.
Acho interessante o Editorial do Jornal Expresso desta semana - 23.06.2007 - que aproveito para reproduzir
Alternativas para o TGV Por coincidência, ou não, na mesma página em que o ‘Diário de Notícias’ publicava um trabalho sobre o TGV, um anúncio da empresa Vueling - uma «low cost» da Iberia - oferecia voos para Madrid a partir de 30 euros, com tudo incluído. Este facto é suficiente para se entender a pressão de custo e comodidade que existe, já hoje, sobre o transporte ferroviário de alta velocidade.
Recorde-se que, no início da discussão do TGV, o preço referenciado para uma viagem Lisboa-Madrid rondava os 100 euros. Hoje, uma companhia aérea propõe o serviço por menos de um terço.
Recorde-se que, no início da discussão do TGV, o preço referenciado para uma viagem Lisboa-Madrid rondava os 100 euros. Hoje, uma companhia aérea propõe o serviço por menos de um terço.
Claro que existem outros factores a ponderar, nomeadamente o transporte de mercadorias (embora se duvide desta urgência de enviar contentores a 300 km/hora). Há ainda, talvez, o argumento mais sólido: o da ligação de Portugal à rede europeia de Alta Velocidade.
Mas, tendo em conta o investimento (cerca de oito mil milhões, mais do dobro do que o aeroporto), ele tem de ser muito bem pensado e discutido. Caso contrário, estaremos, uma vez mais, a fazer figura de novos ricos, como um dos protagonistas de um livro de Steinbeck que, morando num bairro de lata sem electricidade, todos os dias ‘aspirava’ a casa só para mostrar que tinha aspirador.
Mas, tendo em conta o investimento (cerca de oito mil milhões, mais do dobro do que o aeroporto), ele tem de ser muito bem pensado e discutido. Caso contrário, estaremos, uma vez mais, a fazer figura de novos ricos, como um dos protagonistas de um livro de Steinbeck que, morando num bairro de lata sem electricidade, todos os dias ‘aspirava’ a casa só para mostrar que tinha aspirador.
Se a ligação europeia ainda é discutível, a ligação ao Porto é totalmente questionável. Sendo esta ligação mais cara do que a de Lisboa a Badajoz, e apesar de retirar mais de uma hora ao percurso (comparado com os pendulares), é duvidoso que este investimento tenha racionalidade.
Mas também nada obriga a que a ligação portuguesa à Alta Velocidade se faça obrigatoriamente a partir de Lisboa ou do Porto. Por vezes, é o costume de raciocinarmos como um país rico e grande que nos impede de chegar a conclusões com bom senso.
Mas também nada obriga a que a ligação portuguesa à Alta Velocidade se faça obrigatoriamente a partir de Lisboa ou do Porto. Por vezes, é o costume de raciocinarmos como um país rico e grande que nos impede de chegar a conclusões com bom senso.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário