BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

LEGISLATIVAS 2009 - A MENTIRA (AFINAL) COMPENSA

Esta é daquelas eleições que dá para dizer que TODOS ganharam. A ideal.
Ganhou o PS porque ... ganhou, foi o primeiro.
Ganhou o PSD porque aumentou ligeiramente, ... mas aumentou
Ganhou o CDS porque passou para terceira força política e aumentou substancialmente o nº de deputados.
Ganhou o BE porque duplicou o nº de deputados.
Ganhou a CDU porque também, tal como o PSD, aumentou ligeiramente.

Mas, a verdade é que o PS perdeu a maioria absoluta, perdeu a arrogância e o insulto às diferentes classes sociais, ficou com menos 25 deputados. É, de facto, um derrotado.
O PSD quase consegue o resultado das anteriores eleições. Depois de 4 anos e meio de disparates, MENTIRAS e desgoverno, não foi capaz de cativar o povo português. Perdeu, e perdeu bem.
A CDU, passou para último lugar no parlamento. De facto, não ganhou nada mas agarra-se a pequenas coisas como se de uma tábua de salvação se tratasse. Uma campanha e uma ideologia fechada e a falar para dentro.
Quem de facto ganhou verdadeiramente? O CDS e o BE porque cresceram em percentagem e em deputados. E não cresceram pouco.



E Sócrates?
Os portugueses continuaram a votar nele como continuam, a votar em Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Isaltino de Morais, Avelino Ferreira Torres ou até, Ana Cristina Ribeiro, do Bloco de Esquerda, partido que gosta muito de se fazer passar por puritano mas na única câmara municipal que detém, a sua presidente é arguida.

Continuam a votar nele mesmo sabendo que o seu passado não é RIGOROSAMENTE NADA TRANSPARENTE (Independente, registos biográficos, CM da Covilhã, projectos na CM Guarda, freeport, Offshores ... querem mais?) não está RIGOROSAMENTE NADA ESCLARECIDO e continua a MENTIR DESCARADAMENTE. E mais, NINGUÉM NEGA OS DOCUMENTOS mas ... fazem parte de "uma campanha negra contra o Sócrates". Imagine-se !!

Poderia pensar ou dizer que apenas perseguiu com ódio os professores, mas não. Não há quase classe social que não tenha sentido a sua ira. Diria que foi uma loucura quase transversal às classes sociais portuguesas. O que era preciso era ... MALHAR ! MALHAR !!
As pessoas sentiram, estão desempregadas, passam dificuldades, têm os salários congelados mas, ... andam com alzheimer.

Atirou-se a quase TODAS as classes sociais e depois? ... andam com alzheimer.
Afrontou a Escola Pública e espezinhou os professores e a Educação melhorou? NÃO ... PIOROU !!
Afrontou e "qualificou" os Magistrados, e a Justiça melhorou? NÃO ... PIOROU !!
Afrontou e vexou os funcionários públicos e o funcionalismo mehorou? NÃO, ... PIOROU !!
Afrontou e humilhou a polícia, e a segurança melhorou? NÃO, ... PIOROU !!
Afrontou e desprezou os médicos que lhe fizeram frente e a saúde melhorou? NÃO, ... PIOROU !!
E por aí em diante ... mineiros, farmacêuticos, enfermeiros, funcionários judiciais, pilotos ... etc., só os jornalistas não fizeram greves e percebe-se PORQUÊ. São os "meninos de oiro".

E assim estamos nós, neste Portugal que tem o que merece, que chafurda na MENTIRA e na CORRUPÇÃO, que gosta da FALTA DE TRANSPARÊNCIA e OPORTUNISMO como quem alinha com prazer e em fila indiana para o toque rectal com um sorriso de orelha a orelha.

No final, vendo bem as coisas, até pode ter sido uma dádiva de sinal oposto à "crise" que tanto o favoreceu. É que agora, vai ter de trabalhar com o estado miserável em que deixou Portugal desde o déficit de 6% até às promessas que (re)prometeu e NUNCA cumpriu nem cumprirá.

Resta saber se depois os portugueses continuarão com alzheimer.

Admiram-se ???



LEGISLATIVAS 2009 - VOTAÇÃO NACIONAL


LEGISLATIVAS 2009 - VOTAÇÃO EM AVEIRO


LEGISLATIVAS 2009 - VOTAÇÃO NA FREGUESIA DE ESGUEIRA


ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2009: LISTA DOS DEPUTADOS ELEITOS PELOS DIVERSOS PARTIDOS

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PS - Partido Socialista

Açores
Ricardo Manuel Amaral Rodrigues
Luiz Manuel Fagundes Duarte
Luísa Santos

Aveiro
Maria de Belém Roseira
Afonso Candal
Sérgio Sousa Pinto
Rosa Maria Albernaz
Vítor Fontes
Filipe Neto Brandão

Beja
Luís António Pita Ameixa
Fernando Medina

Braga
António José Seguro
António BragaT
eresa Venda
Luís Miguel Laranjeiro
Fernando Moniz
Sónia Fertuzinhos
Laurentino Dias
Ricardo Gonçalves
Isabel Coutinho

Bragança
José Carlos Correia Mota de Andrade

Castelo Branco
José Sócrates
Fernando Serrasqueiro

Coimbra
Ana Jorge
Victor Manuel Bento Baptista
Horácio André Antunes
Maria Antónia Moreno Areias de Almeida Santos

Évora
José Carlos das Dores Zorrinho

Faro
João Soares
Miguel Freitas
Isilda Gomes

Guarda
Francisco Assis
José Albano Pereira Marques

Leiria
Luis Amado
José Miguel Medeiros
Maria Odete João
João Paulo Pedrosa

Lisboa
Jaime Gama
Alberto Costa
Inês Medeiros
José Vera Jardim
Vitalino Canas
Celeste Correia
Miguel Vale Almeida
Miguel Coelho
Manuela Augusto
João Serrano
Pedro Farmhouse
Manuela Melo
Ramos Preto
Duarte Cordeiro
Custódia Fernandes
Rui Pereira
Rui Prudêncio
Teresa Damásio
Marcos Sá

Madeira
Bernardo Trindade

Portalegre
Júlio Francisco
Miranda Calha

Porto
Alberto Martins
Teixeira dos Santos
Ana Paula Vitorino
José Lello
Augusto Santos Silva
Rosario Carneiro
Manuel Pizarro
Renato Sampaio
Isabel Oneto
Jorge Streche Ribeiro
Manuel Seabra
Maria José Gamboa
José Magalhães
Marques Júnior
Luísa Salgueiro
Fernando Jesus
José Manuel Ribeiro
Glória Araújo

Santarém
Jorge Lacão Costa
Idália Moniz
João Galamba
António Ribeiro Gameiro

Setúbal
José António Vieira da Silva
Eduardo Arménio Nascimento Cabrita
Eurídice Maria Sousa Pereira
Pedro Manuel Dias Jesus Marques
Ana Catarina Veiga S. M. Mendes
Catarina Marcelino Rosa Silva
Osvaldo de Castro

Viana do Castelo
Rosalina Maria Barbosa Martins
Defensor de Oliveira Moura
Jorge Manuel Capela Gonçalves Fão

Vila Real
Manuel Pedro Cunha Silva Pereira
José João Pinhanços Bianchi

Viseu
José Junqueiro
Acácio Pinto
Elza Pais
José Rui Cruz

PSD - Partido Social Democrata

Açores
João Bosco Mota Amaral
Joaquim Ponte

Aveiro
Fernando Couto dos Santos
Ulisses Pereira
Maria Paula da Graça Cardoso
Amadeu Soares Albergaria
Paulo Cavaleiro
Carla Maria de Pinho Rodrigues
Luís Filipe Montenegro

Braga
João de Deus Pinheiro
Miguel Macedo
Maria Francisca Fernandes Almeida
Fernando Nuno Fernandes Ribeiro
Emídio Guerreiro
Maria Teresa Machado Fernandes

Bragança
José Ferreira Gomes
Adão Silva

Castelo Branco
Carlos Costa Neves
Carlos São Martinho

Coimbra
Paulo Mota Pinto
Pedro Saraiva
Maria do Rosário Águas
Nuno Encarnação

Évora
Luís Capoulas

Faro
Jorge Bacelar Gouveia
José Mendes Bota
Antonieta Guerreiro

Guarda
António Carlos Peixoto
João Prata

Leiria
Teresa Morais
Fernando Marques
Paulo Baptista Santos
Maria da Conceição Bretts Jardim Pereira

Lisboa
Manuela Ferreira Leite
Luís Marques Guedes
José Matos Correia
Maria José Nogueira Pinto
Pedro Lynce
Arménio Santos
Clara Carneiro
António Preto
José Matos Rosa
Helena Lopes da Costa
Duarte Pacheco
António Leitão Amaro
Celeste Maria Amaro

Madeira
Alberto João Jardim
Guilherme Silva
Vânia de Castro Jesus
Filipe Correia de Jesus

Portalegre
Cristóvão Crespo

Porto
José Pedro Aguiar Branco
Miguel Frasquilho
Raquel Coelho
Agostinho Branquinho
Jorge Costa
Luísa Roseira
Sérgio Vieira
Luís Filipe Valenzuela Menezes
Margarida Almeida
Adriano Rafael
Pedro Duarte
Carla Barros

Santarém
José Pacheco Pereira
Vasco Cunha
Carina Oliveira

Setúbal
Fernando Negrão
Luís Filipe Rodrigues
Maria das Mercês Borges

Viana do Castelo
José Eduardo Martins
Luís Álvaro Campos Ferreira

Vila Real
António Montalvão Machado
António Monteiro Cabeleira
Isabel Maria Sequeira

Viseu
José Luís Arnaut
António Almeida Henriques
Teresa Santos
João Carlos Figueiredo

CDS - Partido Popular

Aveiro
Paulo Sacadura Cabral Portas
Raul Mário Carvalho Camello de Almeida

Braga
Telmo Augusto Gomes Noronha Correia
Altino Bernardo Lemos Bessa

Coimbra
João Manuel de Serpa Oliva

Faro
Artur José Gomes Rego

Leiria
Maria da Conceição O. Cristas Machado da Graça

Lisboa
Teresa Margarida Vasconcelos Caeiro
Luís Pedro Russo da Mota Soares
João Guilherme Nobre Prata Fragoso Rebelo
Isabel Maria Mousinho de Almeida Galriça Neto
Pedro Manuel Brandão Rodrigues

Madeira
José Manuel de Sousa Rodrigues

Porto
José Duarte Almeida Ribeiro e Castro
João Rodrigo Pinho de Almeida
Cecília Felgueiras de Meireles Graça
Michael Lothar Mendes Seufert

Santarém
Filipe Lobo d’Ávila

Setúbal
Nuno Miguel Miranda de Magalhães

Viana do Castelo
Abel Lima Baptista

Viseu
José Hélder do Amaral

BE - Bloco de Esquerda

Aveiro
Pedro Filipe Gomes Soares

Braga
Pedro Manuel Bastos Rodrigues Soares

Coimbra
José Manuel Marques da Silva Pureza

Faro
Maria Cecília Vicente Duarte Honório

Leiria
Heitor Nuno Patrício de Sousa e Castro

Lisboa
Francisco Anacleto Louçã
Ana Isabel Drago Lobato
Luís Emídio Lopes Mateus Fazenda
Helena Maria Moura Pinto
Rita Maria Oliveira Calvário

Porto
João Pedro Furtado da Cunha Semedo
José Borges de Araújo de Moura Soeiro
Catarina Soares Martins

Santarém
José Guilherme Figueiredo Nobre de Gusmão

Setúbal
Fernando José Mendes Rosa
Mariana Rosa Aiveca Ferreira

CDU - Coligação Democrática Unitária

Beja
José Mestre Soeiro

Braga
Agostinho Lopes

Évora
João Oliveira

Lisboa
Jerónimo de Sousa
Bernardino Soares
Rita Rato Araújo FonsecaJ
osé Luís Teixeira Ferreira
Miguel Tiago Crispim Rosado

Porto
José Honório Novo
Artur Jorge da Silva Machado

Santarém
António Filipe Rodrigues

Setúbal
Francisco LopesPaula Santos
Heloísa Apolónia
Bruno Dias


domingo, 27 de setembro de 2009

VOTAÇÃO NAS LEGISLATIVAS 2009

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Voto nulo, voto em branco e a abstenção,

são perfeitas NULIDADES


sábado, 26 de setembro de 2009

PAULO PEDROSO E A PERSEGUIÇÃO AO JUIZ RUI TEIXEIRA

A propósito da perseguição ao Juiz Rui Teixeira

Só para que eles saibam que nós sabemos. É só para recordar...

