida as minhas actividades dos últimos sete anos:
- Professora do 8o Grupo B do Quadro da Escola Secundária Passos Manuel - (destacada de 1999-2000 a 2003-2004 na Associação Portuguesa dos Professores de Francês; em exercício de funções de 2004-2005 a 2005-2006)
- Orientadora de estágio pedagógico de Francês da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, realizado na Escola Secundária Passos Manuel (2005-2006)
- Presidente da Comissão Executiva da Associação Portuguesa dos Professores de Francês (de 1993 a 2006)
- Presidente da Federação Nacional das Associações de Professores de Línguas Vivas (de 1995 a 2002)
- Membro do Conselho Nacional de Educação (de 1997 a 2001)
- Membro do Conselho Consultivo do Currículo Nacional do Ensino Básico (de 1999 a 2000)
- Co-autora do Currículo Nacional do Ensino Básico (de 1999 a 2000)
- Autora-coordenadora dos programas de Francês do Ensino Secundário em vigor (de 1999 a 2000)
- Formadora certificada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua nas áreas A34 – Francês e C05 –Didácticas Específicas (Francês), com o registo CCPFC/RFO-06415/98 (de 1998 até à presente data), com dezenas de sessões de formação contínua de professores de Línguas dinamizadas em muitas escolas do país.
- Directora do Centro de Formação desta Associação Portuguesa dos Professores de Francês (de 1999).

Todavia, poucas destas actividades contam. Algumas, como a autoria de programas, só contariam se fossem simultâneas ao trabalho efectivo na escola, o que prova que mais que a capacidade para fazer programas conta o malabarismo em gerir a multiplicidade de tarefas.
Aquela seriação pode parecer um exercício de imodéstia, mas é essencial para demonstrar que no meu percurso profissional recente houve um trabalho com parceiros muitos diversificados, forçosamente com especialistas nacionais e estrangeiros, que me ajudaram a construir um saber que aperfeiçoou muito significativamente a minha prática lectiva, me permitiu compreender a Escola e a minha profissionalidade de uma forma mais rigorosa e plural e, finalmente, me concedeu o reconhecimento por pares e superiores hierárquicos.

Ao referir o meu caso, não esqueço o de todos aqueles colegas que, tendo tido um percurso diferente, realizaram um trabalho de muita qualidade e vêem igualmente negado o acesso a um patamar que é deles de direito.

Refiro-me aos formadores de professores reconhecidos pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua que, durante anos, dinamizaram inúmeras sessões de formação contínua.
Refiro-me aos professores que publicam a sua reflexão pedagógica e didáctica (e não falo de elaboração manuais escolares, que, pela sua natureza comercial, não deveriam constituir um critério de admissão de professores) que fundamenta algumas das linhas de força de muitas decisões de política educativa.
Refiro-me igualmente aos colegas que não desempenharam cargos por terem tido horários completos, não necessitando de os “preencher” com uma direcção de turma, uma coordenação de disciplina ou outro. Infelizmente, a rotatividade quase obrigatória destes e de outros cargos de gestão intermédia das escolas tem frequentemente desvirtuado a sua vertente educativa e formadora, quase deixando de ser importantes as pessoas que os desempenham.

Onde tem estado, em muitíssimos casos, a preocupação em adequar o perfil do professor ao cargo que vai desempenhar? E nos critérios de acesso a este concurso, onde esteve a preocupação em contemplar as práticas de formação e de avaliação imprescindíveis para futuros avaliadores dos seus colegas?

Senhora Ministra, gostaria que meditasse na orientação que está a dar à vida das nossas escolas e revisse algumas das suas decisões no sentido do estímulo da qualidade e da inovação.
Assim o fez a França ao atribuir-me duas condecorações em reconhecimento do meu trabalho pela causa e pelo ensino do Francês, trabalho que o governo do meu país não valoriza.

Os meus cumprimentos
(Zélia Sampaio Santos)

IVG, GRAVIDEZ E DOENÇA

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Em Portugal a interrupção voluntária da gravidez dá direito a 30 dias de Licença com 100% do ordenado !

Mas uma mulher que esteja grávida e que se veja forçada a ficar de baixa antes do parto, sem este ser de risco, recebe um subsídio de 65% do seu ordenado ;
e
uma mãe que tenha de assistir na doença um seu filho menor recebe apenas
65% do seu ordenado ...

