BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

OS OSSOS DA COLONIZAÇÃO (8)

Fig 18 Edifício da Escola Comercial e Industrial do Huambo (antiga Nova Lisboa). Até 1961 o ensino em Angola esteve muito garrotado e as directrizes de Lisboa eram cumpridas integralmente: um ensino rigoroso e exigente, um diploma do 5º ano do liceu, por exemplo, era uma garantia de competência. Na década de 60 Angola ficou “semeada” de escolas comerciais e industriais onde se leccionavam cursos tecnicos médios (contabilistas,electricistas, serralheiros, carpinteiros, construção civil etc). Dizia-se, com muita verdade, que Lisboa não “queria doutores angolanos” o que até tinha lógica.Lisboa sentia que com massas cultivadas a independência era mais do que inevitável. Estes cursos médios, como se provou anos mais tarde, eram modernos e de grande utilidade. Foram uma mais valia para Angola independente quando ficou esvaziada de quadros.Sarmento Rodrigues, Ministro do Ultramar, um homem de larga visão ,que infelizmente não foi aproveitado nos momentos cruciais , foi o “pai”deste ensino, inegavelmente de grande valia para o futuro. Um engenheiro inglês que eu conheci em Luanda ficou espantado com o bom nível destas escolas aparelhadas com o que de melhor havia no mundo. Os ex-alunos tinham orgulho das suas escolas( dos seus professores e dos seus cursos), todas elas instaladas em edifícios imponentes.

Fig19 Edifício principal do Liceu Diogo Cão em Lubango (antiga Sá da Bandeira). Foi o único liceu no interior de Angola até 1956. Foi o nosso abrigo nos últimos 4 anos do ensino liceal.Sem ele não estaríamos a escrever este ensaio. Teve um escol de professores a quem muito agradeço por aquilo que aprendi: era uma escola de letras e ciências e, sobretudo, de integridade e formação de caracter.

Fig 20 Negage “a capital do café”. Com menos de 30 anos era já uma cidade em progresso explosivo. A cidade prestou-se a receber uma base aérea e com isso o seu desenvolvimento acelerou-se. Os habitantes eram empreendedores e com sentido de modernidade. Não era capital de distrito mas não obstou a que ganhasse os “galões” de cidade em pouco tempo após a fundação.Já nos referimos anteriormente que o eixo Uíge-Negage-Camabatela tem um grande potencial para actividades sustentáveis: bons solos, muita água (a isoieta de 1400 mm “fecha-se” nesta área), bem servida de estradas, podendo usufruir de um bom porto marítimo no Ambriz.

Fig 21 Camacupa, antiga General Machado. Fundada em 1923 em poucos anos tornou-se a “Raínha do Arroz”. Este cereal encontrou condições excepcionais nas baixadas do rio Cuanza. Os angolanos bienos dedicaram-se com afinco à cultura do arroz, introduzido em Angola pelo governador geral Paiva Couceiro(1907-1909).Na década de 50 a cultura do arroz espalhou-se por quase todo o país com relevância para Sanza Pombo e Lundas.


Fig Apesar de não ser a sede de distrito, a cidade da Gabela era o “Coração Forte do Cuanza-Sul”. Com boas fazendas de café e numa região de paisagens maravilhosas-o Amboim- a cidade estava com um grande desenvolvimento. Marcelo Caetano, quando ali esteve em 1945 como Ministro das Colónias, ficou impressionado com a paisagem, e deixou assinalado: «O Amboim é o Buçaco decuplicado».

Fig 22 A cidade do Cubal também não era sede de distrito mas tinha uma notável força económica. Grande parte da sua pujança filiava-se na presença de fazendeiros alemães que introduziram o sisal em Angola. Este produto, utilizado em cordoaria, estava bem cotado nos mercados internacionais; perdeu muito interesse com o aparecimento dos materiais sinteticos como o nylon por exemplo. Mesmo com este contratempo a cidade dedicou-se a outros géneros e à criação de g ado. Nunca perdeu o epíteto de “Raínha do Sisal”.

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