BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

PROTESTO DOS PROFESSORES EM AVEIRO

É o culminar de algumas iniciativas espontâneas que se têm verificado mais recentemente.
Em 16 de Fevereiro, dezenas de pessoas convocadas por SMS, manifestaram-se à porta da sede do PS em Lisboa quando este se reunia com professores socialistas.
A 23 de Fevereiro, mais de 2 mil professores, juntaram-se nas Caldas da Rainha, Leiria e Porto. Antes disso, já em Aveiro um grupo de professores de Eixo, fazia uma vigília.
A 26 de Fevereiro, 3.000 professores desfilaram em Coimbra. Nos dias seguintes em Viseu, Guarda e Castelo Branco juntaram-se mais de 5.000 professores.
Dia 8 em Lisboa, espera-se a MAIOR MANIFESTAÇÃO de sempre contra o Ministério da Educação que de ,tem muito pouco.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

POLÍTICA E JORNALISMO - PROMISCUIDADE E OPORTUNISMO

Pois é ... se dúvidas houvesse de que este governo não dorme, não há nada como um "tachinho" para a mulher do senhor director da SIC, irmão do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, não é verdade?
Depois do controlo absoluta na RTP, que tal uma lança agora em África?
Porquê que Sócrates não mexeu nos privilégios e regalias da classe mais favorecida em Portugal - os jornalistas - logo a seguir aos corruptos que há do melhor em Portugal e se movimentam na política?
Como é que se diz da mulher de César, como é?
Ahhhhhh ... afinal vocês sabem, não sabem? Então contem lá essa ao ... director da SIC!
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domingo, 24 de fevereiro de 2008

"PROFESSORESZECOS" - UMA NOVA CLASSE DE PROFESSORES A EMERGIR

O incrível sucedeu.

Este mês a ministra da educação foi à assembleia da república e alguns deputados do PS questionaram-na sobre algumas das suas políticas da educação.
Confrontada com essas dúvidas o que faz a ministra... Responde ?

Não...

Acusa antes os deputados de ao colocarem dúvidas estarem a dar voz aos "professorezecos"...
Assim mesmo, os "professorzecos".
(Clicar em cima para ampliar)

http://educar.files.wordpress.com/2008/01/ps.jpg

Esta notícia foi publicada no Público, mas, por alguma razão, passou praticamente despercebida, ...

PROPAGANDA E PETER PAN - ASSIM VAI A EDUCAÇÃO EM PORTUGAL

Público - 20.02.2008
Santana Castilho - Professor do ensino superior


A avaliação do desempenho dos professores é a referência mais recente e persistente na demagogia do discurso de Sócrates
No Parlamento, a 13, e na SIC, a 18, Sócrates falou duma Educação virtual, dum país que não existe senão no imaginário dele. Em qualquer dos locais, o homem cavalgou uma onda autista. Falou do que quis, mas não do que é. Como se estivesse num comício do PS, despejando propaganda sobre os fiéis. Parafraseando Churchill, o êxito dele não é mais que ir de fracasso em fracasso, mantendo o entusiasmo.
A avaliação do desempenho dos professores é a referência mais recente e persistente na demagogia do discurso de Sócrates. Com a arrogância que lhe conhecemos, tem falado dela com a mesma ligeireza com que projectou vivendas sobre estábulos ou prestou provas de licenciatura por fax.

Não é verdade que durante 30 anos não tenha havido avaliação de desempenho dos professores, como não se cansa de repetir, ou que os professores não queiram ser avaliados, como insinua. A questão reside na substituição de um modelo de avaliação ineficiente, o que existia, por outro, escabroso, o que propõe, que, se se consumar, trará mais caos ao caótico sistema de ensino. Nenhuma organização séria, seja pública ou privada, propõe mudar seja o que for, neste quadro, sem permitir (e mais que isso, fomentar e promover) o envolvimento dos visados na construção do processo.

A avaliação do desempenho só vale a pena, se for concebida como instrumento de gestão do desempenho. Quer isto dizer que o seu fim primeiro é identificar obstáculos ao desenvolvimento das organizações, removendo-os, e não castigar pessoas. Dito doutro modo, as instituições maduras preocupam-se hoje mais com a apropriação por parte dos colaboradores dos valores que, intrinsecamente, geram o sucesso e melhoram o desempenho do que com os instrumentos que, extrinsecamente, o promovem.

Porque o primeiro-ministro não tem tempo para ler esses estudos, quando na SIC deu o exemplo dos Estados Unidos da América, ignorava, por certo, que a introdução, aí, do indicador "resultados obtidos pelos estudantes", logo fez aparecer professores a treinarem alunos nas técnicas de copiar nos exames.

Ou ainda, quando invocou a França, se esqueceu que a avaliação do desempenho dos professores franceses (que mostrou desconhecer) não impediu o descalabro do respectivo sistema educativo. Lá, como cá (ainda não tivemos Lisboa a arder como eles já tiveram Paris), é a desregulamentação da sociedade e a desagregação da escola pública que tornou os menores franceses o grupo mais representativo nos delinquentes cadastrados (quase 20 por cento).

Sem discutir a bondade dos fins, o que afasta qualquer democrata honesto do primeiro-ministro é a teimosia em que este persiste: porque julga que o fim é bom, despreza os meios e os processos, como fazem os ditadores. Uma questão deste melindre e com as implicações sociais que lhes estão associadas, obrigaria sempre a ponderações criteriosas das soluções e à sua testagem antes da aplicação. Não entender isto, compactar tudo em prazos irreais, persistir na defesa das trapalhadas normativas do ministério, mesmo depois de, por quatro vezes, quatro tribunais administrativos distintos aceitarem providências cautelares sobre a matéria, é reagir como um menino grande, que manipula o brinquedo do poder sem qualquer sentido de Estado.

Quando Sócrates fala de números em Educação, já sabemos o que vai dizer, porque repete sempre o mesmo. Na SIC, Nicolau Santos, jornalista familiarizado com estatísticas, deveria tê-lo confrontado com as mais fresquinhas do INE: durante o Governo de Sócrates o desemprego aumentou 6,5 por cento e, dentro deste, o aumento do desemprego dos licenciados ultrapassou os 63 (sessenta e três) por cento. Este sim é o país real.


O resto são fantasias de Peter Pan.
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PROFESSORES - UMA CLASSE A LUTAR PELA EDUCAÇÃO E PELA PROFISSÃO

Os professores andam FARTOS de serem enchovalhados, do ensino se tornar numa vulgaridade sem mérito, da escola estar a ser transformada numa enorme sala de aula sem educação e disciplina, sem aprendizagem e sem ensino.
A INDEPENDÊNCIA de ser professor está em risco por via de uma avaliação que tenha em vista resultados positivos pré-definidos.
Este fim de semana foram vários milhares de professores que manifestaram a sua INDIGNAÇÃO. Escola EBI de Eixo (Aveiro), Porto, Caldas da Rainha, Leiria.


Para contrabalaçar, o Ministério da Educação, AGENDOU para amanhã um programa a que eles intitulam "Prós e Contras" convidando a Ministra para estar presente e responder a perguntas de convidados previamente seleccionados. A fazer lembrar aquelas entrevistas ao nosso primeiro ministro, combinadas previamente para não o comprometerem.
Sabendo-se que este é um programa mais do tipo "Prós e Prós", estamos à espera de mais uma saída em beleza da Ministra, com toda a gente cheia de dúvidas mas ela com a noção de que tudo vai bem, está a correr bem e ... com tranquilidade.
A Fátima Campos Ferreira, saberá dar a volta, evitar perguntas incómodas e directas, convidar gente do "sistema". Não é por acaso que os jornalistas andam calados com toda esta pouca vergonha e escondem "revelações" processuais chave ou evitam perguntas fundamentais incómodas. Não é porque não saibam o que se passa, NÃO, mas lá que há muita gente besuntada ...

O DESENCANTO DA EDUCAÇÃO

Um texto de Maria João Teles
Tristeza
(...) Por isso, fiquei muito surpreendida quando, esta manhã, acordei com uma vontade intensa de procurar o endereço do meu blog ( até me esqueço dele!) e desabafar.
Desabafar porque a tristeza que tem tomado conta de mim, nos últimos tempos, já não se contenta em ser verbalizada com alguns colegas de trabalho (poucos!) que, infelizmente, vão partilhando estes sentimentos de desalento e angústia.
Desabafar porque estou a sentir-me inútil, enxovalhada, descartável e uma peça partida de um jogo de xadrez qualquer, jogado por aprendizes dessa arte ancestral e que requer tanto inteligência como habilidade. Ou será que se tratam antes de foliões que, num pub rasca qualquer, vão atirando dardos a um alvo para passarem o tempo?
Desabafar porque, quando me perguntam qual é a minha profissão, eu já não sei se devo responder orgulhosamente "Sou professora!" ou, em vez disso, "Faço parte de uma companhia circense e, conforme o dia, vou sendo a mulher-palhaço, contorcionista, malabarista, domadora de feras...Olhem! Acumulo funções!"

Aproximam-se a passos largos os meus quarenta e três anos. Desde os seis que estou ligada ao ensino. Nunca cheguei a sair da escola. Fui aluna e depois professora. Comecei a leccionar ainda como estudante universitária e esta profissão faz parte de mim como a minha pele. No entanto, hoje sinto-me como uma cobra: com uma urgente necessidade de a mudar e arranjar uma nova.
Pela primeira vez, questiono a sabedoria da escolha que fiz relativamente à minha profissão. Escolha consciente, diga-se em abono da verdade...a culpa foi toda minha, ninguém me obrigou e pessoas avisadas bem me alertaram. Mas, também existiam outras que pensavam de forma diferente. Relembro nomes de antigos professores... daqueles que, por si só, já eram uma aula e não precisavam de recorrer a metodologias e estratégias inovadoras (já agora...se alguém souber de alguma que ainda não tenha sido tentada, não seja egoísta e partilhe-a comigo...eu já não consigo inventar mais!).
Recordo como esses professores me incentivaram a seguir esta carreira-"Foste feita para ensinar, miúda! Vai em frente!"- e como um deles, quando o encontrei já bem velhote, comentou com um sorriso "Eu bem sabia! Sempre lá esteve o bichinho!" Que diriam, todos os meus professores que já partiram, sobre tanto decreto regulamentar que, em vagas sucessivas, vai transformando a nossa Escola e os seus professores num circo de muito má qualidade, cheio de artistas saturados, humilhados, mal pagos e fartos de trabalharem num trapézio sem rede?
Sou regulada por um Ministério que espera que eu seja animadora cultural, psicóloga, socióloga, burocrata, legisladora, boa samaritana, mãe substituta... Espera-se que tenha doses industriais de paciência e boa vontade, que me permitam aguentar a falta de educação de meninos mal formados, de meninos dos papás, de meninos que estão na escola apenas porque não têm ainda idade para trabalhar (porque bom corpo isso têm!), de meninos que estão na escola a enganar os pais, que até se deixam enganar por conveniência, de meninos que frequentam os Cursos de Educação e Formação e os Profissionais porque acham que é uma forma de fazer turismo com os livros debaixo do braço (desculpem, enganei-me...vou rectificar- "sem os livros debaixo do braço"), de meninos que vêm para a escola para não deixarem que outros meninos, estes últimos sim, com aspirações e provas dadas, possam seguir em frente até serem os homens que os primeiros nem sequer conseguem projectar mentalmente...
Além disso, tenho reuniões: de departamento, de conselho de turma, de equipa pedagógica, de Assembleia de Escola (pois foi...também caí na patetice de aceitar presidir a este órgão...mais uma vez a culpa foi minha, pois pessoas avisadas bem me alertaram!), de grupos ad-hoc, de reuniões para decidir quando faremos mais reuniões...
Tenho legislação para ler.
Labirintos de artigos em que o próprio Minotauro marraria vez após vez num ataque de fúria! Um dédalo legislativo, no qual nem Teseu conseguiria encontrar a ponta do fio.
Há papelada para preencher. Pautas dos profissionais, grelhas de observação para cada um dos alunos, registos das actividades de remediação... Não esquecer a reposição de aulas. As dos alunos que faltam por doença, por namoro, por jogo dos matraquilhos...desde que a justificação do Encarregado de Educação seja aceite, lá tenho eu de arranjar actividades de remediação para quem não quer ser remediado!
Proibi a mim própria adoecer, visto que também tenho de repor essas aulas, mais as das greves, as das visitas de estudo dos alunos nas quais a minha disciplina não participa ( mesmo estando eu a cumprir o meu horário na escola...não faz mal, depois ofereço um bloco ou dois de noventa minutos gratuitamente!), as das minhas ausências em serviço oficial...
A questão é saber quando e como vou repor essas aulas, dado que o meu horário e o dos alunos é incompatível durante os períodos lectivos!
Claro que isso não faz mal: dou dias das minhas férias! Afinal, não consta por aí que os professores estão sempre a descansar? Tenho aulas para preparar. Testes e trabalhos para corrigir.
Devo investir na minha formação. Quando? Como? Onde?
E isto é a ponta de um rolo de lã que, bem aproveitadinho, dava uma camisola e pêras! Ou então uma camisa de onze varas! Fazendo o ponto da situação, sobra-me pouco tempo para aquilo que gosto realmente: ensinar.
Pouco tempo para aquilo que me dá prazer: fazer circular o conhecimento.
Pouco tempo para conseguir que esse conhecimento ocupe o espaço que, na maioria dos casos, é ocupado por uma crassa ignorância.
Agora, dizem-me que vou ser avaliada ( tudo bem, não tenho nada contra o ser avaliada...talvez assim, com as novas emoções, eu descongele, pois há tanto tempo que estou no frigorífico laboral!), mas parece-me que vou voltar a uma espécie de estágio ainda pior do que aquele que enfrentei há dezassete anos atrás.
Tenho receio que as escolas se transformem num circo ainda maior. Um circo de palhaços ricos e palhaços pobres. Um circo de compadrios e vingançazinhas pessoais. Um circo em que uma meia dúzia de artistas vai andar vestido de lantejoulas e seguido de cãezinhos amestrados, uma outra meia dúzia vai tornar-se perita na arte do contorcionismo, para evitar obstáculos, e a grande maioria da companhia vai ter de engolir fogo para o resto da vida profissional.
Ah! Não posso esquecer que, se tudo correr de feição a este Ministério da Deseducação, até o senhor Zé da padaria vai poder presidir a um órgão de gestão das escolas.
Esta não é a profissão para a qual eu me preparei anos a fio. Por isso, estou triste. Estou triste.
E não escrevi sobre tudo a que tinha direito.
E esta tristeza, para que eu a consiga despejar convenientemente, tem de ser escrita, gravada com letras...não me chega falar dela. Até porque, ultimamente, também já não me apetece falar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

QUEM SÃO OS MELHORES EMPREGADOS DOMÉSTICOS DOS PAIS? ... ORA, ORA ... OS PROFESSORES!

Finalmente um artigo que levanta a ponta do véu das ideias (e do mau gosto) da Ministra ...
De facto a política seguida só tem um objectivo último: libertar os pais, leia-se as mulheres, dos seus estimados rebentos ...
É uma forma de rejeição semelhante ao ABORTO, das crianças que não puderam abortar antes de nascer ...
A Ministra é um exemplo PODEROSO daquilo que uma FEMINISTA faz quando chega ao PODER ... LIBERTAÇÃO DA MULHER e que se lixem os PROFESSORES ...
AGORA SÓ FALTA SABER DE QUE GOSTA O SR. ALBINO ? Alguém sabe ???

Já disse aos meus filhos que os deserdo se forem para professores !!!

Deus nos livre desta Ministra!
O DN de hoje traz mais uma má notícia para as escolas, os alunos e os professores.
A Ministra da Educação ameaça estender o conceito de "escola a tempo inteiro" aos 5º e 6º anos de escolaridade.
O senhor Albino, Presidente da Confap, rejubila com a medida.
Com esta medida, ficamos mais perto do sonho da Confap: transformar os professores em empregados domésticos dos pais.
Vejam este texto da autoria de Ramiro Marques:

"Os alunos do 2º ciclo do ensino básico passam actualmente 39 horas por semana na escola.
A dona Lurdes e o senhor Albino acham pouco. E vai daí, juntam esforços e o sonho concretiza-se: os alunos vão estar, brevemente, enfiados na escola durante 55 horas semanais, ou seja, mais 16 horas do que actualmente.
O plano é assim: depois das 17 horas, as escolas do 2º ciclo passam a oferecer mais duas horas de Actividades de Enriquecimento Curricular, onde a Ministra vai enfiar a martelo a área de projecto, a formação cívica e o estudo acompanhado.

Para o senhor Albino, esta é uma boa medida. Assim, os pais podem trabalhar descansados, ir ao cinema, namorar e enfiar-se nos centros comerciais, enquanto os filhos ficam enclausurados entre quatro paredes, desafiando a paciência e a autoridade dos professores.
Ninguém contesta um modelo de sociedade e de economia que impede os pais de estar com os filhos antes das 20 horas.

A anomia e a anestesia deste Povo são tão grandes que poucos contestam uma sociedade que obriga as crianças a estarem 11 horas por dia na escola!
Estou em crer que se quer fazer com as crianças aquilo que a economia já fez com muitos dos pais delas: embrutecê-las!
É provável que a Ministra ainda tenha tempo para anunciar a suprema das medidas, a mãe de todas as reformas da Educação: as escolas públicas irão passar a funcionar em regime de internato, oferecendo uma verdadeira "escola a tempo inteiro": 24 horas por dia de actividades lectivas, de enriquecimento curricular e de repouso.
O senhor Albino ficará feliz e o Povo rejubilará.
Os pais vão finalmente ver-se livres dos filhos: para sempre!
E os professores verão aprovado um novo e derradeiro estatuto: o estatuto de empregados domésticos dos pais!"