Há coisas fantásticas, não há?
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sábado, 21 de julho de 2007

HABILITAÇÕES DE JOSÉ SÓCRATES ... NÃO MEXAM NO ASSUNTO!!

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Não podia perder esta.
Carlos Pinto, 59 anos, PSD, presidente da Câmara da Covilhã, deu recentemente uma entrevista à Revista VISÃO, nº 749 12 Jul. 2007, que não podia passar em branco. Diz que os comprovativos das habilitações de José Sócrates fazem parte de um «dossiê reservado». Que pode vir a agitar o País
Portanto, ... por favor ... Não mexam no assunto...

É num tom enigmático que Carlos Pinto lança um «conselho de amigo» aos socialistas. Neste município da Cova da Beira, há, segundo o autarca, «documentos que têm que ver com pessoas altamente colocadas, como é o caso do primeiro-ministro». Para já, toda a documentação encontra-se num «dossiê reservado». Foi através desta autarquia que o funcionário José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa entrou na Administração Pública.
Carlos Pinto confirma que parece haver «uma discrepância» nos certificados públicos do primeiro-ministro, posta em evidência pelas investigações ao processo académico da sua licenciatura em Engenharia Civil, na Independente.
Essa matéria já é do conhecimento do Ministério Público, que investiga a possível utilização de «título falso». As pistas recolhidas na Covilhã têm um interesse especial: são as únicas que apontam para factos que podem não estar prescritos. Como Carlos Pinto confirma, nesta entrevista, Sócrates «teve uma promoção», quando era ministro. Ou seja, este certificado, de 2000, permite aos investigadores retomar o fio desta meada.
(...)

Recentemente relacionou a publicitação de partes do relatório da Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) sobre a Câmara da Covilhã com o facto de existir, na autarquia, documentação «preocupante» sobre José Sócrates. A que é que se estava a referir concretamente?

Isso veio a propósito de uma discussão na Assembleia Municipal sobre o relatório do IGAT. Deputados socialistas extrapolaram circunstâncias desse relatório, o que me levou a dizer que me preocupava a existência de documentos já publicitados, não comprovados, que de certa maneira têm a ver com pessoas altamente colocadas, como é o caso do senhor primeiro-ministro. Gostaria muito que não se desse relevo à Câmara da Covilhã por essa via, porque quando se fala desta autarquia, sobre relatórios da IGAT, isso faz lembrar às pessoas circunstâncias que estão a decorrer, como os documentos que têm a ver com pessoas altamente colocadas. O mínimo de senso dos socialistas em relação a esta matéria seria terem alguma discrição.

Quando fala de documentos, refere-se ao currículo que foi depositado aqui, na autarquia?

Falo de documentos que – é público – foram solicitados à Câmara no pedido que foi feito pela Procuradora Adjunta. Não é segredo. Não revelei nada que não estivesse na decorrência de outros processos que escapam ao município. O sentido foi esse: Não chamem a atenção porque estão a avivar coisas que nesta altura não devem ser empoladas.

Foi um aviso aos socialistas? Um conselho de amigo?

Foi exactamente isso: um conselho de amigo. Não mexam no assunto porque a Câmara, do ponto de vista deste relatório do IGAT, não tem preocupações. Agora, não me façam estar preocupado com outras coisas que devem ser geridas com grande parcimónia...

Na sua opinião, quem poderá ter promovido essa «estranha coincidência», como lhe chamou, de aparecer o relatório ao mesmo tempo que a autarquia estava nos holofotes por causa da licenciatura de José Sócrates?

Posso fazer exercícios de imaginação, mas que não dão para situar isso pessoalmente. Mas posso dizer-lhe que dificilmente me enganarei sobre a origem das coisas.

E qual terá sido o objectivo?

Poria a questão neste sentido: Qual é o objectivo da pessoa que põe um recorte de jornal num escaparate e que depois vê esse documento transformar-se em motivo de intervenção do ministro? Qual é o objectivo de um professor que tece considerações e que depois é exonerado por ter dito estas palavras ou aquelas? O objectivo é haver um clima que pode proporcionar que existam pessoas no sistema partidário que querem mostrar serviço e fazer política por uma via absolutamente obtusa e incorrecta. É esse o objectivo: o desgaste daquilo que consideram os seus adversários políticos.

«Isto lembra o caso Charrua», desabafou. E acrescentou: «Acredito que haja funcionários que sejam mais papistas do que o papa». Acha que temos uma Administração Pública ao serviço de um partido ou subjugada ao poder?

