22.- Introdução das frutas europeias.Os sertanejos trouxeram para Angola quase todas as frutas dos climas temperados. No século 19 já eram vulgares o figo, a nêspera, o limão, a laranja , a tangerina, a romã, o marmelo, a maçã e a pera. A uva não vingou nos planaltos: chove no Verão e não há temperaturas acima de 30º C. Com a entrada dos bóeres a fruticultura ficou mais enriquecida, especialmente na Huíla, pois eles trouxeram mudas e sementes do Cabo. Na década de 20, quando se registou uma onda imigratória de portugueses e estrangeiros, a fruticultura sofreu um notável incremento. Na Huíla, onde os solos apresentam embasamentos calcários e o clima não é tão chuvoso como no planalto central, apareceram grandes pomares de frutas europeias de boa qualidade, já em fins do século 19. Na década de 20, com o caminho de ferro de Benguela totalmente desenvolvido (1929), despontaram no Planalto Central interessantes pomares de frutas de climas temperados. O morango, a maçã, a pera, o figo e a romã ficaram vulgarizados, embora sofressem condicionamentos resultantes da adaptação e da acidez dos solos. Eram frutas que podiam ser amplamente melhoradas, com investigação e tecnologia. E com dinheiro como é óbvio.
23.- As frutas das savanas. Todos os planaltos eram muito ricos em frutas silvestres, muito apreciadas pelos animais selvagens. Talvez o fruto mais característico seja a nocha,locha ou ucha cuja classificação botânica é “parinaria mubola”. Provinha de uma árvore com 10 a 15 metros de altura, de tronco grosso, folhas elípticas. O fruto era do tamanho de um kiwi, de cor amarela acastanhada, com um grande caroço e polpa amarela doce, adstrigente. Deve ser a fruta mais odorífera que existe.E, para nós, a mais deliciosa de todas. Quando está madura o chão fica completamente atapetado com frutos exalando um cheiro fortíssimo e delicioso muito semelhante ao ananás e ao abacaxi, mas muito mais intenso. Este odor, que se propaga até mais de 20 metros, atrai centenas de animais, entre os quais os elefantes que são os mais gulosos, e os macacos. O fruto, já no chão, fermenta e provoca bebedeiras. Segundo se dizia os elefantes, e os macacos principalmente, gostavam de tomar uns “pifos” de nochas fermentadas. O caroço, exageradamente grande e duro, continha duas amêndoas cujo sabor era semelhante ao das genuínas amêndoas. Os elefantes comiam toneladas de nochas e depois expeliam os caroços que eram disputados por quem encontrasse as fezes. O nome da árvore estava aportuguesado para nocheira. A árvore dá uma optima madeira, de constituição semelhante ao carvalho, o que a coloca na lista vermelha, ou seja propícia à gula dos predadores humanos. A aniquilação das nocheiras das savanas, para madeira,lenha e carvão, vai originar o desaparecimento de toda uma cadeia alimentar dos animais selvagens, especialmente dos mamíferos. A destruição das savanas e das florestas é o fim dos animais selvagens.
Outra fruta muito conhecida em todo o país era o maboque, também designado por mapole ou upole. O nome botânico é Strychnos shumannianna segundo a classificação de Gossweiler. A árvore é de tamanho médio e o fruto parece uma laranja, meio ferrujenta, embora a casca seja muito dura. Um pedúnculo bastante comprido suspende o fruto verticalmente dos ramos da árvore. O envólucro é muito duro, só com um objecto pesado se consegue quebrar. Dentro existem sementes de côr cinzenta nadando em um líquido espesso e coagulado. O sabor é agridoce. Em grandes quantidades provoca solturas. Era perigoso, para quem não os soubesse distinguir.Havia uma variedade em tudo semelhante, que era venenosa, talvez a classificação botânica tenha levado isso em conta com o termo Strychnos.