O ESTATUTO E AS FUNÇÕES DO PROFESSOR - ESPAÇO E TEMPO PARA A SUA CONCRETIZAÇÃO

Vale, de facto, a pena analisar este estudo com algum cuidado
(clica em cima para aumentar)



domingo, 17 de fevereiro de 2008

PROFESSORES EM LUTA NA EBI DE EIXO

Aqui fica o registo de mais este NOJO do Ministério da Educação!!!
(Para ler o artigo aumentado, clicar em cima)
Depois desta iniciativa dos professores da EBI de Eixo (Aveiro), em menos de 10 minutos, a DREC telefonou para saber o que se estava a passar naquela escola, preocupada ainda em saber QUAIS os orgãos de comunicação social que lá tinham estado presentes.
Ironia das ironias - a notícia que passou no jornal da SIC às 13h, já não passou à noite.
Porque será?

TSUNAMI LEGISLATIVO DO MINISTÉRIO DA INDUCAÇÃO

Escolas atingidas por "tsunami" legislativo
Armanda Zenhas 2008-02-13
Relembrando a linguagem futebolística, poderíamos utilizar, com propriedade, neste contexto, que a meio do jogo não se mudam regras. Com efeito, que sentido faz mudar regras a meio de um ano lectivo?
As escolas têm vindo a ser abaladas por um verdadeiro tsunami legislativo. Em maré de grande fecundidade legislativa do Ministério da Educação (ME), abrangendo as mais diversas áreas e temas, desde a educação de alunos com necessidades educativas especiais, ao ensino da Música, passando pela adopção de manuais, sobre tudo tem saído legislação. Sem dúvida, aquela que mais tem (pre)ocupado as escolas tem sido a que se refere à avaliação de desempenho dos professores e o novo Estatuto do Aluno do Ensino Não Superior, não esquecendo um outro diploma muito importante, ainda em discussão pública, o referente à gestão das escolas.
Este é um estranho ano lectivo.
Como todos os professores, habituei-me a considerar os anos como começando em Setembro, ou seja, vejo-os sempre como anos lectivos e, raramente, como anos civis. Neste momento, sinto-me em pleno, demorado e doloroso efeito de jetlag, como se tivesse atrasado muito fusos horários de uma assentada.
Depois de um arrasador 1.º período (Diário - desabafo de uma professora), ao chegar às escolas, em Janeiro, os professores depararam-se com este tsunami legislativo, para pôr em prática agora, quando o ano lectivo já vai longo, carecendo a imensa e fundamental legislação saída de muita regulamentação (muitas reuniões de conselho pedagógico, de departamentos curriculares e outras), sem a qual não poderá entrar em vigor, apesar de ser uma condição que tal aconteça.
Começando um ano lectivo em Setembro e sendo necessário existir, não apenas estabilidade do corpo docente, mas também estabilidade de regras, princípios e normas orientadoras da política e da actividade das escolas, seria de esperar que a legislação que regulamenta a política educativa saísse sempre no ano lectivo anterior, com tempo suficiente para ser analisada e para a sua aplicação nas escolas ser feita de forma reflectida e organizada. Relembrando a linguagem futebolística, poderíamos utilizar, com propriedade, neste contexto, que a meio do jogo não se mudam regras.
Com efeito, que sentido faz mudar regras a meio de um ano lectivo?
Não me proponho fazer uma análise de toda a legislação saída (seria uma tarefa hercúlea), nem mesmo uma reflexão exaustiva de um único diploma.
Gostaria, contudo, de exemplificar os inconvenientes deste tsunami legislativo, pegando apenas no Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, que se refere ao regime de avaliação do pessoal docente, e no Decreto-Lei 3/2008, sobre o novo Estatuto do Aluno.Começando pelo Estatuto do Aluno, deter-me-ei somente sobre as faltas.
No início do ano lectivo, sabíamos que havia faltas justificadas e faltas injustificadas, e que cada tipo de faltas tinha implicações diferentes. No novo Estatuto, a distinção entre os dois tipos de faltas é muito ténue e ambos ficam sujeitos ao mesmo tipo de intervenção, que passa pela realização de uma ou duas provas na(s) disciplina(s) em que se exceder o número regulamentado de faltas, podendo essa(s) prova(s) levar à não aprovação, mesmo que as faltas sejam por doença: tratamento idêntico para quem foi operado, por exemplo, e para quem anda a jogar à bola nas horas das aulas. Segundo o artigo 59.º deste diploma, esta lei aplica-se apenas às situações constituídas após a sua entrada em vigor.
Assim, fica-se na dúvida sobre os procedimentos a ter em relação às faltas dadas no 1.º período. Já contam para as provas? Não contam?
Quanto à avaliação de desempenho, apesar de ser um processo novo e muito complexo, ela surge em Janeiro para implementação imediata nas escolas. Isto, apesar de faltar ainda a publicação de inúmeros normativos regulamentadores previstos no próprio Decreto-Lei, ou seja, pretende-se avaliar sem que os avaliados saibam, de forma clara e objectiva, sobre que aspectos recai a sua avaliação e os avaliadores saibam, inequivocamente, que informação devem recolher e como a devem recolher.
Diversas escolas e agrupamentos e o próprio Conselho de Escolas consideraram inexequível a aplicação deste modelo nos prazos e com os procedimentos previstos pelo ME.
A título de exemplo, adiantarei que a lei começava por exigir que as escolas ou agrupamentos elaborassem, num prazo muito curto, instrumentos de registo normalizados de toda a informação relevante para a avaliação de desempenho, tendo em conta as recomendações formuladas pelo conselho científico para a avaliação dos professores. Ora esse conselho continua sem estar constituído à data em que escrevo este artigo.
Para o ME, foi fácil resolver a questão: não há conselho, nomeia-se a sua presidente e esta emite as tais normas. E assim dá o ME o exemplo do rigor e do cumprimento que quer impor aos professores! Face à contestação surgida, o ME acabou por flexibilizar os prazos intermédios, mas não os finais, desta avaliação, não obstante continuar sem dar solução/resposta a todos os problemas apontados.
Grande parte da legislação que tem saído no decurso deste ano lectivo, nomeadamente a que analisei (bem como outras orientações ministeriais, como é o caso, por exemplo, do Plano TIC ou do módulo Cidadania e Segurança) implicam, inclusivamente, modificações nos documentos fundamentais que regem a vida e a política das escolas, nomeadamente o Projecto Educativo, o Plano de Actividades e o Regulamento Interno, agora transformados em páginas em constante transformação, ao invés de serem (como deviam) documentos com uma determinada duração (plurianual ou anual, conforme os casos), a fim de garantirem a necessária estabilidade.
Por outro lado, os professores, particularmente as estruturas de direcção e de gestão pedagógica das escolas, vêem-se envolvidos em constantes reuniões para lerem, analisarem, interpretarem, entenderem, até, o que se pretende, para depois procederem à necessária regulamentação e/ou implementação. Nos tempos que correm, o trabalho de um professor esgota-se nesta interminável tarefa de decifração dos desígnios legislativos, impedindo-o de se dedicar ao trabalho pedagógico com os alunos.
Ano lectivo e ano civil não são sinónimos.
Oxalá as tomadas de posição de diferentes entidades deste país, as providências cautelares interpostas (para já, pelo menos, duas aceites pelo tribunal) e outras iniciativas façam inverter os efeitos deste tsunami legislativo e proporcionem condições de trabalho adequadas nas escolas.
Armanda Zenhas
Mestre em Educação, área de especialização em Formação Psicológica de Professores, pela Universidade do Minho. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes de Estudos Portugueses e Ingleses e de Estudos Ingleses e Alemães, e concluiu o curso do Magistério Primário (Porto). É PQND do 3.º grupo da Escola EB 2,3 de Leça da Palmeira e autora de livros na área da educação. É também mãe de dois filhos.

ENTREVISTA DE SÓCRATES AO 4ª REPÚBLICA


Antes da entrevista do 1º Ministro à SIC, logo à noite, o 4R obteve uma entrevista exclusiva de Sócrates.Dividimo-la em duas partes: o passado e o futuro. Como é natural, apresentamos primeiramente a parte referente ao passado.
-Sr. 1º Ministro, desde que foi eleito, já teve duas derrotas eleitorais, mas mantém-se à frente nas sondagens. Como explica?

-Duas derrotas? Que derrotas?
-Olhe, as Presidenciais. Escolheu M. Soares para Presidente e perdeu!...

-Não! Quem perdeu foi Soares; eu e o PS ganhámos um grande sossego. Repare que até tive que me lesionar no esqui, para não estar na campanha...

-Bom, mas perdeu as Autárquicas e candidatou João Soares a Sintra e tornou a perder...

-Não! Depois de ter perdido Lisboa e Sintra, de mais a mais contra o Seara, J. Soares deu o berro e já não chateia. Como vê, ganhei!...

-Mas Carrilho perdeu Lisboa...

-Não! Aí foi uma dupla vitória. Neutralizei Carrilho, que andava alvoroçado em candidatar-se e com pio a mais, e agora até consegui lá pôr o Costa, que andava a levantar a garimpa e já me enfastiava no Governo. Ele agora tem com que se entreter e eu fiquei à vontade!..