É uma boa altura para recapitular e tentar descobrir onde estará afinal O TAL erro grosseiro.

É para que todos saibam e para eles saberem que nós nos lembramos e sabemos!!!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

SONDAGENS LEGISLATIVAS 2009

Oiço sondagens que não me cheiram
Ando pela rua e falo com as pessoas.
Ou eu estou doido ou o povo português é hipócrita.
Também podem andar com medo de dizer em quem votam, com este governo já nada me admira.
A minha previsão é esta:

PS - 33-34%
PSD - 31-33%
BE - 11-13%
PP - 11-13%

CDU - 9-10%

ANA PAULA SANTOS - A BRIGADEIRA

Ana Paula dos Santos promovida a Brigadeiro na reserva enquanto militares apodrecem à espera de um simples reconhecimento da sua condição de combatentes . . .



A primeira Dama, Ana Paula dos Santos terá sido promovida ao grau militar de brigadeiro na reserva, em circunstâncias nunca tornadas publicas.
Em 2001 havia sido promovida a Coronel, a quando as autoridades atribuíram patenteamento alargado a algumas figuras como Silva Mateus e José Fragoso, conotados ao movimento “27 de maio”. Ambos haviam sido elevados a generais na reserva.

São mesmo desconhecidos os critérios ou passagem da mesma em alguma academia militar no país. Em geral, as primeiras damas, antes de os esposos tomarem posse são remetidas a um treinamento ou instrução com bases elementares acerca da própria segurança e em manterias de inteligência no sentido da gestão de informação de assuntos do Estado.

É provável (embora sem certeza) que a primeira dama tenha recebido alguma instrução militar ou de segurança. Uma das evidencias esta na forma como se comunica em “gestos” ou “sinais” com os seus seguranças quando deseja abandonar um local publico onde se encontra (cinemas, festas e etc).

A AGRICULTURA DO PS

Jornal de Negócios – 24 de Setembro - Olival biológico avança na Beira

DN – 24 de Setembro - CAP acusa Jaime Silva de falsificar cifras de apoio aos agricultores

Jornal de Notícias – 24 de Setembro - Portugal perdeu 71 milhões de euros

SIC – 23 de Setembro - Portugal foi o país da UE que mais fundos perdeu em 2008

Comunicado da CAP – 23 de Setembro - Comissão Europeia e OCDE desmentem Jaime Silva e a propaganda do governo contra os agricultores

Comunicado da CAP – 23 de Setembro - CAP acusa ministro de falsificar quadro de execução de fundos comunitários

Comunicado da CNA – 23 de Setembro - Desperdício de verbas comunitárias é fruto das más políticas agrícolas e financeiras

Agroportal – 23 de Setembro - A Propósito de asfixia democrática … ANEFA afastada do Conselho Florestal Nacional

JOSÉ SÓCRATES PROVINCIANO


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

MAIORIA ABSOLUTA DO PS

MAIORIA ABSOLUTA

O que é que o PS fez com a maioria absoluta que lhe foi dada?

Ofereceu-nos um primeiro-ministro “não-socialista”, trapaceiro, narcisista, oportunista, autoritário e arrogante, destituído de cultura, de perspectiva histórica e de ideologia;

Um primeiro-ministro que alega desconhecer a lei, que ele próprio fez aprovar, para fumar, às escondidas, num avião;

Um primeiro-ministro que, no plano pessoal, mostra um carácter pouco recomendável, ao usurpar o título profissional de engenheiro, quando na realidade não o é ( independentemente das trapalhadas da sua licenciatura na Universidade Independente) pelo simples facto de a Ordem dos Engenheiros não reconhecer aquele curso daquela universidade;

Ofereceu-nos um governo de inaptos, com ministros sem opinião própria, acobardados face à arrogância do chefe;

Aumentou-nos a carga fiscal (excepto à Banca, relativamente à qual a diminuiu), contrariamente ao anunciado no seu programa eleitoral, de forma brutal e sem qualquer laivo de consciência social;

Reduziu o défice, à custa desse aumento da carga fiscal, sem qualquer melhoria palpável na eficiência do Estado e com significativa redução das regalias sociais;

Promoveu, em todas as entidades estatais, o espírito da caça à multa, em detrimento da pedagogia e da prevenção, numa atitude de gananciosa obtenção de receitas;

Hostilizou vários sectores da nossa sociedade, sem que daí adviesse qualquer benefício para o funcionamento das instituições e respectivas actividades;

Empenhou-se na destruição do Estado Social e na precarização total do emprego, impondo uma nova Lei do Trabalho, que acaba com a necessidade de haver “justa causa” para despedir, instalando a insegurança total no emprego;

Criou sérios problemas na prestação de cuidados de saúde;

Desautorizou os professores e empenhou-se em falsear as estatísticas do aproveitamento escolar, promovendo o facilitismo, dando origem à criação de uma geração de analfabetos com “computador e doutoramento”;

Mostrou-se um falhanço total, no plano da economia do país, tendo aumentado as falências, as deslocalizações de empresas nacionais e estrangeiras, o desemprego e, genericamente, as dificuldades de todos os sectores da nossa actividade produtiva;

Falhou em todas as promessas eleitoralistas, com particular destaque para a de “não aumento de impostos” e a da criação de um “aumento líquido de cento e cinquenta mil postos de trabalho”;

Não conseguiu captar investimento estrangeiro de forma sustentável, dado que não foi capaz de tornar o País atractivo e competitivo;

Mendigou, em nome da “real politic” junto de líderes estrangeiros pouco recomendáveis, devido às atrocidades que cometem reiteradamente, elogiando nomeadamente o governo de Angola, de forma escandalosa, ao dizer que aquele tem desenvolvido um “trabalho notável” (talvez por lidar com muitas notas!...) mostrando, claramente, já não haver lugar para princípios;

Fez com que, em 2008, atingíssemos o recorde absoluto de endividamento em relação ao estrangeiro – 100% do PIB – coisa nunca antes ocorrida;

O grau de pobreza aumentou, de forma generalizada, em todo o País – quase metade dos portugueses está vulnerável à pobreza;

Aumentou a emigração de pessoal com qualificações superiores, empobrecendo, assim, o lote de aptos e disponíveis para integrarem os quadros dirigentes do País;

Foi complacente com escandalosas retribuições e benesses de gestores públicos e privados;

Foi incapaz de fazer cumprir a lei e de manter a ordem pública, aquando da insurreição dos camionistas, mostrando que apenas era forte relativamente aos fracos, sendo medroso em relação aos fortes, caindo, assim, por terra, a imagem propagandeada de firmeza;

Nada fez para contrariar o aumento da criminalidade, não sendo capaz de dar resposta ao crescente sentimento de preocupante insegurança, que se instalou no país;
Tem, pois, sido fraquíssimo quando e onde deveria ser forte (ex.: na luta contra a corrupção e contra as corporações e os interesses lautamente instalados) e tem sido fortíssimo onde deveria ser fraco (ex.: na intromissão na vida privada e social dos cidadãos);

Falhou na União Europeia, patrocinando o chamado “Tratado de Lisboa”, cuja ratificação pelos estados membros veio a fracassar, por falta de democraticidade do processo e reprovação das manobras de bastidores, o que o transformou no “Destratado de Lisboa”;

Negou aos portugueses o direito de se pronunciarem sobre este tratado, não promovendo o referendo, com o qual se tinha comprometido no seu programa eleitoral;
Recebeu em Portugal Robert Mugabe, apadrinhando, assim, um criminoso tirano;

Não foi capaz de prevenir a crise dos combustíveis, mediante a definição atempada de uma estratégia energética para o país, continuando à deriva nesta como noutras matérias, demitindo-se das suas responsabilidades e remetendo-se à cobarde posição de atribuição de todas as culpas às instâncias internacionais e ao funcionamento do mercado-livre e à especulação, no que é contrariado pelo Fundo Monetário Internacional FMI) que veio dizer, claramente, que a crise em Portugal se deve a razões internas;

Apadrinhou o comportamento da Galp, a qual se aproveitou da subida ( em dólares e não em euros ) do preço do petróleo para aumentar discricionariamente o preço dos combustíveis, não os baixando na mesma proporção sempre que o preço do petróleo entrava em queda;

Criou um sistema de controlo da informação e de propaganda, essencialmente preocupado com a ocultação das enormes debilidades e com a gestão da imagem, digno de fazer inveja ao anterior regime;

Criou as “Novas Oportunidades” – uma enorme encenação de “formação”, que apenas se limita a atribuir “canudos” a nulidades, que nada aprenderam de útil para a sua integração na nossa economia real, iludindo, apenas, as estatísticas do nosso atraso cultural e tecnológico;

No caso BPP, não assumiu as responsabilidades do Estado, inerentes à falta de supervisão. Discriminou clientes no próprio BPP e em relação aos clientes do BPN, não pautando as suas decisões por critérios de justiça, mas sim pela avaliação da existência ou não de risco sistémico, não contribuindo, em nada, para a credibilização da banca;

Reagiu mal e tardiamente à crise, tentando disfarçá-la com um optimismo
estúpido.

Os sacrifícios, que a grande maioria dos portugueses vêm suportando e aos quais os gestores, os políticos e os respectivos afilhados se eximiram, foram em vão, tendo servido apenas para uma redução do défice, não sustentada!!! Este um magro resultado para um governo com tanta propaganda de eficiência!!!

A avaliação de um governo faz-se olhando para os resultados alcançados no quotidiano dos cidadãos e, no caso do governo de maioria do Iiiingiiiiiiiinheiro
Sócrates, eles foram:

Maus na Educação
Maus na Saúde
Maus na Economia
Maus na Justiça
Maus na Segurança Interna
Maus no Ambiente
Maus na Agricultura
Maus na decência e no exemplo para com os cidadãos
Maus na credibilidade e liberdade da informação

“Bons” na demagogia, na mentira, no compadrio e na roubalheira!


É por isso que chegou a hora de dizer BASTA!

Votem em qualquer outro partido!
No PS (que deixou de ser socialista…) NÃO!