Um fruto delicioso, com o qual se faziam compotas e geleias, era o lôengo. A respectiva árvore era de tamanho médio, mas apareciam exemplares com cerca de 15 metros de altura.Assemelhava-se à ameixa preta pequena. O caroço era muito grande, deixando uma polpa vermelha muito estreita. Era mais para chupar do que para comer. Talhava os dentes de tão ácida, matava a sede e enganava a fome. O nome botânico é “Anisophyllia fruticosa”. A compota era deliciosa.
A lombula ou ombula aparecia em árvores e arbustos e o seu fruto era redondo, amarelo, do tamanho de um damasco. Era o fruto mais doce das savanas. Dentro da polpa havia quatro caroços sumarentos.. Comida em excesso provocava soltura.
Um fruto vulgaríssimo era a matúndua ou massunje. Era arbustiva e anual. Cada “bissapa” só dava um fruto, enterrado, vermelho, de casca grossa. O fruto era “arrancado”do chão, como se fosse uma cebola. A polpa era esbranquiçada com pequenas sementes pretas. Era ácida, mas dava sumos deliciosos. Matava a sede. Quando passava uma queimada, era deslumbrante ver milhares de frutos, vermelhos, emergindo no chão preto. A casca do fruto tinha propriedades medicinais. As folhas exalavam um cheiro carcterístico, fazendo lembrar os desinfectantes.O arbusto era ornamental, com folhas lanceoladas de um verde envernizado. A matúndua concentra muita vitamina C que nunca foi apercebida pelos viajantes do século 19, em especial pelo viajante inglês Cameron que chegou a Benguela atormentado com o escorbuto.O próprio botânico Welwitsch, que classificou a célebre planta do deserto de Namibe a Welwitshia mirabilis, sofreu um ataque de escorbuto.
Fig 12 Outro fruto vulgaríssimo e arbustivo era a cassússua ou matipa-tipa. O fruto está envolvido em um cápsula verde, enquanto não atinge a maturação. Quando maduro, a capa protectora fica seca. O fruto é uma” uva” isolada e rósea ou amarela, conforme a variedade. O sabor é agridoce, delicioso. É nutritivo e digestivo. É vendido em Portugal, vindo da Colômbia, com o nome de physallis. Muito caro. Em Espanha já é utilizado em culinária. Houve colonos que propuseram a comercialização deste fruto; foram escarnecidos pelo governo colonialista.
.
Muito vulgar, especialmente no sul de Angola, era o mirangolo (omuniangolo), semelhante a uma uva preta. O sabor era agridoce e a planta era arbustiva. Faziam-se compotas e geleias.
Menos vulgares, mas que eram fundamentais para a biodiversidade das savanas, eram: cunucuna, árvore com 2 a 3 metros de altura, fruto parecido com a goiaba; curiungo de bagas pequenas; maravassusso arbusto de 20 a 30 centímetros, com o fruto em cachos parecido com uma romã pequena, de sabor muito agradável; longonguena arbusto de 50 centímetros, de fruto redondo, pequeno, vermelho; olomone arbusto de 50 centímetros bagas pequens, pretas, do tamanho de um grãos de milho; sangala, fruto pequeno em cachos; ussombo árvore cujos frutos pendiam em cachos; tetembula, do tamanho de um berlinde, de côr branca, e o iolo de um arbusto com 30 a 50 centímetros, do tamanho de um limão, semelhante à pinha, de côr amarela, bastante doce; lomuínho árvore média, ou em arbustos, com o fruto semelhante a um berlinde verde claro, era muito aromático, adstrigente e matava a sede. Com o lomuínho fabricava-se um bom quimbombo (aguardente).
Depois desta breve descrição das principais frutas das savanas do planalto central, ficámos a fazer uma ideia da riquíssima flora angolana. O que descrevemos abarca apenas a área referente ao Planalto Central. Em outras regiões existem mais variedades de frutas silvestres, que seria fastidioso descrevê-las. O farmaceutico Sezinando Marques que acompanhou Henrique de Carvalho na viagem às Lundas em 1890 deixou um alentado volume sobre a flora daquelas regiões.