-Bom, então tudo premeditado... Mas os problemas com Alegre também estavam previstos?

-Completamente! Alegre vai entretendo o PS. Eles lá vão falando do socialismo e debatendo à esquerda, e eu fico livre para fazer o que me dá na gana. No fim, vêm sempre comer à mão!...

-Então também meteu o socialismo na gaveta?

-Que ideia! Nunca faria como Soares!...(Olhe, até lhe digo, mas estritamente off the record, que nem sei bem o que é isso de socialismo…).
-Confirma ter sido o responsável exclusivo pelos projectos da Guarda?

-Ah, nem sabe o que me custou!... Aqueles mamarrachos envergonham qualquer sujeito. Apesar de tudo, os trabalhos que assinei nem diferem assim tanto dos do Siza!... Mas não tinha por onde escolher. Até porque, se não fosse assim, teria à perna os desenhadores da Guarda. Nenhum deles se revê no que fez!...Sacrifiquei a estética e mantive a ética!...

-Falemos do futuro. O Programa Novas Oportunidades é para continuar?

-Sem dúvida! Eu próprio sou um exemplo feliz de ter aproveitado a oportunidade de uma Universidade que ia fechar para me licenciar. Uma oportunidade única. Agora já não seria possível. Por isso criei as Novas Oportunidades!…

-As Novas Oportunidades também vão dar licenciaturas rápidas?

-Com certeza. Não descansarei, enquanto todos não forem licenciados como eu!...

-Haverá alterações na política de saúde?

-Não. Faremos é de forma diferente. Correia de Campos quis atingir os objectivos do Governo antes do tempo previsto.

-Mas quais eram esses objectivos?
-Naturalmente os de concentrar todas as maternidades numa mega Maternidade em Sines e todas as urgências numa mega Urgência na Ota, substituindo o aeroporto. É um propósito de que não abdicamos!…

-Então, mas uma parturiente de Vinhais tem que ir para Sines?

-Sim, e vemos também aí um incentivo à maternidade, propiciando às parturientes uma viagem a Sines. É uma cidade bonita.

-E quanto à política de educação?

-O Governo não desiste de levar para a frente a sua política de educação. É ponto assente.

-Mas qual é a política?

-Reprovar todos os professores e fazer passar todos os alunos. A segunda parte está conseguida. Quanto à primeira, estamos quase a conseguir, agora com a avaliação dos professores!...

-De facto, simplex, Senhor 1º Ministro!...Para terminar. O desemprego tem vindo a subir e atingimos o recorde em 2007, com uma taxa de 8%.

-Não é verdade. Nalguns dias o desemprego tem diminuído e o emprego crescido. O INE vai ter que comparar dias homólogos, em vez de trimestres ou anos. Por exemplo, ontem, dia 16 de Fevereiro, houve menos um desempregado do que no dia homólogo do ano anterior. É facto indesmentível!...

-Mas de 1 a 150.000 novos empregos vai uma grande diferença!...
-Mas vamos conseguir. O Governo é dinâmico e está a tomar medidas para fazer crescer as economias europeias. É a forma de criar emprego em Portugal.

-Muito obrigado, Sr. 1º Ministro!...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

MANIFESTO PELA DIGNIDADE DA EDUCAÇÃO E DA PROFISSÃO

MANIFESTO.
Os professores estão a atravessar o momento mais negro da sua vida profissional desde o 25 de Abril. Com um pacote legislativo concebido em sucessivas fases, começando pelo novo Estatuto da Carreira Docente e culminando com o novo modelo de gestão escolar, passando pelo Decreto Regulamentar da avaliação de desempenho, a actual equipa do Ministério da Educação desferiu um golpe profundo na imagem social dos professores, na sua identidade enquanto grupo profissional e nas condições materiais e simbólicas necessárias para que os mesmos se empenhem na qualidade do ensino. A um sentimento de enorme frustração soma-se hoje a insegurança quanto ao futuro profissional, uma insegurança decorrente de todos os mecanismos de fragilização da carreira e de instabilidade de emprego que o governo actual tem vindo a introduzir.

Torna-se agora cada vez mais evidente que os professores deste país foram as cobaias de um ataque aos direitos laborais, segundo uma receita de efeitos garantidos: uma campanha inicial de difamação orquestrada com a cumplicidade de uma comunicação social subserviente, que visou justificar, no plano retórico e propagandístico, a redução sistemática de direitos no plano jurídico. Hoje é também óbvio que este programa teve como objectivo essencial a quebra do estatuto salarial dos professores, que passaram a trabalhar mais pelo mesmo dinheiro, que viram a progressão na carreira arbitrariamente interrompida, e que foram, desse modo, uma das principais fontes drenadas pelo governo para satisfazer a sua obsessão de combate ao défice.
Hostilizados por uma opinião pública intoxicada e impreparada para reconhecer aos docentes a relevância da sua profissão, desprovidos dos meios legais e materiais que lhes permitiriam dignificar o seu trabalho, é com fatalismo, entremeado por uma revolta surda, que os professores deste país encaram hoje o futuro mais próximo. Muitos consideram o Estatuto da Carreira Docente como um facto consumado, procurando adaptar-se-lhe o melhor possível. No entanto, as piores consequências desse Estatuto só agora começarão a revelar-se, e há sinais de que a ofensiva do governo contra os professores e contra a escola pública não chegou ainda ao fim:
Este ano vai ter início o processo de avaliação do desempenho, pautado pela burocratização extrema, por critérios arbitrários e insuficientemente justificados que poderão abrir a porta para acentuar o clima de divisão e a quebra de solidariedade entre os professores, para «ajustes de contas» adiados, para a perseguição aos profissionais que se desviem da ideologia pedagógica dominante, para a subordinação dos resultados dos alunos à demagogia ministerial do sucesso escolar compulsivo.

O governo prepara-se para aprovar, sem discussão pública que mereça esse nome, um novo modelo de gestão escolar que se traduz pela redução ainda maior da democracia nos estabelecimentos de ensino, já antecipada ao nível do Estatuto da Carreira Docente, pela diminuição drástica da influência dos professores, atirados para uma posição subalterna nos órgãos directivos, pela sua subordinação a instâncias externas, muitas vezes movidas por interesses opostos ao rigor e à exigência do processo educativo.
Finalmente, o governo tem também a intenção de suprimir as nomeações definitivas para a grande maioria dos funcionários públicos, iniciativa que terá particular incidência numa classe docente cuja garantia de emprego já está, em muitos casos, consideravelmente ameaçada.
Tudo isto deveria impor, desde já, a mobilização dos professores e o abandono de uma postura de resignação. Não há processos legislativos irreversíveis. Por outro lado, não podemos esperar por uma simples mudança de ciclo eleitoral ou de legislatura para que o ataque à nossa condição profissional seja invertido. Ninguém, a não sermos nós, poderá lutar pelos nossos direitos.
Por tudo isto, e para contrariar a atitude cabisbaixa que impera entre a classe docente, consideramos importante lançar um conjunto de iniciativas, algumas delas faseadas, outras que poderão ser desenvolvidas em paralelo.




Assim, propomos:
Apoiar o movimento, que começa a surgir na blogosfera dedicada à nossa profissão, no sentido de se alargar o prazo de discussão do novo modelo de gestão escolar, e organizar nas escolas espaços de debate desse projecto-lei, tendo o cuidado de o situar no quadro mais geral dos constrangimentos legislativos a que hoje se encontra sujeita a nossa actividade profissional;
- Promover, nas diferentes escolas e nos agrupamentos de escolas, a discussão sobre as condições de aplicação do Decreto que regulamenta a avaliação de desempenho dos professores, tendo em conta a necessidade de se fixar critérios mínimos de rigor e de justiça nessa avaliação, e considerando que, se a avaliação dos alunos tem sido objecto de muita elucubração teórica, as escolas se preparam para avaliar os docentes sem ponderarem devidamente as dificuldades científicas e deontológicas que semelhante processo suscita;
- Encetar um processo de contestação do Estatuto da Carreira Docente nos tribunais portugueses e nas instâncias judiciais europeias, considerando que esse diploma atinge direitos que não são simplesmente corporativos, mas que constituem a base mínima da dignificação de qualquer actividade profissional.
- Pressionar os sindicatos para que estes retomem os canais de comunicação com os professores e efectuem um trabalho de proximidade junto destes, o qual passa pela deslocação regular dos seus representantes às escolas a fim de auscultar directamente os professores e de discutir com eles as iniciativas a desenvolver;
- Contactar jornalistas e opinion-makers que, em diferentes órgãos de comunicação, tenham mostrado compreensão pelas razões do descontentamento dos professores e apreensão perante o rumo do sistema de ensino em Portugal, no intuito de os incentivar a prosseguirem com a linha crítica das suas intervenções e de lhes fornecer informação sobre o que se passa nas escolas;
- Propor políticas educativas que se possam constituir em defesa de uma escola pública de qualidade, que não seja encarada como simples depósito de crianças e de adolescentes e como fábrica de «sucesso escolar» estatístico, políticas capazes de fornecer alternativas para as orientações globais do Ministério da Educação e para as reformas mais gravosas que o mesmo introduziu na nossa profissão.
POR UMA PROFISSÃO QUE JÁ FOI DIGNA; LUTA !!!