Temos muita gente na Administração Pública a quem faz falta um sentido de ética do serviço público permanente e desligado dos circunstancialismos partidários. O País está a pagar uma pesada factura pelo facto de ter este ADN perturbante na AP. Precisávamos urgentemente de afastar, em primeiro lugar, a rotatividade que existe ao nível de certos responsáveis da AP. Estou a falar de nomeações políticas e partidárias. E devo dizer-lhe que tanto condeno as praticadas por este Governo como pelos anteriores. Precisávamos de estabilidade e de uma capacidade decisória que criasse confiança e segurança jurídica e formal nos actos. Não estou a dizer que não haja uma numerosa parte da AP que acredite que esse factor é importante. Mas o grave do problema está sobretudo ao nível das chefias. Eu não concebo que de cada vez que muda um governo, mude o director-regional da Educação, dos Desportos, disto e daquilo. Em que é que a manutenção de pessoas pode perturbar o facto de haver execução?

Atendendo a que recentemente se viveram, em Portugal, casos como o do professor Charrua ou o da directora-clínica do Centro de Saúde de Vieira do Minho, o que lhe apetece dizer sobre o estado da Democracia portuguesa? Está saudável?

Este tipo de coisas vem, provavelmente, de pessoas que pensam que ajudam o Governo e que o prejudicam imenso. Acho que isto pode ser muito prejudicial para o Governo e está a justificar a preocupação de pessoas dentro do PS. Pensei que nós éramos mais rápidos, depois do 25 de Abril de 74, a criar uma Democracia que não tivesse casos destes. Isto é muito mais próprio de uma período do PREC do que de um de decorrência normal da Democracia. Quando um caso não é perfeitamente isolado e revela que na Administração existem coisas assim em cadeia, já podemos começar a analisar como uma fenómeno que está a tentar despontar subjacente a um espírito e um estado de coisas que pode ser preocupante.

De onde conhece José Sócrates?

De jovem na Juventude Social Democrata. Eu não era da JSD, mas conheço-o de lá. Já destacado em relação aos seus pares. Já com uma postura diferente... de quem tinha uma personalidade forte.

Para si, não ficou nada por explicar no episódio Sócrates/Independente? Não ficou com dúvidas?

Entendi e entendo. Naquilo que diz respeito ao meu contacto com o problema, tomei conhecimento de que existia aqui um certificado que não era coincidente com um outro que também existia. Verifiquei essa situação como cidadão e nada mais. Como sabe, a entrada de documentos num dossiê pessoal depende do próprio. Eu limitei-me a dar ordens para quem esse dossiê tivesse um cuidado especial e que fosse documentação reservada. Dei ordens expressas para que só o vereador responsável tivesse acesso a essa documentação.

Para se proteger?

Absolutamente.

Como é que o documento chegou à Câmara da Covilhã? Entregue por quem?

O senhor engenheiro José Sócrates é engenheiro do quadro. Foi aqui que ele entrou na AP, tanto quanto sei. Depois, quando era ministro, teve a promoção que lhe competia e apresentou os documentos necessários, onde depois aparece essa situação de discrepância que parece existir.

Que outros documentos foram requeridos pela Direcção Central de Investigação e Acção Penal no âmbito da investigação à licenciatura de Sócrates?

Não lhe posso dizer porque é matéria que está em segredo de justiça. Está a haver um inquérito. Como é óbvio, e natural, foram-me solicitados elementos, mas não posso divulgar quais.

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SÓCRATEZINHOS ... SÓCRETINOS