24.-As abelhas.São milhares de plantas frutíferas cuja flores são polinizadas pelas abelhas. Angola era uma das áreas mundiais com mais abelhas, conhecidas pelo seu intenso labor. Bastava pôr uma colmeia num ponto alto e logo de seguida era ocupada por um enxame. Por isso Angola foi o primeiro produtor mundial de cera. O padrão mundial da cera, no mercado de Londres era a Cera Benguela.
O trabalho das abelhas africanas foi reconhecido mundialmente ao ponto de as teram levado para outros continentes onde não só apresentam trabalho, como também dão trabalho àqueles povos: não são nada meigas e ferram por motivos insignificantes, basta uma pessoa mexer-se. Em Angola era vulgar assistir-se à passagem de um enxame e à consequente fuga das pessoas. Vários desafios de futebol tiveram que ser interrompidos, temporariamente, devido às abelhas. Talvez elas ficassem excitadas por verem duas dezenas de pessoas correndo atrás de uma bola.
Ficou lendária uma procissão em Sá da Bandeira que foi desbaratada por dois enxames de abelhas. Com todo o respeito que me merecem todas as cerimónias religiosas, mas o caso foi hilariante. Dois enxames de abelhas huilanas andavam à procura de casa. E encontraram-na: dentro de um dos sinos da catedral de Sá da Bandeira. Nesse dia realizava-se uma procissão solene. Quando esta vinha saindo para a rua começaram a ecoar os sinos e sucedeu o previsível: os enxames despencaram da torre e “esborracharam-se” no cimento à saída da catedral. Para piorar estava muito fumo de incenso no ar. E, para piorar mais, as pessoas entraram em pânico o que deixou as abelhas furiosíssimas. Difundiram-se em todas as direcções, não poupando ninguém, ferravam à esquerda e direita, em baixo e em cima, não escolhendo situações sociais, quer fosse o bispo, ou o governador, ou o juiz da comarca ou, até, o comandante militar. A procissão ainda chegou a estar totalmente desenvolvida, segundo a liturgia do acto. A procissão ainda andou uns metros, já sob forte ataque “dos caças apícolas”, mas as pessoas ainda se defendiam conforme podiam, os estudantes com a capa que ostentavam, as freiras e os padres com as suas vestes. Mas as abelhas africanas são, no dizer dos brasileiros, enfézadas, ou seja irritadiças e, também, obstinadas e raçudas. Se houve um lado que quebrou foi o da procissão. Debandou quase tudo, em todas as direcções. Houve algumas excepções que pagaram caro a teimosia (e heroicidade), uma delas foi o representante do bispo que trazia a custódia e que ficou irreconhecível. A procissão reorganizou-se, uma horas depois. Muitas pessoas seriamente picadas, teimaram em regressar, com as caras inchadas. Foi um espectáculo hilariante.
23.- As frutas das savanas. Todos os planaltos eram muito ricos em frutas silvestres, muito apreciadas pelos animais selvagens. Talvez o fruto mais característico seja a nocha,locha ou ucha cuja classificação botânica é “parinaria mubola”. Provinha de uma árvore com 10 a 15 metros de altura, de tronco grosso, folhas elípticas. O fruto era do tamanho de um kiwi, de cor amarela acastanhada, com um grande caroço e polpa amarela doce, adstrigente. Deve ser a fruta mais odorífera que existe.E, para nós, a mais deliciosa de todas. Quando está madura o chão fica completamente atapetado com frutos exalando um cheiro fortíssimo e delicioso muito semelhante ao ananás e ao abacaxi, mas muito mais intenso. Este odor, que se propaga até mais de 20 metros, atrai centenas de animais, entre os quais os elefantes que são os mais gulosos, e os macacos. O fruto, já no chão, fermenta e provoca bebedeiras. Segundo se dizia os elefantes, e os macacos principalmente, gostavam de tomar uns “pifos” de nochas fermentadas. O caroço, exageradamente grande e duro, continha duas amêndoas cujo sabor era semelhante ao das genuínas amêndoas. Os elefantes comiam toneladas de nochas e depois expeliam os caroços que eram disputados por quem encontrasse as fezes. O nome da árvore estava aportuguesado para nocheira. A árvore dá uma optima madeira, de constituição semelhante ao carvalho, o que a coloca na lista vermelha, ou seja propícia à gula dos predadores humanos. A aniquilação das nocheiras das savanas, para madeira,lenha e carvão, vai originar o desaparecimento de toda uma cadeia alimentar dos animais selvagens, especialmente dos mamíferos. A destruição das savanas e das florestas é o fim dos animais selvagens.