FREDERICO DE MOURA E NOGUEIRA DE LEMOS - UMA AMIZADE ANTIGA, REFORÇADA PELA CIRURGIA ... FÁLICA!

Carta dirigida pelo Dr. Frederico de Moura,
Médico e Historiador de Vagos
ao Dr. Nogueira de Lemos, Médico Cirurgião de Aveiro
(Se quiser ler o artigo, clique em cima para o aumentar)
Meu caro Lemos,
É coisa axiomática que o pénis não obedece a freio; e é coisa de esperar que, a natureza o tenha dado a animal que lhe não obedece. Mas como a esta estuporada profissão que exercemos só aparecem anormalidades, aberrações e coisas em desacordo coma natureza, surgiu-me hoje no consultório esse rapazinho que lhe envio, com um freio de tal dureza e de tal conformação que o insubmisso pénis, tradicionalmente indomável, não teve outro remédio senão ceder.
Calcule os mistérios e os paradoxos desta ladina natureza!
Esse moço, na casa dos 20 anos com uns corpos cavernosos que devem estar isentos de qualquer esclerose ou de qualquer obstrução, e concerteza dispondo de uma libido afinada capaz de lhe fazer sair, erecto, o próprio umbigo, resolve ir para o casamento com os seus (dele) três vinténs e confirma, então a suspeita que já tinha, de que no auge da metálica erecção, o pénis fica em crossa como o báculo de um bispo, por incapacidade de vencer a brevidade e a dureza do freio que lho verga para a terra. Calculará o meu prezado Lemos, as acrobacias de alcova que este desgraçado terá de realizar para conseguir a penetração de um membro viril, quase tão torto como uma ferradura, na vagina suplicante da consorte.
De modo que o rapazinho veio pedir-me socorro, e eu condoído peço-lhe a sua colaboração em favor da harmonia conjugal, com a certeza de que por isso ninguém nos irá acoimar de chegadores. Condoa-se a cirurgia de braço dado com a medicina que, por intermédio deste fraco servidor que eu sou, já se condoeu e endireitemos o pénis torto (e nada de confusões, que não é mole pelo que me afirma o proprietário).
Lembremo-nos, sobretudo, ao praticarmos esta obra, que vem aí um tempo em que um pénis destes, mesmo em arco ou em forma de saca-rolhas, nos faria um jeitão, e ajudemos o pobre rapaz que se compromete comigo a fazer bom uso dele, emprenhando a mulher da primeira vez que ousar, depois da operação ortomórfica que o meu amigo lhe vai fazer sem sombra de dúvida.
Desculpe mandar-lhe desta vez uma tarefa fálica!
Ouvi uma mulher um dia dizer que um Phallus é um excelente amuleto e que dá sorte verdadeira. Se quiser tirar a prova não tem mais que endireitá-lo ...e jogar a seguir na lotaria. Desculpe, pois, a remessa de bicho tão metediço que eu por mim prometo, logo que possa, e em compensação, mandar-lhe uma vulva virgem e nacarada como uma concha de madrepérola.
Um abraço do seu amigo certo
Frederico de Moura
P.S. – Como a minha letra é muito má segundo a sua opinião, e como o assunto desta carta é muito importante para duas pessoas, uma das quais do sexo fraco, entendi do meu dever dactilografá-la .
Assim, não haverá nenhuma razão para que o meu amigo dizer que não entendeu o que eu queria e, por partida, deixar o aparelho na mesma ou pior ao rapaz.
Quero ainda dizer-lhe que para sua compensação, tenciono depois do êxito que o seu ferro cirúrgico vai alcançar, comunicar o seu nome à mulher beneficiada que, por certo, lhe ficará eternamente grata, ficando sempre com a sua pessoa presente na memória nos momentos – e oxalá que sejam muitos ! – em que se sentir penetrada por um pénis que só o meu Amigo conseguiu endireitar.
E nem sei se o Estado virá louvará sua acção, se lhe for dado conhecimento que os filhos que saírem daquele casal são devidos em grande parte (não ao seu pénis) mas, sem dúvida, à sua mão. E filhos com a mão nem toda a gente se poderá gabar de os fazer!
Creia-me seu afeiçoado,
Frederico27/3/1958

A ENTREVISTA MAIS CURTA DE SEMPRE - UMA SOLUÇÃO PARA O DESEMPREGO

Depois de saber hoje que há um agravamento da taxa de desemprego no total de 2007, que atingiu um novo máximo nos 8%, acredito que esta possa ser uma "fórmula" de se conseguir melhorar esta "performance" socialista e sócretina.

De acordo com os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego de 7,8% no quarto trimestre, compara com os 7,9% registados nos três meses anteriores e os 8,2% verificados no último trimestre de 2006.

A TRETA DA EDUCAÇÃO ... NUMA EDUCAÇÃO DE TRETA

Vale a pena reflectir sobre esta treta que ultimamente caiu (literalmente) em cima das escolas a que o Ministério insiste em chamar ... Educação.
Para ler melhor o artigo (aumentado), clica em cima

ARMANDO VARA, NÃO PRECISA DA VARA PARA SALTAR


Isto, DE FACTO, só MESMO à VARA!!!
ARMANDO VARA é uma grande figura da democracia (?) portuguesa.
Foi ele que inventou as matrículas com letra K quando foi secretário deestado, foi ele que inventou a tolerância zero nalgumas estradas assassinasem que o Estado não investiu um chavo, foi ele que esteve envolvido nacélebre Fundação para a Prevenção e Segurança e foi ele que Jorge Sampaio (socialista?) obrigou demitir através de um ultimatum a António Guterres(socialista?), por causa das broncas com a célebre fundação.
O homem fez de morto político e acabou por entrar para a administração da Caixa Geral de Depósitos onde antes, muito antes, tinha sido um modesto, mas já ambicioso, empregado de balcão. Armando Vara (socialista?) é unha com carne com Sócrates (socialista?) e tem um percurso político e académico que parece clonado do primeiro ministro.

Ambos têm uma formação académica de alto gabarito, licenciados na Universidade Independente. E se Sócrates (socialista?) teve o brio de ver asua licenciatura passada a um DOMINGO, Armando Vara (socialista?) teve a sua licenciatura passada três dias antes de entrar como administrador da CaixaGeral de Depósitos. Agora está de volta ao sucesso. E aí está outra vez o transmontano a subir acorda a pulso socialista (?). Como tem saber e talento para tanta subida nãose sabe, mas que Armando Vara (socialista?) salta bem na dita que ninguém duvide.

Recordo este extracto de uma notícia do jornal Público, ainda deste ano: Ex-professor de Sócrates (socialista?) envolvido no projecto Morais, GEPI e construtora da Covilhã fizeram moradia de Armando Vara(socialista?) 20.04.2007 - 09h03 José António Cerejo , jornal PÚBLICO.

Armando Vara (socialista?), quando era secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, recorreu ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do MAI ) e a engenheiros que dele dependiam para projectar a moradia que construiu perto deMontemor-o-Novo.


Para fazer as obras serviu-se de uma empresa e de um grupo ao qual o GEPI adjudicava muitos dos seus concursos públicos.
Com 3.500 contos ( 17.500 euros) o actual administrador da Caixa Geral deDepósitos e licenciado pela Universidade Independente tornou-se dono, em1998, de 13.700 m2 situados junto a Fazendas de Cortiços, a três quilómetros de Montemor-o-Novo. Em Março de 1999 requereu à câmara o licenciamento da ampliação e alteração da velha casa ali existente. Tratava-se de fazer uma casa nova, com 335 m2, a partir de uma quase ruína de 171 m2. O alvará foi emitido em 2000 e a moradia, que nunca teve grande uso e se encontra praticamente abandonada, ficou pronta meses depois.
Já em2005, Armando Vara (socialista?) celebrou um contrato para a vender a umparticular por 240.000 euros, mas o negócio acabou por não se concretizar.

Onde a história perde a banalidade é quando se vê quem projectou e construiu a moradia. O projecto de arquitectura tem o nome de Ana Morais. Os projectosde estabilidade e das redes de esgotos e águas foram subscritos por Rui Brás. Já as instalações eléctricas são da responsabilidade de João Morais. O alvará da empresa que fez a casa diz que a mesma dá pelo nome de Constrope.