Com maioria absoluta, o PS mostrou ser uma fraude!
É tempo de castigar a mentira, a incompetência, a arrogância, a ditadura de uma maioria, o favoritismo, o despudor, a subserviência rastejante de um partido face ao seu chefe, a irresponsabilidade, a incoerência, o autismo e a vaidade pessoal…

Estes são os principais atributos do PS, enquanto partido político, e dos seus membros que pactuaram com as diatribes do seu líder e do governo que patrocinaram!

Não são estas as qualidades que o País precisa para os seus dirigentes e, de uma
forma geral, para os seus cidadãos.

Quem não se revê nestas “qualidades” vai, certamente, RECUSAR O VOTO NO PS!

“O país jaz morto e arrefece nas mãos socialistas”
Não queiras colaborar no enterro do país!
Vamos ressuscitá-lo, banindo do poder os falsos
socialistas!

NÃO TE ABESTENHAS!
VOTA NOUTRO PARTIDO!
OU VOTA “NULO” COMO PROTESTO!
MAIORIAS ABSOLUTAS NUNCA MAIS!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

SÓCRATES - UM MENTROSO COMPULSIVO

Veja AQUI

Para a opinião pública, continua a MENTIR insistindo que os professores NÃO ERAM avaliados nem o querem ser. A prova de que é MENTIROSO está AQUI ou AQUI

E continua a MENTIR.

José Sócrates, justificou a sua entrada no PSD referindo que o fez pela designação do mesmo - ser um Partido SOCIAL DEMOCRATA. Aconteceu, segundo el mesmo em 1974 e saiu em 1975 ... apenas 1 ano depois .

Ora, acontec que o nome do partido nessa altura era PPD (Partido POPULAR DEMOCRATA) desde 1974 e apenas adoptou a designação PSD (Partido SOCIAL DEMOCRATA) em 1977, isto é, 1 ano após a sua saída.

Faz lembrar toda a ALDRABICE que engendrou para justificar a su licenciatura a um domingo em engenharia.


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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CORRER COM SÓCRATES !!!!


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

VOTO ÚTIL NAS LEGISLATIVAS 2009 (2)

No sistema eleitoral português muitos votos são perdidos, uma vez que não são convertidos em mandatos de deputados. Esta situação ainda é mais grave nos distritos com pouca população. Por isso, os eleitores destes distritos têm de pensar muito bem onde vão colocar a sua cruz. Donde, devemos concentrar os nossos votos para derrotarmos o PS de Sócrates.

Nos distritos mais populosos os cinco maiores partidos portugueses (Bloco, CDU, PS, PSD e CDS) vão eleger deputados, casos de Lisboa, Porto, Braga e Setúbal. Por isso, nestes distritos os eleitores devem votar no partido com o qual se identificam, sem estar condicionados pelo voto útil (dentro da lógica deste texto).

Noutros distritos, um pouco menos populosos, alguns partidos não elegerão possivelmente deputados:

- a CDU em Aveiro;
(voto inútil)
- o CDS em Coimbra; (voto inútil)
- a CDU e o Bloco em Leiria; (voto inútil)
- o CDS em Santarém; (voto inútil)
- o Bloco e a CDU em Viseu; (voto inútil)

No entanto não irei apresentar previsões nem indicações do voto útil para estes distritos, pois é uma tarefa muito arriscada, uma vez que a subida de três ou quatro pontos percentuais de um partido pode ditar a eleição de um deputado.

Nos distritos menos populosos a situação é bem diferente. A maioria dos partidos não vai eleger deputados e por isso devemos concentrar energias. Este texto não é muito simpático para os pequenos partidos, mas há uma dura realidade que não podemos esconder. Nos distritos com pouca população o Bloco, a CDU e o CDS teriam de duplicar muitas vezes os seus resultados habituais para terem hipóteses de eleger um deputado. Facto que não é previsível. É verdade que nestes distritos o PSD é quase sempre indicado como a solução óbvia de voto útil, por vezes conjuntamente com outro partido. Esta situação resulta do facto de com base nos resultados eleitorais anteriores e em função das sondagens, apenas um mandato estar em dúvida. Sendo o PS e PSD os partidos mais votados em quase todos os distritos, não votando no PSD está-se a dar vantagem ao PS, pois os pequenos partidos não vão eleger deputados nesses distritos.

É óbvio que o cenário que aqui traçamos é a de um PS com ligeira vantagem. É esta vantagem que queremos combater. Não queremos uma maioria absoluta do PSD. Aquilo que queremos é que o PS perca as eleições!

O Distrito de Beja apenas elege três deputados. Tradicionalmente um deputado é da CDU e outro é do PS. Apenas está em disputa o terceiro deputado. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de tomar duas opções. Ou votar PSD pensando que este partido poderá alcançar o terceiro deputado, ou votar CDU pensando que este partido ficará à frente do PS, ficando com o terceiro deputado. Nas eleições europeias a CDU ficou à frente do PS, pelo que se tivesse os mesmos resultados nas eleições legislativas de 2009 elegeria o terceiro deputado. No entanto, olhando para os resultados de 2005 (21036) verificamos que a CDU teve quase o mesmo resultado de 2009 (18018), fruto de ter eleitores mobilizados e fiéis. É previsível que a CDU tenha nas legislativas de 2009 um número de votos semelhante à de 2005 e que o PS suba em relação às eleições europeias de 2009. Já o PSD terá de ter mais 2000 ou 3000 votos do que nas eleições anteriores para aspirar a obter o terceiro deputado.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco ou no CDS (votos perdidos em Beja), têm de fazer um sacrifício votando na CDU ou no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
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O Distrito de Bragança apenas elege três deputados. Perdeu um deputado em relação às eleições de 2005. Tradicionalmente um deputado é do PS e outro é do PSD. O terceiro deputado é disputado entre o PS e o PSD. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD pensando que este partido poderá alcançar o terceiro deputado. Nas eleições europeias de 2009 o PSD teve um resultado que lhe daria o terceiro deputado, mas nas legislativas de 2005 o PS ficou à frente do PSD, pelo que a manter-se este resultado, obteria o terceiro deputado.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco, na CDU e no CDS (votos perdidos em Bragança), têm de fazer um sacrifício votando no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
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O Distrito de Castelo Branco apenas elege quatro deputados. Perdeu um deputado em relação às eleições de 2005. Tradicionalmente um deputado é do PS e outro é do PSD. Estão em disputa dois mandatos. O terceiro e o quarto mandato são disputados entre o PS e o PSD. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD pensando que este partido poderá alcançar o terceiro e talvez o quarto deputado. Nas eleições europeias de 2009 o PSD teve um resultado que lhe daria dois deputados, mas nas legislativas de 2005 o PS elegeu quatro deputados e o PSD apenas um. Este é um distrito especial, pois concorrem José Sócrates e Valter Lemos nas listas do PS.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco, na CDU e no CDS (votos perdidos em Castelo Branco), têm de fazer um sacrifício votando no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates. O PS pode perder aqui 2 a 3 deputados em relação às eleições de 2005.
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O Distrito de Évora apenas elege três deputados. Tradicionalmente um deputado é da CDU e outro é do PS. Apenas está em disputa o terceiro deputado. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de tomar duas opções. Ou votar PSD pensando que este partido poderá alcançar o terceiro deputado, ou votar CDU pensando que este partido ficará à frente do PS, ficando com o terceiro deputado. Nas eleições europeias de 2009 a CDU e o PSD tiveram um resultado que lhes permitiria eleger deputados se as eleições fossem legislativas. No entanto, olhando para os resultados da CDU em 2005 (20246), verificamos que teve quase o mesmo resultado de 2009 (17079), fruto de ter eleitores mobilizados e fiéis. É previsível que a CDU tenha nas legislativas de 2009 um número de votos semelhante à de 2005 e que o PS suba em relação às eleições europeias de 2009. Já o PSD terá de se aproximar dos 20000 votos para aspirar a obter o terceiro deputado. A hipótese mais plausível é o PSD eleger o terceiro mandato.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco ou no CDS (votos perdidos em Évora), têm de fazer um sacrifício votando na CDU ou no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
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O Distrito de Faro elege oito deputados. Três deputados estão garantidos para o PS e outros três para o PSD. Estão em disputa mais dois mandatos. O Bloco de Esquerda devido à sua subida de 2005 para 2009 elegerá possivelmente um deputado e a CDU tem poucas hipóteses de eleger um deputado. Nas eleições europeias de 2009 os partidos tiveram um resultado que nas legislativas lhes permitiriam eleger os seguintes deputados: PSD três deputados; PS três deputados, Bloco de Esquerda um deputado; CDU um deputado. A CDU tem tradicionalmente eleitores mobilizados e fiéis, pelo que terá uma subida menor que os outros partidos entre as europeias e as legislativas. Por isso, é provável que nas legislativas de 2009 o PSD eleja três deputados, o PS três deputados e o Bloco um deputado. O último deputado (oitavo) será disputado entre o PS, PSD e CDU. Nas legislativas de 2005 o PS elegeu seis deputados e o PSD dois. Podemos retirar três deputados ao PS.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no CDS e talvez na CDU (votos perdidos em Faro), têm de fazer um sacrifício votando no PSD e no Bloco (votos na CDU podem não ser convertidos em mandatos) para derrotarmos o PS de Sócrates.
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O Distrito de Guarda apenas elege quatro deputados. Tradicionalmente um deputado é do PS e outro é do PSD. Estão em disputa dois mandatos. O terceiro e o quarto mandato são disputados entre o PS e o PSD. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD pensando que este partido poderá alcançar o terceiro e talvez o quarto deputado (pouco provável). Nas eleições europeias de 2009 e nas legislativas de 2005 o PSD e o PS tiveram resultados que lhe dariam para dividir os mandatos (dois a cada um).

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco, na CDU e no CDS (votos perdidos na Guarda), têm de fazer um sacrifício votando no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
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O Distrito de Portalegre apenas elege dois deputados. Tradicionalmente um deputado é do PS. O segundo deputado é disputado entre o PS e o PSD. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD pensando que este partido poderá alcançar o segundo deputado. Nas eleições europeias o PSD teve um resultado que lhe daria o segundo deputado, mas nas legislativas de 2005 não conseguiu, sendo o segundo deputado atribuído ao PS.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco, na CDU e no CDS (votos perdidos em Portalegre), têm de fazer um sacrifício votando no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
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O Distrito de Viana do Castelo elege seis deputados. Tradicionalmente dois deputados são do PS e dois do PSD. Estão em disputa dois mandatos. O quinto e o sexto mandato são disputados entre o PS, PSD e CDS. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD ou no CDS pensando que estes partidos poderão alcançar o quinto e sexto deputado. Nas eleições europeias de 2009 o PSD teve um resultado que lhe daria três deputados, mas nas legislativas de 2005 apenas elegeu dois deputados. Nestas eleições o PS elegeu três deputados e o CDS elegeu um deputado.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco e na CDU (votos perdidos em Viana do Castelo), têm de fazer um sacrifício votando no PSD ou no CDS para derrotarmos o PS de Sócrates.
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O Distrito de Vila Real apenas elege cinco deputados. Tradicionalmente dois deputados são do PS e dois são do PSD. Esta apenas um deputado em disputa entre o PS e o PSD. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD, pensando que este partido poderá alcançar o quinto deputado. Nas eleições europeias de 2009 o PSD teve um resultado que lhe daria três deputados, mas nas legislativas de 2005 o PSD apenas elegeu dois deputados, tendo o PS eleito três deputados.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco, na CDU e no CDS (votos perdidos em Vila Real), têm de fazer um sacrifício votando no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
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Os Açores elegem cinco deputados. Tradicionalmente dois deputados são do PS e dois são do PSD. Esta apenas um deputado em disputa entre o PS e o PSD. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD, pensando que este partido poderá alcançar o quinto deputado. Nas eleições europeias de 2009 o PSD teve um resultado que lhe daria três deputados, mas nas legislativas de 2005 o PSD apenas elegeu dois deputados, tendo o PS eleito três deputados.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco, na CDU e no CDS (votos perdidos nos Açores), têm de fazer um sacrifício votando no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
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A Madeira elege seis deputados. Tradicionalmente dois deputados são do PS e três do PSD. Esta apenas um deputado em disputa entre o PS e o PSD. Se os portugueses querem penalizar o PS de Sócrates têm de votar PSD, pensando que este partido poderá alcançar o sexto deputado. Nas eleições europeias de 2009 o PSD teve um resultado que lhe daria cinco deputados, mas nas legislativas de 2005 o PSD apenas elegeu três deputados, tendo o PS eleito três deputados.

