BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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sábado, 7 de abril de 2007

"ANGOLAGATE" - JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, NEM INOCENTE NEM INGÉNUO ... CORRUPTO!

José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979, portanto, há 28 anos no poder, é um exemplo consagrado da ditadura e da corrupção do tal poder que tanto se gosta de dizer ser do povo.

Desde a sua subida ao poder, o seu principal aliado é a indiferença do povo angolano perante a teia que sustenta e consagra um império que tem no vértice José Eduardo dos Santos e família e na base todo um generalato em compadrio.
Os diamantes e o petróleo mantêm esta família cada vez mais rica e poderosa, apoiada numa cumplicidade sustentada no silêncio e no servilismo de um pobre povo, incompreensivelmente resignado ao momento, mas sabedor da forma como é urdida e controlada a corrupção instalada, por aquele que reconhecidamente é um ditador.


A guerra foi sempre a desculpa para tudo, contudo, desde que a guerra acabou, o bem estar do povo angolano, continua a contrastar com a riqueza pessoa e familiar de JES e dos seus generais que, gerem a riqueza de Angola em proveito próprio, comprando e subornando a consciência dos mais capazes, enquanto ele, a família e os generais, continuam na lavagem do dinheiro proveniente dessa riqueza, com a descarada cumplicidade de parceiros portugueses, chineses, americanos, brasileiros, russos e …franceses, que, obviamente, estão-se borrifando para o povo angolano!


E agora, vem a justiça francesa acusar o ditador angolano no 'Angolagate' de ter recebido um pagamento de 37 milhões de dólares

O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, está entre os acusados de receber comissões elevadas no âmbito do Angolagate, um caso relativo à
venda de armas russas a Luanda por intermédio dos empresários Pierre Falcone e Arcadi Gaydamak.

Segundo o Expresso, "Eduardo dos Santos é acusado pelo juiz de ter, directa ou indirectamente, recebido milhões de dólares de comissões". A mesma fonte adiantou que um dos arguidos no caso informou Courroye de que o Chefe do Estado angolano "foi pessoalmente informado, em meados dos anos 90, sobre 'o tráfico e as elevadas somas de dinheiro que Falcone e Arcadi Gaydamak realizavam e distribuíam por personalidades francesas e angolanas'".

O citado artigo do Monde identificava vários beneficiários franceses e angolanos no alegado esquema de desvio de fundos, nomeadamente Jean-Christophe Mitterrand (filho do ex-presidente francês com o mesmo apelido), o ex-ministro Charles Pasqua, José Leitão Silva (então secretário do Conselho de Ministros angolano), Fernando Araújo (conselheiro de Eduardo dos Santos) e Elísio Figueiredo (embaixador itinerante de Angola).

Angola rejeita as acusações de tráfico ilegal de armas e de fraude fiscal cometidos por Pierre Falcone, porque o material não era de origem francesa nem transitou através de França.


O montante das verbas desviadas neste negócio "atingiu o valor de 300 milhões de dólares", referia ainda aquele semanário.

O governo de Eduardo dos Santos delineou, de acordo com o mais recente relatório da
GW, «Hora de Transparência», “um sistema de empréstimos com juros altos, garantidos pela futura produção petrolífera”.

Este documento, publicado em Março último, detalha o processo de pagamento: “os que organizavam o fornecimento de equipamento militar recebiam um valor inicial, à cabeça; depositavam este dinheiro e encomendavam as armas; um empréstimo garantido por petróleo era então obtido dos bancos franceses e desembolsado a partir de Paris para cobrir os restantes custos e honorários.”

Segundo as investigações publicadas no «Hora da Transparência», a
Global Witness afirma que “pelo menos” um outro contrato de fornecimento de armas foi levado a cabo entre 1995 e 1996. O relatório indica ainda que o valor desta operação deverá rondar os 44 milhões de dólares. Para a ONG, Falcone foi o mediador do processo.
No entanto, os negócios entre o empresário e Eduardo dos Santos não se limitaram ao comércio de armamento, segundo a GW.


De acordo com as investigações desta ONG britânica, de “um modo semelhante de financiamento e fornecimento”, Falcone forneceu ao exército angolano, em regime de “monopólio”, bens essenciais entre os quais comida e medicamentos. O negócio terá sido empreendido através da CADA – Empresa Angolana de Distribuição Alimentar, estrutura integrante da Brenco International, cujo presidente é o empresário francês.

1 comentário:

Anónimo disse...

O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .


Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.