De facto, chegámos a um ponto em que a virtude do ensino já não passa pela nobreza de ensinar. Basta ver que, como há dias verifiquei por um amigo adulto que queria matricular-se na escola para APRENDER, que a escola afinal já não ensina ... CERTIFICA !!!!.
Como é possível que o ministério nos coloque num momento em que mal conhecendo o nível das capacidades e aprendizagens dos alunos e já se apontam resultados a atingir nos seus vários parâmetros.
Definem-se objectivos sem estarem aprovados o PEE e o PAA? Como podemos, neste momento, saber a percentagem de cada nível a atribuir no final do ano lectivo? Então se o docente fez tudo o que estava ao seu alcance para que o aluno superasse as suas dificuldades e não conseguiu, o que vai ser feito perante os objectivos traçados? Mas então os alunos devem passar por decreto ou pelo seu próprio mérito? Como é possível afirmar-se que, por exemplo, para o 9º ano deve haver 100% de sucesso ainda antes do início das actividades lectivas?
Esta lógica dos objectivos individuais apenas me é apreensível na perspectiva de uma humilhação docente generalizada porque, qualquer docente que trace estes objectivos na pressão em que está a ser OBRIGADO a viver em cada dia, no desconhecimento do presente e do futuro e no medo da avaliação sem seriedade, será sempre um docente "BRINCALHÃO" (...) que não pode levar a sua profissão a SÉRIO.
Trata-se de facto de uma verdadeira brincadeira do MINISTÉRIO DA CERTIFICAÇÃO de péssimo mau gosto para nos levar a reescrever, pelo nosso punho o vexame a que temos vindo a ser sujeitos, de uma anormalidade maior que a imbecilidade de quem tem ultrajado a nossa profissão, de quem sempre nos vexou e insultou, de quem NÃO GOSTA DE NÓS.
Não me parece que o acto educativo possa ser quantificável, principalmente na forma e no modo como se pretende que o seja. Todos estes excessos são prejudiciais ao exercício das funções lectivas.
Depois da VERGONHA e do LOGRO que nos devia REVOLTAR a TODOS, que foi o concurso de professores titulares do qual infelizmente nos deixámos embalar, surge agora este ENXOVALHO que empurra os professores para níveis de "ridicularidade" que infelizmente vamos alegremente assumindo - a AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES (na forma e no modo).
E o que mais me dói, é saber que estou a ser sujeito a um modelo de avaliação mais ridículo que aquele a que foi sujeito o nosso primeiro ministro, o ex-engenheiro José Sócrates. Um primeiro ministro que exige rigor, excelência e mérito quando aquilo que sabemos foi coisa que ele não teve na sua própria avaliação. O oportunismo completo na sua dita licenciatura enquadra-se perfeitamente no RIDÍCULO de um "diploma" tirado a um domingo.
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