Portanto, portugueses que votam habitualmente no Bloco, na CDU e no CDS (votos perdidos na Madeira), têm de fazer um sacrifício votando no PSD para derrotarmos o PS de Sócrates.
Para consultar os quados, veja aqui:
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VOTO ÚTIL NAS LEGISLATIVAS 2009 (1)

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Face às medidas tomadas pelo governo de José Sócrates contra os professores, conjugadas com as ofensas constantes da sinistra ministra da Educação e seus maquiavélicos secretários de Estado, urge, da parte dos docentes portugueses e seus familiares a tomada de uma posição radical nas eleições legislativas de 27 de Setembro: não votar no PS.
Com efeito, independentemente da ideologia de cada um de nós, existem, à direita e à esquerda, várias alternativas à actual maioria socretina. Contudo, face ao sistema eleitoral português, nem todos os votos contribuem para eleger deputados, em especial nos círculos mais pequenos.
Por esse motivo, é importante que o nosso voto, em 27 de Setembro, seja o mais eficaz para derrotar o PS nos 22 círculos eleitorais (20 no território nacional e 2 da emigração).
Com esse objectivo, analisei os resultados das eleições legislativas de 2005 e das europeias de 2009: as primeiras por serem as anteriores eleições da mesma natureza; as segundas, por serem bastante recentes.
Para uma maior facilidade de análise, considerei as europeias como se de legislativas se tratassem, com os mandatos (virtuais, obviamente) que cada partido teria obtido em cada círculo eleitoral. Por seu turno, na análise dos resultados de 2005, considerei os mandatos atribuídos de acordo com a distribuição dos deputados a eleger em 2009 (mais um em Braga, Porto e Aveiro e menos um em Lisboa, Castelo Branco e Bragança).
Para que o estudo seja mais fácil de entender, vou explicar, de forma sucinta, como funciona o método de Hondt, utilizado em Portugal para transformar os votos em mandatos. Assim, o número de votos de cada partido é sucessivamente dividido por 1, 2, 3, …, n, sendo n igual ao número de deputados a eleger no círculo. Os mandatos são atribuídos aos maiores quocientes dessas divisões sucessivas. Por comodidade de análise, podemos utilizar as percentagens de votos em lugar dos números absolutos.

Eis um exemplo hipotético:
Num círculo onde há 10 mandatos a atribuir, concorrem 5 partidos. Os resultados são os seguintes:
A – 38%
B – 30%
C – 14%
D – 8%
E – 6%
Brancos e nulos – 4%

Daqui resulta seguinte distribuição de mandatos:
A – 5 mandatos
B – 3 mandatos
C – 1 mandato
D – 1 mandato
Analisando a tabela, verificamos que o último mandato é o 5º do partido A (cujo quociente corresponde a 7,6% dos votos). Por seu turno, o primeiro a ficar de fora é o 4º do partido B (quociente de 7,5% dos votos). O partido E (que obteve 6%) não elege nenhum deputado.
Ou seja, para que um partido eleja um deputado por este círculo necessita de obter, no mínimo, 7,6% dos votos.
Como se pode verificar, este método favorece os maiores partidos, especialmente nos círculos mais pequenos. Assim, enquanto que, em Lisboa (que elege 47 deputados), um partido necessita de cerca de 1,9% para eleger um deputado, em Portalegre (onde apenas são eleitos 2), 25% podem não chegar. Já em círculos de média dimensão, como Leiria e Coimbra (que têm direito a 10) são necessários entre 7,5 a 8% dos votos, aproximadamente.
Os limiares mínimos para um partido obter representação num dado círculo eleitoral variam de eleição para eleição, dependendo de vários factores. Como se pode observar na folha de Excel anexa, na maioria dos círculos ele é maior nas legislativas de 2005 que nas europeias de 2009. Isto deve-se ao facto de, nestas últimas, o número de votos brancos, nulos ou em pequenos partidos ter sido bastante elevado (cerca de 12% contra pouco mais de 5% em 2005). Nas legislativas deste ano, é provável que, em conjunto, somem 7-8%, o que baixa ligeiramente esse limiar relativamente a 2005, embora não tanto como nas europeias.
É com base neste estudo e tendo em conta o nosso objectivo declarado (derrotar o PS) que considero cinco níveis prováveis de utilidade do voto num determinado partido em cada distrito, de acordo com o resultado daqueles actos eleitorais:
Nível 5 (Voto certamente útil) – Partido que elegeu deputados pelo círculo em 2005 e que subiu a sua votação nas europeias, o que lhe permitiria eleger novamente, e sem problemas, deputados nesse círculo. É um voto que permitirá, normalmente, eleger um ou mais deputados da actual oposição;
Nível 4 (Voto previsivelmente útil) – Partido que não elegeu deputados pelo círculo em 2005 mas que registou uma significativa subida nas europeias, o que lhe permitiria eleger, sem problemas, um ou mais deputados nesse círculo. É um voto relativamente seguro e que, em princípio, também permitirá a eleição de um ou mais deputados da actual oposição;
Nível 3 (Voto eventualmente útil) – Partido que não elegeu deputados pelo círculo em 2005 mas cujo resultado nas europeias lhe permitiria eleger, com dificuldade, um deputado nesse círculo. É um voto já com algum risco, mas que poderá permitir eleger alguém se o partido mantiver, sensivelmente, a votação das europeias;
Nível 2 (Voto dificilmente útil) – Partido que não elegeu deputados pelo círculo em 2005 mas cujo resultado nas europeias o colocaria próximo da eleição de um deputado pelo círculo. É um voto de grande risco, que só permitirá eleger alguém se o partido subir um pouco a votação das europeias;
Nível 1 (Voto só para protestar) – Partido que não elegeu deputados pelo círculo em 2005 e cujos resultados nas europeias o manteriam longe de eleger qualquer representante. Um voto que não serve para eleger ninguém. Aqui se incluem, igualmente, os votos brancos e nulos.
Nível 0 (Totalmente inútil) – Abstenção. Equivale a demissão cívica.

CONCLUSÃO-SÍNTESE

NOTA – O CDS em Viana do Castelo constitui um caso especial: o partido elegeu um deputado pelo círculo nas legislativas de 2005 e continuaria a eleger se as europeias de Junho fossem legislativas. Mas a sua percentagem desceu ligeiramente, pelo que optei por baixar a utilidade desse voto para o nível 4.

É certo que nem sempre o que parece é. Assim, poderá ser interessante votar num partido que está à beira de eleger um deputado pelo círculo (por exemplo, o CDS em Santarém ou a CDU em Faro) em lugar de votar noutro que tem a eleição assegurada e deixar esses partidos com uma boa percentagem mas sem eleger ninguém. O que mostra que tudo isto é bastante contingente e, portanto, difícil de prever.
Claro que cada um é livre de votar da forma que entender: por convicção ou de forma estratégica.
Este estudo destina-se apenas a fornecer informação sobre os efeitos mecânicos do seu voto (ou seja, aqueles que estão ligados à mecânica do sistema eleitoral) a todos aqueles que desejem votar com o objectivo supremo de derrotar Sócrates, Milú e Cª.
Por mim, desde que não votem no PS, tudo bem!

Jorge Martins (Professor de Geografia da Escola Secundária Rodrigues Lobo, em Leiria, membro dos órgãos sociais da APEDE e mestrando em Ciência Política na Universidade Nova de Lisboa)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CAMPANHA DO PS: OS OUTDORS









DEBATE SÓCRATES vs SÓCRATES

Olha para o que eu digo não olhes para o que eu faço.

O seu grande amigo e ditador Hugo Chavez, não passa de um
verdadeiro aprendiz de MENTIROSO. Corja de ALDRABÕES

terça-feira, 8 de setembro de 2009

HÁ 35 ANOS A SERMOS ROUBADOS

ASSIM SE GANHA(RA)M CAMPEONATOS

08-09-2009

"Meti a bola lá dentro e pirei-me para trás do bandeirinha"


Muitos ainda escrevem que o golo foi «limpo», alguns acreditam nisso. Quase 35 anos depois, o verdadeiro autor do golo do nevoeiro, num célebre FC Porto-Sporting, José Maria Ferreira de Matos, explicou ao jornal Sporting como tudo aconteceu naquela tarde de nevoeiro.
Actualmente a trabalhar em Lisboa, o ex-apanha-bolas da formação «azul e branca» e árbitro amador, mostrou-se arrependido pelo seu acto irreflectido.

JORNAL SPORTING – De que se lembra desse dia?

JOSÉ MARIA FERREIRA DE MATOS – Lembro-me do intenso nevoeiro que estava. Antes do jogo, o «chefe» dos apanha-bolas, o Valter Leitão, distribuiu-nos pelo campo e mandou-me para trás da baliza. Recordo-me que o Sporting começou a ganhar. Na segunda parte, a vantagem continuava do Sporting, mas nunca pensei em fazer o que acabaria por fazer. Eu era conhecido pelas asneiras que fazia, mas também nunca ninguém pensou que fizesse o que fiz.

– Como foi o lance?

– Não sei bem como a bola chegou a mim, mas sei que ela veio ter comigo e vi o Gomes a pôr as mãos na cabeça. Sem pensar, dei uns passos e fui até ao canto da baliza, meti a bola lá dentro e fugi para o mais longe possível. Então, vejo o Damas a ralhar comigo, mas eu pirei-me para trás do ‘bandeirinha’; ele já tinha a bandeirola no ar a assinalar o golo. Foi quando os jogadores do Sporting correram para o árbitro, a reclamar. Aí o juiz, que julgo não ter visto bem o lance, começou a mostrar cartões.

– Porque razão meteu a bola na baliza?

– Foi tudo muito rápido. O FC Porto estava a perder, a bola estava na minha mão e então pensei: vou metê-la lá para dentro e vou-me pirar. Foi um daqueles momentos em que se faz, ou não se faz; optei por fazer e já não dava para voltar atrás. Aconteceu numa fracção de segundo.

– Depois de meter o golo, o que pensou?

– Eu só queria que não me «topassem». Felizmente, ou infelizmente, o árbitro marcou e eu saí impune. Tenho pena do Damas, que não teve culpa nenhuma e sofreu um golo ilegal.

– E se visse o árbitro desse encontro?