Outra fruta muito conhecida em todo o país era o maboque, também designado por mapole ou upole. O nome botânico é Strychnos shumannianna segundo a classificação de Gossweiler. A árvore é de tamanho médio e o fruto parece uma laranja, meio ferrujenta, embora a casca seja muito dura. Um pedúnculo bastante comprido suspende o fruto verticalmente dos ramos da árvore. O envólucro é muito duro, só com um objecto pesado se consegue quebrar. Dentro existem sementes de côr cinzenta nadando em um líquido espesso e coagulado. O sabor é agridoce. Em grandes quantidades provoca solturas. Era perigoso, para quem não os soubesse distinguir.Havia uma variedade em tudo semelhante, que era venenosa, talvez a classificação botânica tenha levado isso em conta com o termo Strychnos.
Um fruto delicioso, com o qual se faziam compotas e geleias, era o lôengo. A respectiva árvore era de tamanho médio, mas apareciam exemplares com cerca de 15 metros de altura.Assemelhava-se à ameixa preta pequena. O caroço era muito grande, deixando uma polpa vermelha muito estreita. Era mais para chupar do que para comer. Talhava os dentes de tão ácida, matava a sede e enganava a fome. O nome botânico é “Anisophyllia fruticosa”. A compota era deliciosa.
A lombula ou ombula aparecia em árvores e arbustos e o seu fruto era redondo, amarelo, do tamanho de um damasco. Era o fruto mais doce das savanas. Dentro da polpa havia quatro caroços sumarentos.. Comida em excesso provocava soltura.
Um fruto vulgaríssimo era a matúndua ou massunje. Era arbustiva e anual. Cada “bissapa” só dava um fruto, enterrado, vermelho, de casca grossa. O fruto era “arrancado”do chão, como se fosse uma cebola. A polpa era esbranquiçada com pequenas sementes pretas. Era ácida, mas dava sumos deliciosos. Matava a sede. Quando passava uma queimada, era deslumbrante ver milhares de frutos, vermelhos, emergindo no chão preto. A casca do fruto tinha propriedades medicinais. As folhas exalavam um cheiro carcterístico, fazendo lembrar os desinfectantes.O arbusto era ornamental, com folhas lanceoladas de um verde envernizado. A matúndua concentra muita vitamina C que nunca foi apercebida pelos viajantes do século 19, em especial pelo viajante inglês Cameron que chegou a Benguela atormentado com o escorbuto.O próprio botânico Welwitsch, que classificou a célebre planta do deserto de Namibe a Welwitshia mirabilis, sofreu um ataque de escorbuto.
Fig 12 Outro fruto vulgaríssimo e arbustivo era a cassússua ou matipa-tipa. O fruto está envolvido em um cápsula verde, enquanto não atinge a maturação. Quando maduro, a capa protectora fica seca. O fruto é uma” uva” isolada e rósea ou amarela, conforme a variedade. O sabor é agridoce, delicioso. É nutritivo e digestivo. É vendido em Portugal, vindo da Colômbia, com o nome de physallis. Muito caro. Em Espanha já é utilizado em culinária. Houve colonos que propuseram a comercialização deste fruto; foram escarnecidos pelo governo colonialista.
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Muito vulgar, especialmente no sul de Angola, era o mirangolo (omuniangolo), semelhante a uma uva preta. O sabor era agridoce e a planta era arbustiva. Faziam-se compotas e geleias.