Não criticar o chefe em público ou ao telefone. Tão-pouco dizer graçolas sobre a actuação do Governo.
Ter cuidado com o que se diz, onde se diz e, sobretudo, junto de quem se diz.
Convém não exagerar – nada disto é, como no antigo regime, proibido. Há, no entanto, a noção de que o funcionário exemplar é prudente nas afirmações, moderado nos comentários, contido nas objecções.
E que deve seguir o conselho zeloso da secretária de Estado adjunta e da Saúde, Carmen Pignatelli, tendo a «sensibilidade» de falar apenas «nos locais apropriados».
Pode dizer-se que Sérgio Abrantes Mendes, juiz do Tribunal da Relação de Évora, ignorou todas as recomendações quando, no princípio do mês, enviou um e-mail para os amigos e colegas, dando conta do seu estado de alma: «Se, antes do 25 de Abril, todos sabíamos que poderíamos ter problemas com a polícia política, para os novos pides não se torna necessário esticar tanto a corda: basta não ser apoiante do partido do Governo.»
À VISÃO, o antigo inspector-geral da Administração do Território e director-geral dos Serviços Judiciários explica que tomou a iniciativa de maneira a impedir que, à sua volta, se instale «um terror reverencial»:
«Estamos num estado orwerliano? Estamos num estado policial?»
A escritora e professora do ensino secundário Luísa Costa Gomes fala do sector que melhor conhece. E confessa-se «perplexa» perante o medo que anda no ar, no dia-a-dia das escolas:
«Os professores têm medo do desemprego. Têm medo de, no emprego, serem espiados, avaliados, denunciados pelos colegas, sabe-se lá por que razão. Há direitos fundamentais das pessoas que não estão a ser cumpridos, nas escolas.»
«Portugal não tem nem História, nem condições económicas, nem tradição moral de democracia – e as pessoas interiorizam muito facilmente medos antigos», conclui.

SSSHHHHIUUU ...


A revista Visão desta semana aborda o tema das crescentes críticas ao Governo, acusado de fomentar um clima de intimidação em relação àqueles que o criticam propondo um debate sobre esta matéria.
Estará mesmo a nossa liberdade em risco?
Falar baixinho, não criticar o chefe à frente dos colegas, evitar contar anedotas sobre a licenciatura do primeiro-ministro. Se vivemos em democracia, porque é que – nas escolas, nos hospitais e na administração pública – se voltou a viver em clima de medo? O que é que (ainda) nos resta do Portugal amordaçado?
É um facto que nos últimos meses, têm-se sucedido os casos de alegada perseguição política por membros do Governo de José Sócrates que têm amordaçado a nossa liberdade de expressão:
- A Directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, instaurou um processo disciplinar a Fernando Charrua, por este ter dito uma piada sobre José Sócrates. Margarida Moreira, que recebeu a delação por SMS, diz que o professor e ex-deputado do PSD insultou o primeiro-ministro, mas Charrua recusa a acusação. Até Jorge Coelho já disse tratar-se de uma situação «ridícula e inadmissível».
- Após três pareceres negativos da Comissão Nacional de Protecção de Dados, o Governo aprovou a interconexão de dados da Administração Pública. A Caixa Geral de Aposentações vai poder cruzar informações dos funcionários públicos e respectivas famílias.
- A coordenadora da Sub-Região de Saúde de Castelo Branco, Ana Maria Correia, avisou os serviços de que a correspondência enviada a «determinados funcionários» seria aberta. A medida causou mal-estar junto dos funcionários e a coordenadora assumiu que a nota interna continha «um erro de linguagem», acrescentando que onde se lê «determinados funcionários» deveria ler-se «funcionários em nome individual».
- O primeiro-ministro, José sócrates, apresentou uma queixa-crime contra António Balbino Caldeira, responsável pelo blogue Portugal Profundo, no qual se divulgaram informações sobre a licenciatura de José Sócrates.
- Correia de Campos, ministro da Saúde, exonerou a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, por um médico ter afixado, nas instalações, uma fotocópia com comentários jocosos a uma entrevista do ministro de Saúde, na qual este confessava que nunca tinha ido a um Serviço de Atendimento Permanente (SAP). Mário Soares criticou a actuação do Governo e Manuel Alegre achou a reacção «desproporcionada».
- O novo Estatuto do Jornalista altera o artigo 11.º referente ao sigilo profissional e prevê que a Comissão da Carteira passe a fiscalizar e a sancionar os jornalistas por violações deontológicas. O diploma é contestado pelo Movimento Informação é Liberdade e pelo Sindicato dos Jornalistas que pretendem evitar a promulgação do diploma.
- A presidente da Associação de Professores de Matemática, Rita Bastos, foi expulsa da Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional da Matemática pelo director-geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular por ter criticado a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.
- O governador civil de Braga, Fernando Moniz, pediu ao Ministério Público para investigar o que se passou na manifestação de Outubro do ano passado, em Guimarães, por ocasião de uma reunião do Conselho de Ministros. Segundo o Correio da Manhã, o relatório da PSP acusava alguns dos participantes de proferirem «palavras insultuosas» dirigidas ao primeiro-ministro, mas alguns dos arguidos alegam que nem sequer estavam presentes.

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