– Não sei… Gostava de estar com ele para lhe confessar que fui mesmo eu a marcar o golo e não o Gomes. Eu tenho quase a certeza de que ele não conseguiu ver o lance como realmente aconteceu, pois estava um nevoeiro muito intenso. Também gostava de falar com o fiscal de linha; foi ele quem assinalou o golo e foi para trás dele que eu «fugi» depois de fazer o que fiz.

– Acha mesmo que o árbitro não viu nada?

– Julgo que não. Tenho ideia de ver o fiscal de linha levantar a bandeirola e validar o golo do FC Porto. Depois, lembro-me de ver o Damas e outros jogadores a correrem para o árbitro e sei que houve cartões mostrados. Nessa altura, já eu estava «escondido» atrás do fiscal. Só aí é que percebi o que tinha feito, mas pensei,"já está, já está!" Não havia nada que eu pudesse fazer.

– Alguma vez falou com o Fernando Gomes sobre a autoria do golo?

– Sim, uns anos depois encontrei-o num Centro Comercial do Porto. Perguntei-lhe, sem ele saber quem eu era, se tinha sido ele a marcar o golo; ele disse que sim e cada um seguiu o seu caminho. Mas acontece a mesma coisa quando o jogador mete a bola com a mão; se lhe perguntarem, ele dirá, quase sempre, que foi com a cabeça. Neste caso, eu sei que não foi o Gomes que a meteu. Digo-lhe isso nos olhos dele, ou nos olhos de quem quer que seja.

– Como se sente, agora que «confessou» o seu «feito» ao nosso jornal?

– Muito aliviado. Muito mesmo. Era uma coisa que eu tinha de contar mais cedo ou mais tarde. Queria ter falado com o Damas, mas não consegui. Agora, fica a faltar falar com o sr. Alder Dante e com o presidente do Sporting. Quero agradecer ainda a oportunidade que o jornal ‘Sporting’ me deu, ao poder de ter entrado no Estádio José Alvalade. Quando pisei o relvado, senti um calafrio; as minhas mãos e as minhas pernas tremeram como há muito não tremiam.

– Não tem receio de ter contado a história desse golo?

– Não. Eu sou um homem correcto. Quando as pessoas quiserem, que me procurem. A falar é que as pessoas se entendem.

– Nunca pensou falar com Victor Damas?

– Sempre tive o desejo de ir ter com ele. Tentei, várias vezes, mas nunca o consegui apanhar. Na altura, cheguei a vir do Porto a Alvalade, mas nunca tive a oportunidade de o encontrar. Não era fácil falar com ele, pois um humilde apanha-bolas não chega facilmente à fala com um jogador, para mais sem conhecer ninguém do Sporting. É das coisas que me dá mais pena. Era um sonho falar com ele. Nunca me esquecerei do Damas; pelo guarda-redes que foi e por nunca ter conseguido falar com ele. Sempre que via jogos do Sporting, em que o Damas participava, pensava sempre na malfeita bola do nevoeiro.

– O que lhe diria se o tivesse chegado a encontrar?

– Dizia o que lhe disse hoje e, com toda a certeza, pedir-lhe-ia muitas desculpas.

Leia a entrevista na íntegra, na edição de jornal ‘Sporting’

domingo, 6 de setembro de 2009

1 - ESQUELETOS NOS ARMÁRIOS - OS OSSOS DA DESCOLONIZAÇÃO (PARTE 3)

«Isto é selva e na selva só sobrevive a lei do mais forte e, por isso, não vale a pena estarmos para aqui com fantasias e cada um procurará armar-se o mais possível; até no campo político o sucesso depende muito do factor força».
Do arvorado a almirante Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa de Angola em 1974 citado pelo general Silva Cardoso no seu livro “Angola Anatomia de uma Tragédia”.

«Acabaram-se os sonhos. Agora só nos restam as pataniscas e as rabanadas».
De um “retornado
” ao desembarcar no fervilhante aeroporto de Lisboa, fugido de Angola, no Verão de 1975.

Antes de 1960 não existia a palavra descolonização. Ela apareceu para explicar a debandada dos europeus de África. Como já afirmámos, o termo mais correcto seria "descolonialismo" uma vez que, exceptuando a Argélia, Angola, Moçambique e Rodésia (actual Zimbabué), não havia colonos nos restantes países de África. O termo descolonização só se pode aplicar aos três primeiros. No Zimbabué não houve descolonização porque o país se auto- proclamou independente em 1966 com um regime dominado pelos colonos. Posteriormente estes abandonaram o país. A África do Sul nunca passou pelas agruras do colonialismo mas acumulou pesares também muito graves, originados pelo apartheid que ali vigorou até 2000.
Portugal nunca considerou que Angola se pudesse tornar independente, por isso sustentou uma guerra, contra as correntes nacionalistas angolanas, durante 13 anos (1961/1974). Era inevitável a emancipação de Angola mas o governo metropolitano convenceu os colonos de que tal não se verificaria. E estes, ingénuos e mal informados, acreditaram. E aquele tentou “segurar” a colónia até onde fosse possível, na esperança de que tudo poderia melhorar com o tempo.
Devido a vários factores, já enumerados em artigos anteriores , Angola em 1974 estava bem estruturada administrativamente mas anulada nos aspectos mais importantes para uma nação: político, diplomático, comércio internacional,cultural , jurídico e militar. Este ultimo era o mais importante para uma independência endógena ou seja de dentro para fora. Na independência teria que ser um exército, genuinamente angolano e coeso, a assumir, posteriormente, a segurança e a defesa, permitindo e assegurando referendos e eleições. E sobretudo não permitindo abusos. Mas isso não sucedeu porque toda a estrutura militar em Angola em 1974 era primordialmente metropolitana. Diz-se que os efectivos militares em Angola já dispunham de mais de 50% de angolanos, mas a verdade é que não os havia no topo da hierarquia militar. Foi pungente ver estes angolanos atarantados, procurando um nicho nos três exércitos que entraram em Angola, referentes aos Movimentos de Libertação. Em resumo: teria que haver um "descolonialismo" porque os colonos também estavam sujeitos aos caprichos de Lisboa. De certo modo estavam colonizados.
Por outro lado as forças militarizadas da Metrópole estavam inquietas após 13 anos de guerra, sem uma solução à vista. A maioria dos jovens em Portugal estava a emigrar, fugindo a uma guerra injusta e despropositada e que, em essência, não lhes dizia respeito. Portugal queria entrar na Europa mas as colónias eram um empecilho.
Em 25 de Abril de 1974 uma parte dos oficiais e sargentos do exército português, após treze anos de operações militares, o período que nós designámos por O Tempo Extra (1961 a 1974), resolveu dar um basta à guerra da independência, ou guerra colonial ou guerra em África, conforme o ponto de vista da cada um. A causa próxima do poisar das armas teve contornos de corporativismo. Durante o período culminante do colonialismo, de 1930 a 1960, o corpo de oficiais do exército português era de elite.O ingresso na Academia Militar estava sujeito a filtros,mais ou menos apertados, conforme as circunstâncias e as vagas. Os ultramarinos, ou seja os naturais das colónias, podiam esperar um filtro tipo chapa de aço. Os oficiais saídos daquelas academias eram de absoluta confiança do governo. Gozavam de prerrogativas elitistas e regalias materiais. A Academia Militar, antes de 1961, destinava-se inteiramente para os metropolitanos e, mesmo estes, passavam por uma rigorosa selecção.
Podemos supor que Salazar alimentava a secreta esperança de que, in extremis, irromperia um qualquer acontecimento internacional que pudesse reverter o quadro “de aguentar” para um quadro a seu favor, menos implicante internacionalmente. Já tinha havido ameaças, em épocas anteriores, e ele sabia disso. Eis algumas dessas situações, já aqui indicadas (no livro), mas que repetimos para frisar a sorte que sempre tinha acompanhado os governos de Lisboa:
-Após o ultimato de 1890 a Inglaterra acabou por proteger as colónias de Angola e Moçambique da cobiça da Alemanha, da Bélgica, e da França. Portugal sempre era um velho aliado e, sobretudo, não tinha indústrias que absorvessem os minérios de África. Portugal era um empecilho às pretensões dos alemães, dos belgas e dos franceses , mas não fazia sombra à Inglaterra. Neste aspecto até convinha aos ingleses a posição portuguesa, esta evitava o predomínio de qualquer outra potência europeia. A viagem do rei inglês Eduardo VII a Portugal, em princípios do século 20, acabou por apagar todos os azedumes provocados pelo Ultimato em 1890.
-Após a guerra 14/18 as colónias continuaram intactas devido à cooperação de Portugal no conflito. Quando chegou a altura do rateio, entre os vencedores, Portugal lá estava entre eles. E, para desenvolver o território, conforme se preconizou na Sociedade das Nações após o conflito, lá foi para Angola, outra vez, Norton de Matos. Foi demitido logo que passou o perigo. Um costume que se repetiria mais tarde. Os ardores desenvolvimentistas passavam logo que o horizonte político internacional se desanuviava.
-Durante a década de 20 Portugal foi acusado de praticar trabalho forçado. Foi publicado o Relatório Ross, em 1925, que provocou comentários acres na imprensa mundial. Chegou a insinuar-se que a Sociedade das Nações deveria intervir. O craque da Bolsa de Nova Iorque em 1929 acabou por desviar as atenções.
-Em 1935 novo sobressalto: Hitler começou a mostrar apetites coloniais, chegou a referir-se às antigas colónias alemãs em África. Angola foi mencionada, como pátria de acolhimento, para os judeus que estavam a ser expulsos da Alemanha nazi. A grande guerra 1939-1945 acabou por salvar, mais uma vez, a presença portuguesa em África. Esta ficou, desta vez, com prazo.
-Durante a guerra 1939-1945 o fim do colonialismo foi preconizado pelo presidente Roosevelt mas a sua morte em 1945 lançou tudo no esquecimento.
-Em 1961, quando houve necessidade de intervir militarmente em Angola, Salazar alimentava a esperança de que ia haver uma terceira guerra mundial e, neste caso, a colónia de Angola permaneceria, como despojos, como sucedeu após a guerra 1914-1918. É dele a seguinte frase, citada por Franco Nogueira(159):«Não entrámos na guerra 39/45 mas de certeza que entraremos na próxima». No fundo talvez ele alimentasse a secreta esperança de um novo conflito mundial, que seria devastador, não tenhamos dúvidas, mas que alteraria profundamente o estado do mundo e do qual talvez se pudesse tirar partido como sucedeu após a guerra de 1914-1918.
Sabe-se hoje que o conflito esteve muito perto de acontecer com os atritos relativos à instalação de misseis em Cuba, em 1962, pela União Soviética.
Antes das guerras africanas iniciadas em 1961, na admissão para a Academia Militar em Portugal eram mais os candidatos do que as vagas. A selecção era rigorosa. A partir do início da guerra colonial em 1961 começou a reversão: eram mais as vagas do que os candidatos. Em termos práticos significa que a guerra iria ser comandada “sempre pelos mesmos”. A situação foi-se agravando e acabou por ficar insustentável. Solução: admitir milicianos como candidatos à Academia Militar. Em alguns casos a guerra acabou por apontar para milicianos com mais atitude militar do que os eleitos segundo as regras anteriores, o que confirmava o elitismo vesgo que existia na admissão àquela Academia.
As vagas na Academia Militar, antes de 1961, eram reservadas só para metropolitanos, e para as famílias privilegiadas. Gilberto Freyre, quando visitou Portugal em 1952 apercebeu-se disso, tendo escrito, a propósito, quando esteve na Índia portuguesa(95):«Só os comandantes e oficiais são metropolitanos e brancos. Outra restrição aos direitos de plena cidadania portuguesa sentida pelo luso-indiano. Desde Cabo Verde que ouço à prática portuguesa de impedir-se ao português nascido no Ultramar ocupar cargos de responsabilidade político-militar e de tornar-se oficial do Exército ou das Forças Armadas; e também a discriminação entre português da Metrópole e português do Ultramar, quando funcionários públicos, para efeitos de licenças ou de viagens a Portugal».
Era inevitável o choque. O Ministro da Defesa, que promulgou os Decretos 353/73 e 409/73, que abriam a inacessível porta da Academia Militar aos oficiais milicianos, era o General Sá Viana Rebelo que tinha sido Governador Geral de Angola de 1956 a 1959. O decreto banalizava o curso de oficiais do Quadro, uma situação injusta e desagradável para quem a Academia era emblemática.
Era a causa próxima para o eclodir de uma revolta. Estavam fartos de comissões todos os oficiais do Quadro e, como prémio, recebiam a desvalorização do curso, com o consequente rebaixamento do status e o atraso em promoções.
A opinião pública mundial não alinhava com as razões apresentadas por Portugal, em querer manter as suas colónias. Até o Brasil, embora nunca tivesse sido hostil, punha as suas reticências quando Portugal “era chamado à pedra” nas instâncias internacionais. O ostracismo do país era mais um motivo para o descontentamento dos oficiais e dos portugueses em geral. Ninguém, no mundo, alinhava com os agonizantes imperialismos, nascidos no fim do século 19. Os jovens na Metrópole estavam a ser castigados com incorporações que lhes obstruíam o futuro.
O governo, nos fins de 60, argumentava que a incorporação de Angola era constituída por mais de 50% de naturais da colónia, mas não elucidava que não existia um único oficial subalterno e, muito menos, um oficial superior africano. Até 1961 nem sequer havia sargentos africanos no Exército português. Só “soldados indígenas”. A incorporação militar angolana era acéfala. Quando foi necessário assumir a defesa das populações, porque o Exército Português se desobrigou “de um dia para o outro”, verificou-se uma insólita debandada geral. Os angolanos militarizados não possuíam uma hierarquização de topo nacional. Obedeciam a uma estrutura superior metropolitana e absentista. Na independência do Brasil isto não sucedeu. Mesmo em Angola até 1947, provindo da 1ª república em Portugal, ainda Angola tinha um exército próprio, com oficiais que ficavam a residir em Angola quando se aposentavam, muito embora centralizado sob um comando metropolitano. Em 1947 o governo de Salazar desmantelou toda a ainda incipiente estrutura militar de Angola e centralizou tudo em Lisboa.
Em 1974 o governo já tinha institucionalizado a guerra. A situação militar na Guiné agravava-se de ano para ano. Aquele país africano é pequeno, mas Portugal continha com dificuldade os focos de insubmissão. Volvidos quase 40 anos, quem lê sobre a guerra na Guiné pergunta-se, perplexo: mas qual o interesse de Portugal em relação à Guiné? Salazar temia o desfecho dominó, pois já existia um precedente na Índia Portuguesa.
Os guineenses eram mais unidos e organizados naquela guerra do que hoje, independentes e em tempo de paz. A guerra é sempre mais fácil de fazer do que a paz. Destruir é facílimo.Agora, construir...
O general Spínola, quando foi governador na Guiné, tentou uma aproximação com os nacionalistas, chegou a dialogar com o Presidente do Senegal Leopold Senghor. Mas esbarrou com a intransigência de Marcelo Caetano ( substituiu Salazar em 1968) que insinuou que era mais honrosa uma derrota militar, como já tinha sucedido em 1961 em Goa, Damão e Diu na Índia. Parece que aceitava a derrota como um fatalismo, tal como sucedera com o seu antecessor Salazar no caso da Índia Portuguesa em 1961.
Logo que Marcelo Caetano assumiu o cargo de primeiro ministro em Portugal em Setembro de 1968, devido à precária saúde de Salazar, começaram as desavenças. Spínola e Costa Gomes, dois generais bem conceituados, queriam mudanças mas Caetano era um irresoluto. Tinha medo de tomar qualquer decisão para o Ultramar, embora tivesse apresentado um Parecer sobre uma federação, em 1962, quando não estava no governo.Não teve coragem de o assumir. Depois, no governo, era contrário às ideias então defendidas (uma federação de estados) e, segundo dizem, não queria que se falasse no tal Parecer. A sua desculpa era a de que o Parecer estava ultrapassado.