Menos vulgares, mas que eram fundamentais para a biodiversidade das savanas, eram: cunucuna, árvore com 2 a 3 metros de altura, fruto parecido com a goiaba; curiungo de bagas pequenas; maravassusso arbusto de 20 a 30 centímetros, com o fruto em cachos parecido com uma romã pequena, de sabor muito agradável; longonguena arbusto de 50 centímetros, de fruto redondo, pequeno, vermelho; olomone arbusto de 50 centímetros bagas pequens, pretas, do tamanho de um grãos de milho; sangala, fruto pequeno em cachos; ussombo árvore cujos frutos pendiam em cachos; tetembula, do tamanho de um berlinde, de côr branca, e o iolo de um arbusto com 30 a 50 centímetros, do tamanho de um limão, semelhante à pinha, de côr amarela, bastante doce; lomuínho árvore média, ou em arbustos, com o fruto semelhante a um berlinde verde claro, era muito aromático, adstrigente e matava a sede. Com o lomuínho fabricava-se um bom quimbombo (aguardente).
Depois desta breve descrição das principais frutas das savanas do planalto central, ficámos a fazer uma ideia da riquíssima flora angolana. O que descrevemos abarca apenas a área referente ao Planalto Central. Em outras regiões existem mais variedades de frutas silvestres, que seria fastidioso descrevê-las. O farmaceutico Sezinando Marques que acompanhou Henrique de Carvalho na viagem às Lundas em 1890 deixou um alentado volume sobre a flora daquelas regiões.
24.-As abelhas.São milhares de plantas frutíferas cuja flores são polinizadas pelas abelhas. Angola era uma das áreas mundiais com mais abelhas, conhecidas pelo seu intenso labor. Bastava pôr uma colmeia num ponto alto e logo de seguida era ocupada por um enxame. Por isso Angola foi o primeiro produtor mundial de cera. O padrão mundial da cera, no mercado de Londres era a Cera Benguela.
O trabalho das abelhas africanas foi reconhecido mundialmente ao ponto de as teram levado para outros continentes onde não só apresentam trabalho, como também dão trabalho àqueles povos: não são nada meigas e ferram por motivos insignificantes, basta uma pessoa mexer-se. Em Angola era vulgar assistir-se à passagem de um enxame e à consequente fuga das pessoas. Vários desafios de futebol tiveram que ser interrompidos, temporariamente, devido às abelhas. Talvez elas ficassem excitadas por verem duas dezenas de pessoas correndo atrás de uma bola.
Ficou lendária uma procissão em Sá da Bandeira que foi desbaratada por dois enxames de abelhas. Com todo o respeito que me merecem todas as cerimónias religiosas, mas o caso foi hilariante. Dois enxames de abelhas huilanas andavam à procura de casa. E encontraram-na: dentro de um dos sinos da catedral de Sá da Bandeira. Nesse dia realizava-se uma procissão solene. Quando esta vinha saindo para a rua começaram a ecoar os sinos e sucedeu o previsível: os enxames despencaram da torre e “esborracharam-se” no cimento à saída da catedral. Para piorar estava muito fumo de incenso no ar. E, para piorar mais, as pessoas entraram em pânico o que deixou as abelhas furiosíssimas. Difundiram-se em todas as direcções, não poupando ninguém, ferravam à esquerda e direita, em baixo e em cima, não escolhendo situações sociais, quer fosse o bispo, ou o governador, ou o juiz da comarca ou, até, o comandante militar. A procissão ainda chegou a estar totalmente desenvolvida, segundo a liturgia do acto. A procissão ainda andou uns metros, já sob forte ataque “dos caças apícolas”, mas as pessoas ainda se defendiam conforme podiam, os estudantes com a capa que ostentavam, as freiras e os padres com as suas vestes. Mas as abelhas africanas são, no dizer dos brasileiros, enfézadas, ou seja irritadiças e, também, obstinadas e raçudas. Se houve um lado que quebrou foi o da procissão. Debandou quase tudo, em todas as direcções. Houve algumas excepções que pagaram caro a teimosia (e heroicidade), uma delas foi o representante do bispo que trazia a custódia e que ficou irreconhecível. A procissão reorganizou-se, uma horas depois. Muitas pessoas seriamente picadas, teimaram em regressar, com as caras inchadas. Foi um espectáculo hilariante.
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