A arquitecta Ana Morais era à época casada com António José Morais, o então director do GEPI, que fora assessor de Armando Vara (socialista?) entre Novembro de 1995 e Março de 1996. Nessa altura, recorde-se, foi nomeado director do GEPI por Armando Vara (socialista?) - cargo em que se manteve até Junho de 2002 - e era professor de quatro das cinco disciplinas que deram a José Sócrates (socialista?) NUM DOMINGO, o título de licenciado em Engenharia pela UnI.
O BCP continua no bom caminho como se pode ver.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O ESTATUTO DO ALUNO

O estatuto de aluno concede-lhe o direito de não reprovar por faltas.
Se faltar, o problema não é dele. A escola é que terá que resolver o problema.
Tendo singrado na vida e atingido o fim da escolaridade sem saber ler nem escrever e mesmo sem ter posto os pés nas aulas, o estatuto de cidadão concede-lhe o direito de ter um emprego.
Se faltar ao emprego como faltava às aulas, o problema não é dele.
O patrão é que terá que resolver o problema.
Se, por um impensável absurdo, for despedido, o problema não é dele.
O estatuto de desempregado concede-lhe o direito de ter um subsídio de desemprego e o problema é do Estado.
Se, na vigência do subsídio, faltar às entrevistas ou recusar novo emprego, o problema não é dele. As suas habilitações arduamente conquistadas concedem-lhe o direito de escolher emprego compatível e o problema é do Instituto do Emprego, obrigado a arranjar-lhe ocupação, para não aumentar as listas de desempregados.
Se, por um novo improvável absurdo, ficar fora do esquema, o problema não é dele, que o estatuto de cidadão com todos os direitos concede-lhe o direito ao rendimento social de inserção.
Que constituirá uma renda perpétua, pois o cidadão tem direito à existência!...
Renda paga pelos portugueses e não, como devia ser, pelos autores desta celerada lei, fautora da indisciplina, do laxismo, do não te rales, da irresponsabilidade mais absoluta, fomentadora da exclusão social!...
Por uma vez, tenho direito à indignação, com todas as letras:
P.... que os pariu!...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A TORRENTE LEGISLATIVA DO MINISTÉRIO DA "INDUCAÇÃO"


Paulo Guinote
Não sei se existe um calendário apropriado para legislar. Parece quem em Portugal qualquer altura é boa para tal actividade e que o fazemos de forma extremamente prolífica.
No entanto, julgo ser de senso comum que deveria existir algum cuidado na forma como se desenvolvem certos pacotes legislativos que enquadram actividades com calendários específicos. E também penso ser exigível uma mínima razoabilidade e exequibilidade no que se relaciona com os prazos previstos para que determinadas leis entrem em vigor.
A Educação é uma actividade que obedece a um calendário com características próprias a que se chama “ano lectivo”. Começa a 1 de Setembro de cada ano civil e não a 1 de Janeiro. Cada ano lectivo necessita de planeamento e preparação atempada. As Escolas e os agentes educativos ao prepararem cada ano lectivo devem estar na posse dos elementos mais relevantes para fazerem uma adequada planificação do seu trabalho, sendo que essa preocupação visa principalmente o sucesso escolar dos seus alunos. Em circunstâncias normais, seria de pensar que quando se preparam reformas legislativas na área da Educação os respectivos responsáveis políticos tivessem isso em atenção.
- Que dialogassem na medida do possível quanto às medidas a aplicar, o que não significa necessidade de abdicarem totalmente das suas posições.
- Que divulgassem os diplomas em tempo útil e com um calendário que permitisse a sua aplicação nas melhores condições possíveis.
Infelizmente não é o que, em muitas circunstâncias, se passa e com este Governo e esta equipa no Ministério da Educação se tornou regra absoluta. Parece que nas Escolas se vive de acordo com o ano civil e Janeiro é o mês preferido para despejar leis, decretos, portarias, despachos e toda a restante panóplia de documentos menores (ofícios, circulares e ofícios-circulares). Sem um cuidado mínimo em esclarecer devidamente se existem períodos e regimes transitórios ou como é que se podem mudar regras quase a meio de um ano lectivo.
Foi assim em 2007 com a publicação do Estatuto da Carreira Docente, que tinha implicações na assiduidade dos docentes, mas não só.
É assim este ano com uma verdadeira saraivada legislativa, já em letra de lei ou projecto, cobrindo áreas desde a avaliação dos docentes ao enquadramento dos alunos com necessidades educativas especiais, não esquecendo a proposta de alteração do regime jurídico da administração e gestão dos estabelecimentos de ensino não-superior.
É absolutamente incompreensível que se legisle sem qualquer respeito pelo ritmo de funcionamento das escolas e pelo trabalho de alunos e professores. E que os pacotes legislativos se sucedam um pouco entre a estratégia do work in progress e a manta de retalhos.
Em termos muito concretos, os dois diplomas recentemente publicados (Decreto-Lei 3/2008 e Decreto Regulamentar 2/2008) na viragem do Ano Novo levantam imensas reservas em termos não apenas de forma como de conteúdo. Um cai nas Escolas, revogando o conhecido 319/91 sem especificar qualquer tipo de normas transitórias e prazos de aplicação. Alguém se esqueceu de colocar lá um artigozinho a explicar se todas as suas medidas são para aplicar já ou no próximo ano lectivo. O outro aparece com prazos perfeitamente aberrantes quanto à exequibilidade da sua aplicação na generalidade das escolas e agrupamentos.
Alguém acredita que seja possível em 30 dias colocar em marcha mecanismos de avaliação de 140.000 docentes?
Haverá nas Escolas e Agrupamentos a coragem para exercer o direito à resistência consagrado no artigo 21º da Constituição da República Portuguesa, perante a falta de razoabilidade do que lhes é exigido pela tutela?
Será que o Conselho de Escolas, que foi criado a partir de cima, demonstrará a sua capacidade de representar efectivamente as Escolas?
Mas o “mais” interessante é que isto ocorre ao mesmo tempo que se coloca em discussão pública, por um único mês e sem um calendário claro de negociação com os “parceiros” tradicionais ou outros, uma proposta de novo regime de gestão escolar que parece querer fazer-se passar como facto consumado.
Só que esta é uma questão demasiado importante para ser resolvida em duas ou três reuniões à porta fechada, sem efectiva discussão pública e sem que sejam demonstradas quer a necessidade de alteração do regime vigente, quer a efectiva bondade das propostas apresentadas como praticamente indiscutíveis.
Ora o projecto do Ministério da Educação em matéria de gestão escolar suscita enormes dúvidas formais e substantivas:
- Desde logo a forma como desrespeita claramente a Lei de Bases do Sistema Educativo (artigos 46º e 48º) no que se relaciona com a composição e competências do futuro Conselho Geral.
- Em seguida o modo como pretende abafar o escrutínio público do projecto, apresentando o projecto a discussão por um curto período de tempo
, coincidente com a tal torrente legislativa sobre as Escolas, diminuindo a capacidade de intervenção no debate de muitos dos potenciais interessados.
- Para além disso, o projecto proposto pelo Ministério da Educação é feito sem a apresentação de qualquer avaliação formal e rigorosa do regime em vigor e sem estudos que demonstrem a adequação das medidas agora propostas como obrigatórias e que antes eram facultativas. Pelo contrário, os resultados da avaliação externa das escolas realizada pela IGE indicam que a sua esmagadora maioria é bem ou muito bem gerida de acordo com os próprios parâmetros definidos pelo ME.
Há que ser claro: este projecto não vem colmatar qualquer necessidade sentida na generalidade das comunidades educativas e, em nome de uma alegada «autonomia» impõe um figurino único à administração dos estabelecimentos públicos de ensino. Assim como em nome da «abertura às comunidades» apenas reforça aspectos que na legislação em vigor não foram aproveitados, ou foram claramente recusados por aqueles que agora se quer colocar a definir os destinos das escolas. O que é um manifesto benefício dos infractores.
O problema não é o modelo unipessoal de direcção, nem a participação do poder local e das famílias, nem sequer a questão da autonomia, que já eram possíveis de acordo com o Dec-Lei 115/98.
O problema é a opção por um modelo formalista, restritivo, mas ao mesmo tempo potenciador de uma completa desregulação do sistema público de ensino que apenas tenderá a agravar fenómenos de desigualdade, quebra de solidariedade e fragmentação desse mesmo sistema, organizado em unidades atomizadas num país cuja dimensão territorial e demográfica não justifica tal opção.
A Educação já sofreu em Portugal imensos maus-tratos ao longo dos tempos.
Era tempo de existir um mínimo de pudor e deixar que os seus destinos fossem definidos por quem tem dela uma mera visão instrumental ao serviço de uma construção estatística da realidade, ou melhor, de uma manipulação estatística da realidade.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