2 - ESQUELETOS NOS ARMÁRIOS - OS OSSOS DA DESCOLONIZAÇÃO (PARTE 3)

Há uma velha fábula que relata que um gato enorme e façanhudo aterrorizava uma pacífica comunidade de ratos. Quando o gato aparecia, silencioso como só os felinos o sabem ser, era um pânico geral pois, às vezes, nem havia tempo para fugir. Os ratos resolveram fazer uma reunião geral. A proposta, feita por um velho rato político já aposentado (com três reformas acumuladas, a caminho de uma quarta e sempre “à coca” de mais prebendas), uma espécie de senador caga-sentenças,foi aprovada por unanimidade: alguém tinha que colocar um guizo, barulhento, no pescoço do gato. Assim, quando ele se deslocasse, por causa do tlim tlim agudo, dava tempo para “cavanço”. Alguém tinha que afrontar o gato. A seguir foi apresentada outra moção: quem iria desafiar o felino, quem iria pôr o guizo no pescoço do gato ? Também unanimidade geral: ninguém se ofereceu. A proposta caiu logo a seguir, e todos concordaram: o melhor era, cada um, manter-se em forma para poder correr rápido.


António de Spínola resolveu “pôr o guizo no gato”, neste caso Caetano, cuja mentalidade de adiamento estava criando embaraços aos militares, fartos das guerras coloniais. O guizo foi o livro “Portugal e o Futuro” saído em 1973. Segundo muitas opiniões, era um desafio a Caetano.
O regime caetanista estava tão sensível que o livro lhe provocou um abalo. Não apareceu logo à venda, foi barrado pela censura, a sua primeira aparição foi no Brasil. Depois acabou por circular a princípio só em Portugal, e finalmente em Angola muito mais tarde, quando já não interessava e todas estruturas desabavam diariamente. O livro de Spínola, quando entrou em Angola, estava mais desactualizado que um balancete de 1920, quando ainda se faziam escritas comerciais de modo a detectar-se qualquer alcance que era a palavra então usada para a hoje vulgar roubalheira.
A ditadura estava tão fechada a mudanças que o livro causou um abalo. Li a edição brasileira em 1973, quando eu estava completamente desinformado (para não dizer tapado), e achei-a pouco concisa, com frases demasiado complicadas, com uma solução escondida e capciosa (denunciando medo) e, especialmente, fora das realidades e do tempo. Propunha uma pálida solução, favorecendo só os metropolitanos, com soluções extraídas do pequeno universo da Guiné. Esta colónia, em área, equivalia à de um pequeno distrito em Angola.
O livro é um exercício de contorcionismo político, com medo de afrontar a dura realidade e, principalmente, de abordar as independências das colónias. Ainda hoje não percebo o afã da DGS (polícia política da ditadura que substituiu a PIDE ) em não deixar a sua livre circulação. Poucos portugueses terão a pachorra de o ler e, menos ainda, facilidade em o entender. Diz-se que se venderam 100 000 exemplares. Talvez, mas que tenham sido lidos integralmente, arrisco um numero 100 vezes menor. Como dizem os brasileiros era prosa “para boi dormir”.


Mais de metade do livro(212) estende-se por considerações filosóficas, que nada tinham a ver com os complexos problemas com que se debatia Angola. Vejamos algumas passagens: «Os homens não se constituem em sociedades por reconhecerem estas como valores transcendentes a preservar; antes, as sociedades é que se constituem por atitude volitiva dos seus participes, que a ela aderem na medida em que reconhecem beneficiar da sua integração na comunidade».
E, mais adiante « Toda a super-estrutura deve, pois, para permitir a subsistência e a prosperidade da sociedade que serve, harmónica e harmonizante, isto é, deve reger-se pelo equilíbrio individual, em ordem a que de troca entre o que cada um dá e recebe resulte um excedente pessoal que permita a satisfação das necessidades crescentes de cada um».
E depois: “A intransigência na defesa de controversas convicções não pode conduzir à adesão das partes contrárias; e os apelos à coesão só resultam quando se afasta o que desune e se procura o que é de facto agregador».
E esta: « Mas não se ignora que, em qualquer arquitectura política, a consistência que lhe advém da existência de um poder em exercício se radica no binário “finalidade a atingir –força prossecutora”, factores que, pela geral adesão que provoquem, produzem a obediência voluntária que por sua vez gera o poder autêntico em termos de vida política e social. Somos, por esta via, conduzidos ao cerne do problema, que se situa no quadro das “ideias prosseguidas-força prossecutora”, pedra angular da sobrevivência das nações».
E toma lá mais prosa narcoléptica:« Não se trata de um quadro estático, pois que o limiar das necessidades mínimas sobe de nível a um ritmo cada vez mais acelerado, tendendo cada vez mais a ampliar-se a gama destas necessidades e a reduzir-se o leque das necessidades e solicitações complementares - isto é, daquelas cuja insatisfação, proporcionando mal-estar relativo, não constitui todavia problema social».
E continuando a prosa hipnoléptica:« São valores essenciais permanentes, embora de conteúdo mutável, o respeito dos direitos humanos que não podem ser feridos pela integração dos indivíduos na vida social: a harmonização do interesse geral entendido como somatório e resultante dos interesses particulares que o conformam; a construção de um Estado em que o poder se subordine aos fins assim definidos e se revista da autoridade legítima que lhe advém dessa subordinação; e a participação dos cidadãos na gestão dos seus destinos, tornada cada vez mais imperativa pela permanente elevação do seu nível cultural e do seu grau de consciencialização».
E mais prosa: «Primeiro, do ponto de vista lógico há que estabelecer uma certa correspondência entre os factos passados e futuros, integrados numa linha de sequência que se traduz na evidência de o futuro ser história no amanhã. Assim o futuro, tal como foi o passado, surge numa sequência de factos que só terão sentido desde que ligados por relações de nexo. E aqui apenas se apresentam duas alternativas: ou essas relações são deixadas a leis naturais, que as encadearão ao sabor das reacções de fortuna, ou se pretende controlar os factos eliminando zonas de incerteza, influenciando as suas determinantes e comandando as suas consequências, o que obviamente pressupõe a definição prévia de uma lógica de concatenação que afinal não é mais do que a definição de uma estratégia».


Conteúdos chatos, mais para impressionar do que para elucidar, encontradiços em qualquer manual de sociologia enfatuada, mas inadequados para o momento grave, que exigia uma profunda e realística reflexão sobre os verdadeiros problemas que afligiam os residentes das colónias.Tinha que se discutir frontalmente, preto no branco ( a frase vale, até, pelo seu duplo significado), qual a saída para uma situação provocada, essencialmente, por um torpor histórico a que não faltou displicência, arrogância, egoísmo, incompetência e muita preguiça. Conteúdos difíceis de entender, numa fase em que tinha que se usar uma linguagem popular, compreensível por todos.
Naquela altura, o que nos interessava que « Toda a super-estrutura deve, pois, para permitir a subsistência e a prosperidade da sociedade que serve, harmónica e harmonizante, isto é, deve reger-se pelo equilíbrio individual, em ordem a que de troca entre o que cada um dá e recebe resulte um excedente pessoal que permita a satisfação das necessidades crescentes de cada um»?
O livro perde-se em 2/3 do seu conteúdo com divagações sociológicas do tipo atrás apresentado. Só no último capítulo intitulado “Uma Hipótese de Estruturação Política da Nação” é que é, finalmente, apresentada uma hipótese de solução para o fim das guerras coloniais. Mas neste capítulo volta o mesmo pendor que é o de não se abordar os problemas com frontalidade, ou, como diz o povo, “ não se dá o nome aos bois”.


