O Tribunal Arbitral de Desporto (TAS) deu ontem provimento ao recurso apresentado pelo atleta paralímpico sul-africano Óscar Pistorius, que pretende correr nos Jogos Olímpicos de Pequim. Pistorius, que tem ambas as pernas amputadas abaixo dos joelhos, havia visto negada a sua pretensão pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com o argumento que as suas próteses o beneficiavam, mas viu agora reacender-se a chama do seu sonho olímpico.
Confesso que de facto não é fácil poder ter uma opinião sobre este caso sem cair no erro do "politicamente correcto" de proteger um deficiente motor com todos os direitos e mais alguns que naturalmente tem ou, de cair num outro erro, de não lhe dar o beneficio da dúvida e permitir que usufrua de "ferramentas" que lhe permitam competir em desigualdade de circunstâncias com outras pessoas ditas normais.
Aparentemente, parece que iniciámos "a sério" a era Biónica do Desporto ainda que ela tenha dado os seus primeiros passos após a 2ª Grande Guerra Mundial.
A Biónica é a ciência que estuda determinados processos biológicos dos seres vivos (mecanismos mecânicos e electrónicos) a fim de aplicar processos análogos à técnica e à indústria (implantes artificiais ou a sistemas industriais).
Biónica é a investigação, sistemática, das soluções orgânicas e estruturais aplicadas pela natureza aos seus elementos, visando colher dados para a solução de problemas técnicos de formas, estruturas ou objectos.
Não conheço verdadeiramente o relatório do TAS, mas começo a pensar que uma das grande preocupações futuras a par do dopping, passará a ser a de confrontar qual dos atletas se apresentará em provas com a melhor tecnologia. E depois se aparecerem saltadores e lançadores com próteses biónicas estruturais ou maratonistas com próteses biónicas cardio pulmonares, será que não estamos a desvirtuar o desporto e a verdade desportiva?
Vou mesmo ter de amadurecer o assunto. Com todo o direito que os deficientes têm à prática desportiva, não podem por isso mesmo, serem beneficiados. Não sei se é o este o caso. Não sei também se não é.
Confirmem no vídeo, numa corrida de 400 metros em Roma, onde ficou em 2º lugar:
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