MANIFESTO: ESCOLA PÚBLICA PELA IGUALDADE E DEMOCRACIA

A Escola Pública é uma conquista de que a esquerda só se pode orgulhar. Mas esta conquista está hoje esvaziada de quaisquer valores emancipadores. Atacada por todos os lados pela Direita e pela agenda neoliberal, a escola pública está em crise. Falhou na sua promessa de corrigir as assimetrias e diferenças sociais que atravessam o país: hoje, 75% dos filhos de pobres são pobres, a taxa de abandono escolar é de 39% (contra 15% da União Europeia), metade dos alunos reprova no ensino secundário e os últimos dados das comparações internacionais colocam a escola portuguesa na dianteira da reprodução das fronteiras sociais e culturais de partida.
A reprodução das desigualdades de origem e a exclusão escolar acompanham, sem variações, as rotas do insucesso: o interior do país, os concelhos mais pobres das áreas metropolitanas, os nichos guetizados dentro das cidades e subúrbios, as classes sociais mais desfavorecidas.
As políticas educativas das duas últimas décadas muito contribuíram para a desfiguração da escola pública. Reformas sobre reformas, e nas costas dos parceiros, uma trovoada de medidas legislativas, tantas vezes contraditórias, e orçamentos estrangulados foram marcas de uma constante: a debilidade das políticas públicas para a Educação, demonstrada pela persistência do insucesso e do abandono.
Sobre esta debilidade instalou-se o autoritarismo e mantêm-se o laxismo e a irresponsabilidade. Investido na ideologia da rentabilização e da gestão por resultados, que branqueia os verdadeiros problemas e encavalita a urgência dos números do sucesso nas costas dos professores, o PS oferece mais Governo e menos serviço público à educação. E na escola-empresa, que vai triunfando contra a escola-democrática, crescem novas burocracias feitas por decreto, centraliza-se o poder em figuras unipessoais, desenvolve-se a cultura da subordinação e do sacrifício acrítico.
Nenhum outro governo foi tão longe na amputação de direitos aos professores e na degradação das suas condições de trabalho, abrindo caminho à desvalorização social da escola pública e do papel dos profissionais de educação, que são o seu rosto . A resposta não se pode ficar pelo protesto. Ela exige o projecto, e há nas escolas experiências e práticas que são património e potencial deste projecto.
É urgente relançar a escola pública pela igualdade e pela democracia, contra a privatização e a degradação mercantil do ensino, contra os processos de exclusão e discriminação. Uma escola exigente na valorização do conhecimento, e promotora da autonomia pessoal contra a qualificação profissionalizante subordinada.
Somos pela escola pública laica e gratuita e que não desiste de uma forte cultura de motivação e realização, que não pactua com a angústia onde os poderes respiram. Uma escola que não desiste é aquela que combate a fatalidade: pelas equipas multidisciplinares e redes sociais, determinantes na prevenção e intervenção perante dificuldades de aprendizagem; pela valorização das aprendizagens não formais; pelas turmas mais pequenas e heterogéneas como espaço de democracia, potenciador de sucesso; pela discriminação positiva das escolas com mais problemas; pela real aproximação à cultura e à língua dos filhos de imigrantes.
Somos pela escola pública que assume @s alun@s como primeiro compromisso, lugar de democracia, dentro e fora da sala de aula, de aprendizagem intensa, apostada no debate para reflectir e participar no mundo de hoje.
Somos por políticas públicas fortes, capazes de criar as condições para que a escolaridade obrigatória seja, de facto, universal e gratuita e de assumir que o direito ao sucesso de todos e de todas é um direito fundador de democracia e é o desafio que se impõe à esquerda.
Porque queremos fazer parte da resposta emancipatória, empenhamo-nos na construção de um Movimento que promova a escola pública pela igualdade e pela democracia. Ao subscrever este Manifesto queremos dar corpo a uma corrente que mobilize a cooperação contra a competição, a inclusão contra a exclusão e o preconceito, que dê visibilidade a práticas e projectos apostados numa escola como espaço democrático, de cidadania, de conhecimento e de felicidade, porque uma outra escola pública é possível.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A ESCOLA QUE (INFELIZMENTE) TEMOS

A escola que temos não exige a muitos jovens qualquer aproveitamento útil ou qualquer respeito da disciplina. Passa o tempo a pôr-lhes pó de talco e a mudar-lhes as fraldas até aos 17 anos.
Entretanto mostra-lhes com toda a solicitude que eles não precisam de aprender nada, enquanto a televisão e outros entretenimentos tratam de submetê-los a um processo contínuo de imbecilização.
Se, na adolescência, se habituam a drogar-se, a roubar, a agredir ou a cometer outros crimes, o sistema trata-os com a benignidade que a brandura dos nossos costumes considera adequadas à sua idade e lava-lhes ternurentamente o rabinho com água de colónia.
Ficam cientes de que podem fazer tudo o que lhes der na real gana na mais gloriosa das impunidades.
Não são enquadrados por autoridade de nenhuma espécie na família, nem na escola, nem na sociedade, e assim atingem a maioridade.
Deixou de haver serviço militar obrigatório, o que também concorre para que cheguem à idade adulta sem qualquer espécie de aprendizagem disciplinada ou de noção cívica.
Vão para a universidade mal sabendo ler e escrever e muitas vezes sem sequer conhecerem as quatro operações. Saem dela sem proveito palpável.
Entretanto, habituam-se a passar a noite em discotecas e noutros proficientes locais de aquisição interdisciplinar do conhecimento, até às cinco ou seis da manhã.
Como não aprenderam nada digno desse nome e não têm referências identitárias, nem capacidade de elaboração intelectual, nem competência profissional, a sua contribuição visível para o progresso do país consiste no suculento gáudio de colocarem Portugal no fim de todas as tabelas.
Capricham em mostrar que o "bom selvagem" afinal existe e é português.
A sua capacidade mais desenvolvida orienta-se para coisas como o /Rock in Rio/ ou o futebol. Estas são as modalidades de participação colectiva ao seu alcance e não requerem grande esforço (do qual, aliás, estão dispensados com proficiência desde a instrução primária).
Contam com o extremoso apoio dos pais, absolutamente incapazes de se co-responsabilizarem por uma educação decente, mas sempre prontos a gritar aqui-d'el-rei! contra a escola, o Estado, as empresas, o gato do vizinho, seja o que for, em nome dos intangíveis rebentos.
Mas o futuro é risonho e é por tudo o que antecede que podemos compreender o insubstituível papel de duas figuras como José Mourinho e Luiz Felipe Scolari.
Mourinho tem uma imagem de autoridade friamente exercida, de disciplina, de rigor, de exigência, de experiência, de racionalidade, de sentido do risco. Este conjunto de atributos faz ganhar jogos de futebol e forma um bloco duro e cristalino a enredomar a figura do treinador do Chelsea e o seu perfil de /condottiere/ implacável, rápido e vitorioso. Aos portugueses não interessa a dureza do seu trabalho, mas o facto de "ser uma máquina" capaz de apostar e ganhar, como se jogasse à roleta russa.
Scolari tem uma imagem de autoridade, mas temperada pela emoção, de eficácia, mas temperada pelo nacional-porreirismo, de experiência, mas temperada pela capacidade de improviso, de exigência, mas temperada pela compreensão afável, de sentido do risco, mas temperado por um realismo muito terra-a-terra. É uma espécie de tio, de parente próximo que veio do Brasil e nos trata bem nas suas rábulas familiares, embora saiba o que quer nos seus objectivos profissionais.
Ora, depois de uns séculos de vida ligada à terra e de mais uns séculos de vida ligada ao mar, chegou a fase de as novas gerações portuguesas viverem ligadas ao ar, não por via da aviação, claro está, mas porque é no ar mais poluído que trazem e utilizam a cabeça e é dele que colhem a identidade, a comprazer-se entre a irresponsabilidade e o espectáculo.
E por isso mesmo, Mourinho e Scolari são os novos heróis emblemáticos da nacionalidade, os condutores de homens que arrostam com os grandes e terríficos perigos e praticam ou organizam as grandes façanhas do peito ilustre lusitano. São eles quem faz aquilo que se gosta de ver feito, desde que não se tenha de fazê-lo pessoalmente porque dá muito trabalho.
Pensam pelo país, resolvem pelo país, actuam pelo país, ganham pelo país.
Daí as explosões de regozijo, as multidões em delírio, as vivências mais profundas, insubordinadas e estridentes, as caras lambuzadas de tinta verde e vermelha dos jovens portugueses.
Afinal foi só para o Carnaval, que a escola os preparou.
Mas não para o dia seguinte.
Vasco Graça Moura

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

UM PROJECTO DE DECRETO-LEI DE SARJETA - O NOJO E A VERGONHA

Recentemente o Conselho Pedagógico e Assembleia de Escola da Escola Secundária Rainha Dona Amélia, em reunião conjunta de 16 de Janeiro de 2008 tomou uma decisão de coragem, mas acima de tudo em defesa da DIGNIDADE dos professores e da VERDADE de um ensino a definhar cada vez mais em Portugal.

Com o devido respeito e admiração, transcrevo:

"O Projecto de decreto-lei do Regime Jurídico de Autonomia, Administração e Gestão dos Estabelecimentos Públicos da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário – tal como o governo o apresentou em Dezembro de 2007 – desrespeita a dignidade profissional dos professores, ignora o seu papel pedagógico específico e, de facto, despreza a autonomia das Escolas que paradoxalmente diz defender.