Este capítulo começa usando o estilo anterior, de tudo explicar para que ninguém entenda coisa alguma. O que interessa é manter um estilo intelectual um tanto incompreensível. Vejamos:«Seguindo um processo mental puramente analítico, tem-se vindo a equacionar o problema nacional no quadro dos factores que o condicionam, agrupados quanto possível segundo as suas múltiplas dependências. E, como a complexidade que hoje caracteriza a fenomenologia político-social vem determinando uma crescente gama de interligações entre esses factores, os diversos campos de análise deixaram de encerrar-se em compartimentos estanques, sendo assim inevitáveis certas repetições de conceitos, em ordem a que a análise não resulte incompleta em dado plano, pelo facto de determinado argumento, que também lhe é próprio, ter sido já expendido noutro ponto. E, entre imperativos opostos de simplificação e clareza, prevaleceu este último por motivos evidentes. Por outro lado, sendo o trabalho de análise essencialmente decompositivo, impôs-se desmontar os factos à luz de um espírito realista que, por extrapolação dos seus efeitos, nos conduziu a uma conclusão de impossibilidade; e por aí poderíamos ter ficado se apenas nos animasse uma intenção meramente crítica, deixando a outros a tarefa de construir soluções».
Lendo mais este pedaço de prosa ocorre perguntar: qual era o medo do Governo em publicar-se este livro ? Eu confesso a minha ignorância: não percebo a maior parte destes conceitos, apesar de ter visto todos os filmes do Cantinflas. Mas Marcelo Caetano ficou magoado com o tom e o desafio de Spínola. Que tom e que desafio? Não restam dúvidas de que o regime, o Estado Novo, estava em fase terminal, em tudo viam fantasmas. Pelo contrário, o governo deveria ter autorizado este livro com fins terapêuticos. Era um grande remédio, sem efeitos colaterais, para todos os portugueses que sofressem de insónias.


Finalmente a páginas 196 vislumbra-se qual a solução política que Spínola preconiza para as colónias: « a tese federativa, para a qual somos assim impelidos, não deixa, é certo, de comportar aspectos negativos que devem ser acautelados».
A favor desta tese Spínola pergunta :« Será porque o portuguesismo da nossa gente africana desapareceria por encanto perante uma mudança da Constituição?» Mas ele acredita: « Somos dos que crêem firmemente no portuguesismo da nossa gente africana. E, porque assim é, defendemos a tese federativa como a única que permite real expressão ao País plural que idealizamos. Porque, se não acreditássemos nesse portuguesismo, não teria sentido o empenhamento pessoal na mais firme defesa do Ultramar».
Em síntese, o livro “Portugal e o Futuro” não apontava os “cancros” da dominação colonialista, fáceis de enunciar, impossíveis de “curar” depois de dezenas de anos sem quaisquer reformas:
Apropriação, pela Metrópole, das divisas comerciais, e outras, de Angola. A colónia produzia, então, mais de 40 artigos de exportação, cada um com valor superior a um milhão de dólares;
Clivagem propositada entre as comunidades africana e europeia de modo a não se verificarem entendimentos sociais e, muito menos, políticos;
Obstrução quase total dos lugares de topo, políticos ou outros, para os angolanos quer fossem de ascendência europeia ou africana, mais agravada para estes últimos;
Exaltação,a toda a hora , de um portuguesismo exacerbado induzindo a ideia de que quem não concordasse com ele era “um traidor à Pátria”; o portuguesismo aliás é o grande trunfo de Spínola imbuído, como estava, com as suas pequenas, e algo artificiais, experiências sociais na Guiné;
Ensino com anos de atraso: só depois 1961, a partir do governo de Venâncio Deslandes, é que o ensino primário foi encarado a sério; com muitos bons resultados posteriores, acrescente-se;
Também a partir de 1961 foi instituído o ensino universitário mas com três lacunas: não havia os cursos de direito, arquitectura e sociologia.
Censura obstinada nos jornais, na rádio, no cinema e na literatura;
Dificuldades em viajar para o estrangeiro, era difícil tomar conhecimento das democracias;
Ausência confrangedora de televisão;
Grande incorporação de angolanos nas Forças Armadas mas comandados sempre por metropolitanos.


A moeda circulante em Angola era fictícia sem qualquer valor internacional inclusivé na própria Metrópole. Na pré-independência deixou de ter valor até em Angola.
Capacidade decisória totalmente centrada em Lisboa.
Volvidos quase 40 anos confunde-nos a ingenuidade política de Spínola: quantos na Guiné, em Angola, em Moçambique, até em Portugal tinham a noção do que era uma constituição? Quantos sentiam a nacionalidade Portuguesa?


Alguém escreveu que os portugueses são os chineses da Europa. Quando querem dizer verdades fazem mil e um rodeios, a maioria das vezes acabam por não concretizar o essencial.E as verdades nunca são paridas, desculpem este termo, devido aos circunlóquios e subterfúgios que enfeitam, e acabam por mascarar, qualquer verdade em Portugal exasperando os ouvintes os tele-espectadores e os leitores. Os portugueses têm medo de dizer, frontalmente, uma verdade!
Respeitando o patriotismo de Spínola e a sua boa vontade, melhor dizendo a sua ingenuidade, entendemos que a sua solução, na realidade bem intencionada, mas só isso, apresentava-se fora do tempo, se é que, alguma vez, esteve dentro do tempo. E fora da realidade, também. Talvez que na década de 50, quando Portugal ainda não sofria as asfixiantes pressões internacionais , quando os africanos “ainda não tinham aberto os olhos” e não tinham enveredado pela luta armada, fosse possível encarar a hipótese de uma federação de estados, mas para isso teriam que se fazer reformas arrojadas para a época. Muito ousadas, enfatizamos. A velha frase latina tem sempre acuidade: ubi bene, ibi patria, a minha pátria é onde me sinto bem. Ora para que os africanos se sentissem portugueses, como argumentava Spínola, era necessário que se tivessem feito reformas muito ousadas a tempo e horas. Era necessário que eles usufruíssem, em pleno, da cidadania e da civilização moderna.O que não sucedeu.

3 - ESQUELETOS NOS ARMÁRIOS - OS OSSOS DA DESCOLONIZAÇÃO (PARTE 3)

Um caso que serve de exemplo é a Guiana Francesa. Situada ao norte do Brasil ainda hoje pertence à França, apesar de se terem feito referendos e de haver movimentos independentistas. Por que se mantém francesa? Resposta simples: porque um referendo assim o confirmou. Por que ganhou o “sim”? Resposta: a segurança social francesa e outras regalias são extensíveis à Guiana! Há lá muitos naturais (mas franceses de facto e de direito) nos lugares da governação. O velho lema cínico acaba por se confirmar: “pátria e a tripa escrevem-se com as mesmas letras”!

O livro de Spínola, de que saíu uma edição serôdia em 2004, acabou por ser emblemático para o golpe de estado em 25 de Abril de 1974 . Mas volto a perguntar: quantas pessoas conseguiram lê-lo? E conclue-se: o regime estava mesmo no fim, um livro entediante e codificado foi o suficiente para abalar as estruturas que provinham do longínquo ano de 1926. Salazar foi derrubado por uma cadeira e Marcelo por um livro enigmático e fastidioso. Spínola foi condecorado, para quando a condecoração do carpinteiro ?
Marcelo Caetano não era indicado para conduzir o processo histórico angolano. Todo o seu passado estava ligado ao Acto Colonial, era um dos ideólogos do regime, pelo menos sob o aspecto ultramarino. Opositor da miscigenação, e muito mais da aculturação, mostrou estes pendores em inúmeras conferências e escritos. Embora, modernamemte, tenha corrigido rapidamente determinadas ideias. Mas já não servia para resolver a situação colonial porque, como é óbvio, tinha escritos comprometedores. E deu mostras de que continuava aferrado ao elitismo racista, não lhe passava pela cabeça ver um africano em um alto cargo de governo. Diz-se, e já é tempo de se confirmarem as suposições, que lhe foram propostos vários nomes de africanos para ocuparem lugares de topo. Recusou tudo.

Fig Um cédula de Angola com a efígie do Presidente da República Portuguesa. É de 1962. Este dinheiro nunca valeu nada fora de Angola e isso ficou amargamente provado quando se deu o êxodo para Portugal principalmente.
Estas cédulas eram meras “fichas de casino” mas com a agravante que, depois no próprio casino, não eram trocáveis. Um autêntico jogo de batota política, social e até histórica. Foi em 1951 que Angola, até então designada oficialmente como Colónia,passou a designar-se como Província Ultramarina. Esta mudança filia-se nas pressões internacionais iniciadas com a independência da Índia em 15 de Agosto de 1947. Até 1953 a moeda em Angola era o angolar; a partir daquele ano passou a ser o escudo, mas só nas notas porque, na realidade, nada tinha a ver com o escudo que vigorava em Portugal. Era mais uma maneira de tentar convencer de que Angola era uma província portuguesa.


Conforme escreveu Orlando Ribeiro (182)« Marcelo Caetano representa a visão monolítica do problema do Ultramar, tal como Salazar a concebeu e impôs...embora hoje alguns (e ele próprio) pretendam mitigar essa visão».
No governo de Caetano, ironicamente, registaram-se os maiores índices de progresso, tanto em Angola como em Portugal. Paradoxalmente, nunca em Portugal se respirou tanto optimismo e nunca no país houve tantos empregos (postos de trabalho, com se diz hoje), como nos seis anos de governo de Marcelo Caetano. Contradições da história. Foi um tempo em que ficou evidenciado que Angola tinha todas as condições para ser um grande país, ultrapassadas que estavam algumas barreiras de outrora: indigenato e contrato extintos, doenças tropicais praticamente erradicadas, boa rede de estradas asfaltadas, bons aeroportos, telefones entre cidades, ensino em roda livre instalado em bons edifícios incluindo o universitário, trabalho fiscalizado, não mais os grandes abusos patronais de outrora, bancos comerciais, emfim todas as acções que deveriam ter sido impulsionadas a partir de 1950. Pelo menos a partir de 1950. Mas que, infelizmente, só foram iniciadas em 1961.
E, sobretudo, havia uma maior abertura económica. Mas ficou uma barreira bem difícil de ultrapassar: a clivagem entre as comunidades europeia e africana. Uma clivagem que nunca foi resolvida, apesar dos esforços, infelizmente tardios, do governador geral Silvério Marques e dos seus sucessores. Foi esta barreira que provocou todas as irresoluções de Marcelo Caetano. Que ele não soube ultrapassar, talvez porque tinha contribuido para ela.
Angola, ao contrário de qualquer país, entrou em convulsão devido a problemas políticos, e não económicos como é o normal. É dos poucos países, se não for o único, que desmoronou apenas por assimetrias sociais e ideologias estranhas, e não por problemas económicos. Os problemas económicos são, sempre, a causa da queda de governos e até do colapso de civilizações. Às vezes são quase impossíveis de resolver, especialmente quando um país não tem meios de sobrevivência. Não era o caso de Angola e Portugal. Ambos estavam em bom ritmo económico.
A esmagadora maioria das crises nacionais funda-se na economia.Os colapsos civilizacionais, ao longo dos séculos, fundaram-se, todos, na economia. Em Angola tudo desmoronou, só devido a ideologias. Ou seja morreu com saúde!