Das várias alterações propostas, algumas há tão graves – quer em si mesmas consideradas, pelo que revelam de falta de respeito e reconhecimento pelos professores e pelas suas funções docentes e pedagógicas, quer pelas consequências que inevitavelmente vão trazer à vida escolar do nosso país (tão vulnerável, tão fragilizada já por políticas educativas contraditórias, apressadas e insensatas) – que importa recusar com veemência e firmeza, de todos os modos possíveis.
Parecem-nos especialmente graves os pontos seguintes:

Conselho Geral:
Neste “órgão de direcção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da actividade da escola”, a participação dos professores fica reduzida a um máximo de 40%. Este órgão assegura “a participação e representação da comunidade educativa” e longe de nós menosprezar essa participação. Muito pelo contrário, esperamos que ela se torne mais sentida e mais activa. Nessa comunidade educativa têm especial relevo, por motivos óbvios, os Pais e Encarregados de Educação, cujos educandos são a razão de ser da própria Escola – sendo a colaboração dos Pais e Encarregados de Educação uma tradição nossa, foi com muito gosto que a vimos expressa e consagrada na lei (Dec.-Lei nº115-A/98). Importa, no entanto, distinguir o papel que cabe a cada um dos corpos representados no Conselho Geral, e estamos seguramente perante uma errada concepção de escola quando, num órgão que tem as competências a este atribuídas, se determina que a participação dos Professores não ultrapasse os 40%.
Esta minoria para que são remetidos não corresponde ao papel que desempenham na escola – sem paralelo com qualquer outro – e reforça a sistemática desautorização e desrespeito pelo papel específico que lhes cabe, seja ele de natureza pedagógica ou científica, ou de ambas, como costuma ser. Do mesmo passo ignora-se a dignidade do estatuto do professor e subalterniza-se a sua função a interesses múltiplos verosimilmente presentes neste órgão todo-poderoso. Simbolicamente, a representação atribuída aos professores é eloquente quanto ao papel que, na Escola, a tutela lhes reserva.
Tão grave, ou mais grave ainda, o Presidente deste Conselho não pode ser um professor. Quanto a nós, deveria sê-lo, obrigatoriamente. Mas a tutela entendeu por bem vedar aos professores o acesso a este cargo. Não imaginamos que, expressamente, alguma vez de um documento legal constasse maior desconsideração pelos docentes. Esta desconfiança quanto aos professores – que perpassa por todo o documento – atinge aqui proporções inaceitáveis, e indicia a criação de uma escola à qual não gostaríamos de pertencer.

O Director, os Órgãos de Gestão Intermédia, o Conselho Pedagógico

O projecto de decreto-lei “pretende” reforçar a autoridade do Director – entidade que, espantosamente, não foi escolhida por uma maioria de professores! – mas fá-lo de forma verdadeiramente aberrante, asfixiando os outros órgãos de gestão. Nesta linha, cabe ao Director a designação dos responsáveis pelos cargos de gestão intermédia: coordenadores de departamento, coordenadores de grupo, coordenadores dos ensinos básico e secundário, etc. Assim, todos os professores que têm assento no Conselho Pedagógico são nomeados pelo Director. Que independência pode ter aquele órgão? Que sentido tem um Conselho Pedagógico que mais não é do que a extensão da autoridade do Director?

O Conselho Geral Transitório

Na composição deste órgão culmina a falta de respeito pelos professores e o desconhecimento – ou a ignorância – do que é a Escola e o seu funcionamento.
A este conselho cabem funções tão importantes como, por exemplo, a elaboração do Regulamento Interno que estabelece a composição dos vários órgãos da escola – aqueles que existem por força de lei e aqueles que são criados no âmbito da “autonomia” concedida aos estabelecimentos de ensino. Por outras palavras, a este órgão cabe redigir o documento “fundador da escola”, a partir do qual tudo o mais se organiza. Ora, justamente, dos vinte membros, apenas sete são professores. Representantes da autarquia são três (lembramos que com dificuldade a autarquia tem assegurado a participação esporádica de um elemento). Representantes da comunidade local são três. Que comunidade local é essa? Que interesses representa? Que vontade, que capacidade tem de participar neste conselho que vai “ criar” a escola onde, diariamente, professores e alunos desenvolvem o processo de ensino - aprendizagem? Os representantes dos pais são cinco, e apesar do respeito que nos merecem, parece-nos desproporcionado este número quando o comparamos com a representação dos docentes.
A composição deste conselho é uma afronta aos professores e o reconhecimento expresso de que, na escola, a sua voz é de importância relativa, a sua formação inútil, o seu papel secundário.

Rejeitando toda e qualquer acusação de corporativismo, afirmamos que os professores são profissionais que na escola têm o papel específico para o qual estão, ou devem estar, preparados: a eles cabe o desempenho das funções pedagógicas que lhes estão atribuídas, a leccionação das matérias curricularmente estabelecidas. Com os alunos, eles são o núcleo essencial da escola – sem eles, não há escola.
A comunidade educativa deve mobilizar-se para que os professores tenham condições para exercer as suas funções: tem direito a obter as informações que solicitar, pode pedir avaliações, deve exigir resultados, mas não pode assumir, em tempo algum, o papel exclusivo que cabe aos professores, como não o fará relativamente ao papel dos médicos, dos juízes, dos engenheiros…
O que o legislador pretende da escola não se depreende da leitura dos vários diplomas legais recentemente promulgados. Mas a verdade é que, sistematicamente, têm contribuído para a desmotivação, para o desânimo dos professores, sobretudo daqueles que mais respeitam a sua profissão. "
Texto aprovado com 32 votos e uma abstenção.
Presenças de acordo com convocatória em anexo.
Aprovou-se igualmente que fosse enviado às seguintes personalidades / entidades:

Presidente da República - Primeiro-Ministro - Ministra da Educação - Presidente da Assembleia da República - Comissão de Educação da Assembleia da República - Conselho Nacional de Educação - Conselho de Escolas - Estabelecimentos de ensino público - Confap - Câmara Municipal de Lisboa - Meios de Comunicação Social - Fórum para a Liberdade de Educação

O JORNAL PÚBLICO E JOSÉ SÓCRATES


Tem havido umas mentes perversas que não gostam da verdade e então insinuam, ...
"Tem o jornal o "Público", de uma forma persistente e concertada, desde que Belmiro de Azevedo não conseguiu sucesso na OPA sobre a PT responsabilizando o Governo, feito uma campanha difamatória organizada e eventualmente concertada com outra Comunicação Social."
... que o Público isto, o Público aquilo quando o que o Jornal Público faz é aquilo que qualquer orgão de comunicação SÉRIO deveria fazer: Investigar e dizer a VERDADE.
Sabemos todos que o sr. ex-injenheiro José Sócrates muito gostaria de TAMBÉM controlar este jornal e inclui-lo no rol daqueles que são uns lacaios da sua máquina de propaganda.
O sr. ex-injenheiro, licenciado com 16 valores a um domingo com 4 cadeiras (as mais difíceis) feitas com um único professor seu amigo numa Universidade privada (acabadinha de se fundar ... eheheh) já que na pública não passava de médias normais, e com fotocópias razuradas na Assembleia da República ... é um MENTIROSO.
Toda a gente sabe, ou é isto mentira?
Percebe-se portanto que também agora lance esta campanha contra o Público.
Percebe-se!
Não quer que os portugueses conheçam o seu obscuro passado e que o queira esconder a todo o custo.
São jornais como o PÚBLICO que os portugueses precisam. Independentes e isentos na busca da verdade, que não se deixem amordaçar nem amedrontar com telefonemazecos a reprender e a censurar.
Quem não tem MEDO e tem a sua vida transparente, tem que se queixar de quê? Ó sr. ex-injenheiro Sótrócas ... diga mas é DE UMA VEZ POR TODAS as ilegalidades que já fez e poupa-nos de investigações e do sr. passar a vida a mentir.
Fica-lhe mal e já ninguém acredita em si, as mentiras na boca deste homem parecem cerejas.
Lá diz o velho ditado português: "Quem faz um cesto, faz um cento."
Ao menos a MENTIR, somos os PRIMEIROS na Europa com um "primeiro" como este.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

OS PROJECTOS DE JOSÉ SÓCRATES

Vale a pena deixar aqui, vários dos projectos do ex-injinheiro Sócras.
Não é motivo de riso por favor, já basta a desgraça de quem teve de lhe pagar para lá viver.
Quem mais não sabe, a mais não é obrigado. É óbvio !!!!!
Vê-se pela forma como projecta ... vê-se pela forma como desgoverna.
Para mais pormenor da "arte" ... CLICAR EM CIMA DA IMAGEM














Vá lá ... ao menos estas ainda tiveram alguma sorte. A de cima porque tem uma casa pintada de verde ao lado e a de baixo porque ela própria, está pintada de verde. Foi a única maneira de as tentar valorizar. Há dias felizes ...




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Agora a falar a sério ... depois desta vergonha, não ficam com a ideia de que até qualquer um era capaz de fazer muito melhor?
Haja Deus ...
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TRISTEZA

Este ex-injinheiro Sócrates é um perfeito MENTIROSO
É exactamente o que estou a dizer: MENTIROSO !!!!!
Já o mostrou por várias vezes.
Não foi por falta de oportunidades.
Como um indivíduo destes chega a primeiro ministro é a imagem perfeita do estado lastimável a que chegou este pobre e pequeno país.
TRISTEZA ...