Marcelo Caetano apresentou um parecer em 1962 (em anexo no livro) em que previa uma federação de estados autónomos dentro de uma Comunidade Lusíada. Quando tomou posse, como primeiro ministro, ficava irritado quando lhe falavam no seu parecer. Evitava falar sobre ele.
O que podemos pensar, então, sobre a sua tentativa de « finalmente desembaraçar-se da África», isto é, provocar um “grito do Ipiranga” forjado em Lisboa. De acordo com o que vem exarado no livro de Silvério Marques “ Marcelo Caetano Angola e o 25 de Abril “(136) era em Massangano em 15 de agosto de 1974 que se ia dar o “grito do Ipiranga”, tudo engendrado por e em Lisboa. Para tomarmos conhecimento deste episódio, afinal nós não éramos os ultimos a saber, nós éramos sempre os únicos que nunca chegávamos a saber, basta ler o livro de Silvério Marques, publicado em 1985, que se baseou em depoimentos de Franco Nogueira, de Santos e Castro (último governador geral) e de outros. O historiador Veríssimo Serrão manteve uma quente polémica com Silvério Marques sobre a veracidade da “tentativa” de Marcelo Caetano.
Como se tem enfatizado ao longo deste livro os angolanos não eram, nem nunca foram, “tidos nem achados”, para nada. O facto de existir a SEDES, um organismo extra governamental que Caetano ouvia e apoiava, que preconizava o abandono puro, rápido e simples, do Ultramar, e abertura ampla para a Europa, contribue para que façamos fé na “tentativa” descrita por Silvério Marques. O 25 de Abril inviabilizou esta tentativa de forçar a história, de se querer impor uma independência tipo Rodésia, de se tentar recuperar, atabalhoadamente e com um futuro comprometido logo de início, um tempo perdido.


No referido livro(136) lê-se: «...para o Chefe do Governo (Marcelo Caetano) afigura-se claro que, se conseguisse finalmente desembaraçar-se da África, teria ultrapassado as dificuldades internas...então pensa em organizar ou impulsionar um cenário que libertaria o Governo do problema ultramarino e não o responsabilizaria pela solução. A um círculo muito restrito de altas personalidades, desempenhando funções civis ou militares, Marcelo Caetano sugere a possibilidade de ser suscitado, sob qualquer pretexto, um conflito entre o Ministério do Ultramar e um Governo Ultramarino local. Agravado o dissídio, propositadamente o Governo Central fingiria intervir e resolver o conflito; mas não tinha sucesso; e o governo local, apoiado nos elementos locais, assumiria um estado de rebelião que o Governo de Lisboa se confessaria impotente para dominar, e que conduziria à separação e à independência».
Esta atitude de abandono colide com uma frase escrita a Salazar quando Marcelo Caetano era Ministro das Colónias em 1946:« O português não tem têmpera para suportar demorada e pacientemente contrariedades. Há que assisti-lo a cada passo, sobretudo quando longe da terra natal. É um dado que o Governo tem de ter sempre presente».
Mas a guerra colonial tinha-se transformado num labirinto aparentemente sem saída. Talvez houvesse uma ou duas saídas hábeis, mas teriam que ser “a tempo e horas”. Saídas que nem sequer foram admitidas por Caetano. Ele achava que não havia condições para uma transição pacífica. Deixou o tumor chegar à supuração. E o golpe aconteceu na madrugada de 25 de Abril de 1974.


Em Portugal o golpe de 25 de Abril levantou um onda de alegria. Mas não sucedeu o mesmo em Angola onde a população ficou fortemente apreensiva. Mesmo a minoria que fazia parte dos Movimentos de Libertação ficou receosa do futuro. As assimetrias de Angola, se fossem convenientemente exploradas, poderiam transformar o país num inferno. Infelizmente foi o que sucedeu.
O regime deposto tinha tanta imobilidade, a tal “habitualidade” de que gostam os portugueses e a que Salazar se referia com frequência, e que justificava a inércia do regime, que só dois dias depois, em Angola, é que se começaram a notar, mas ainda timidamente, o início das alterações. Que se iriam suceder, depois, com uma alucinante velocidade, um contraste com os lerdos 40 anos do colonialismo salazarista.
Só através da rádio é que no interior, no mato, se tinha uma ténue percepção do que se estava a passar. O Secretário Geral, segundo na hierarquia superior de Angola e que substituiu o Governador Geral, leu uma proclamação destinada a acalmar os ânimos. A desinformação, a má informação,os silêncios capciosos e as mentiras deslavadas que caracterizaram o salazarismo mantiveram-se. Mas, agora, as mentiras eram mais danosas e iriam provocar situações trágicas, e mais rápidas, porque já ninguém tinha mão no sistema.
Um militar, obviamente metropolitano,completamente alienado dos problemas de Angola (e imbuído da ideologia em moda o marxismo), encarregou-se da manutenção da já existente censura à imprensa, apesar de o novo regime apregoar a liberdade de imprensa. Agora era mais apertada e tendenciosa! Uma censura desde o tempo de Paulo Dias de Novais (1575), passe o exagero!





Fig Rosa Coutinho rodeado por Agostinho Neto (que viria a ser o primeiro Presidente de Angola) e por Jonas Savimbi. O outro líder Holden Roberto está ausente, explicável, em parte, devido à aversão pessoal de Rosa Coutinho pelo líder da FNLA. Uma tal animosidade não era conveniente num processo político tão complicado, não era a pessoa indicada para um tal momento histórico.

Em Lisboa o general Spínola dirige-se ao país prometendo “garantir a sobrevivência da Nação soberana no seu todo pluricontinental”. É um discurso bafiento, fora do tempo, recebido com cepticismo sarcástico pelos angolanos. Para Angola é nomeado o general Silvino Silvério Marques que tinha sido Governador Geral de 1962 a 1966. Só aguentou um mês, o país já estava todo politizado, o ódio instalara-se por todos os cantos. É substituido, em fins de Julho de 1974, pelo capitão de mar e guerra, arvorado em almirante, Rosa Coutinho presidente de uma Junta Governativa.


Este oficial de marinha governou até 27 de Janeiro de 1975, sendo substituido por outro militar o general Silva Cardoso, devido às pressões exercidas pelos movimentos FNLA e UNITA. Os cinco meses de Rosa Coutinho foram suficientes para desmontar o país. Foram tantas as tontices
deste governante que é difícil arranjar comparações com outras situações históricas.
Desde que Rosa tomou posse que o seu objectivo estava definido: entregar o poder ao MPLA, o movimento que controlava a capital, de feição moscovita, constituído, em maioria, pela burguesia urbana africana, que tinha resistido á sua aniquilação, desde tempos longínquos. A entrega do poder ao MPLA obedece à lógica da história universal: a burguesia urbana africana que a Metrópole espezinhou sempre e que, a partir de 1930, foi ainda mais subalternizada, era a que tinha mais vínculos com Portugal, entre os dois houve (e há ) sempre uma relação ódio-amor. O próprio Rosa Coutinho confessou em um programa de televisão que“os do MPLA escrevem poesia em português e gostam de bacalhau”.


Havia várias Angolas, mesmo entre os europeus. Durante o governo colonial a comunidade europeia foi considerada como uma tribu: “é branco, portanto tem amor à Metrópole, gosta de mandar nos pretos, é contrário a qualquer movimento autonomizante”.
Durante A Virada (1974-1975) verificou-se que havia diferenças notórias dentro da comunidade europeia. Diferenças que se podem filiar nas dicotomias que começaram no século 19: litoral/mato, clima quente e humido/clima frio e seco, comerciantes/aviados, pombeiros/ carregadores, calcinhas/matumbos. Não é por acaso que alguns europeus do interior eram pró-Savimbi e alguns europeus do litoral eram pró-Agostinho Neto. Era o século 19 a impor-se.
Lembramos aqui a reacção dos comerciantes de Benguela, quando pressentiram que iam perder o monopólio das importações, porque ao longo da linha do CFB, em 1929, os comerciantes do mato (aviados) já não precisavam das praças do litoral. O porto do Lobito e a ferrovia tinham acabado com os monopólios dos comerciantes de Benguela!
As diferenças eram mais notórias entre os comerciantes do sul e os fazendeiros do norte, os donos do café. No sul o sistema dos contratos era abominado, não só pelo esvaziamento demográfico reflectido nas quedas de produção agrícola, como especialmente pelas situações de opressão e injustiças verificadas no angariamento de pessoal, o célebre contrato.No norte apoiava-se o contrato, única razão de ser das fazendas. Não há máquinas para colher café, tem que ser à mão.No sul repudiava-se o contrato, o comércio apoiava-se na produção nativa.


O movimento FNLA tinha as suas raízes na República Democrática do Congo e não havia afinidades com os europeus. Rosa Coutinho empenhou-se em ressaltar o reacionarismo dos europeus que não aceitavam a entrega do poder sem referendos. Como se esta reacção não fosse mais do que legítima! Quem é que gosta de ver os seus problemas resolvidos por estranhos, ainda por cima incompetentes e fanatizados por uma ideologia estranha e já com muitos maus resultados!
Rosa chegou a dizer, a propósito de um pretenso “grito do Ipiranga”(42): « Os colonos tinham condições económicas e força para isso, o que, como na Rodésia, não iria resultar mas arrastaria o processo de descolonização por mais cinco ou dez anos». O que é apenas um conclusão precipitada que merece os comentários que já fizemos acima, a propósito de uma independência forjada em Lisboa. Quais os europeus, ou descendentes, que ficariam em Angola formando “o quadrado da resistência” e defendendo o quê? E com que material de guerra? Com as Kropatchecks, espingardas do tempo da guerra franco-prussiana em 1870? Quando eu “fiz a tropa” em 1957 o fardamento era igual ao do tempo da rainha Victoria na Índia.Ainda se usava capacete colonial! Onde estavam as “condições económicas e demográficas e a força para isso”? Os colonos estavam desinformados de tudo, mas instintivamente, sabiam distinguir a situação política em Angola, como ficou, inexoravelmente demonstrado, com o exodo total.


Onde estava o poder económico dos colonos? Em Angola não havia super fortunas como as que existiam em Portugal. Em Angola 60% dos europeus viviam “chapa ganha chapa batida” eram os remediados; 20% viviam muito mal, 15 % viviam bem e 5% viviam muito bem. Esta última franja era constituida pelos metropolitanos em comissão, à qual o almirante pertencia. O grande capital de Angola, obtido à custa do trabalho compelido, estava todo em Lisboa, era sempre transferido. Em Angola o único palacete, digno desse nome, pertencia ao eng. Brognon, director da empresa petrolífera que estava em prospecções. Só conheci um único colega de liceu que tinha enriquecido: saíu-lhe a sorte grande ou 6 000 contos. Com este dinheiro ele comprou uma fazenda e começou a criar gado de raça. Perdeu tudo, como é mais que óbvio.