Durante a campanha eleitoral, Hugo Chaves fez questão em tornar claro que era índio e não amerindio.
Amerindio dizia ele, foi um nome inventado pelos colonialistas espanhóis.
O regime que o presidente Hugo Chavez está a construir na Venezuela não apenas é autoritário como se propõe a criar uma nação à imagem e semelhança de seu governante de estilo centralizador, intolerante em relação a opiniões contrárias, em especial, no modo como procura transformar as instituições públicas em brinquedos pessoais e idiossincrasias que nos levam a pensar ser o "ditador perpétuo" e o protótipo do perfeito do déspota sul-americano. Segue o trilho de vários ditadores que deixaram a sua marca neste planeta ou ainda polulam incólumes por aí.
O Huginho, é um prepotente disposto a impor a sua visão de mundo a qualquer custo. A nova Constituição, dá sustentação legal às medidas autoritárias que Chávez vem colocando em prática desde que foi eleito. A centralização do poder nas mãos do presidente, a militarização do país e o desrespeito ao direito de propriedade não são novidades no governo deste índio coronel. Para os venezuelanos, a confirmação da nova Constituição é como viver à sombra de um regime autoritário por um período cujas verdadeiras dimensões talvez só possam ser tidas pelo preço do petróleo, cuja renda é controlada pessoalmente por Chavez, que tem a sorte do tamanho das reservas do país, que ocupa a sexta posição entre as maiores do mundo.
Depois de eleito, quando o preço do petróleo andava baixo, ele tratou de aprovar uma nova Constituição, escrita por ele próprio, que lhe permitiu governar acima da lei passando na prática pela expansão do clientelismo político. Depois, anunciou a construção do "socialismo do século XXI" que é o desejo de Chávez concentrar o poder nas suas próprias mãos pelo maior tempo possível.
Num dos programas da SIC Notícias, um comentador internacional explicava que há três motivos que levam os venezuelanos a gostar de Chávez segundo um estudo feito por uma Universidade Venezuelana importante. Primeiro, porque ele se parece com as pessoas do "povo", por ser mestiço. Segundo, porque acreditam que ele dá voz aos pobres. Terceiro, porque vêem nele os valores morais, familiares e religiosos que mais prezam. Mas, ao mesmo tempo, discordam dos ataques do presidente à propriedade privada, não gostam da militarização do país e nem querem pensar em ver a Venezuela fazer ... uma "experiência cubana" Em relação às Forças Armadas, é também o Huginho quem decide sobre a promoção dos militares. A Venezuela é hoje o segundo país com o maior gasto militar da América do Sul, a seguir à Colômbia.
Quem é que Chávez pretende enfrentar com este arsenal? A Bolívia, se Morales for derrubado do poder? Os Estados Unidos (o grande demónio imperialista)? Acho que não, nenhum deles, talvez seja para se conseguir proteger do seu próprio povo, no dia em que os venezuelanos perceberem que estão a ser enganados
A destruição do estado de direito, é mais que evidente, todas as instituições públicas têm de se sujeitar à sua vontade, juízes incluídos, pois claro.Por outro lado, temos ainda o ridículo do culto narcisista da imagem de Huginho Chávez que se apresenta como o verdadeiro herdeiro histórico de Bolívar, pronto para a construção da "Grande Nação Sul-americana" ... inacabada ... eheheheheA quem vê, por exemplo, os noticiários e documentários na televisão, não passam despercebidos os tamanhos gigantescos da sua cara em painéis, murais e autocarros. Recordo-me de ter ouvido recentemente que bateu o record de Fidel em horas de discurso, sufocando os venezuelanos com sua presença intermitente e sem fim na rádio e na TV tal como quando anteontem, disse que a vitória do NÃO era uma MIERDA e a sua derrota era ... "de coragem" ahahahahahah
Tal como na ditadura de Fidel Castro, parece que também o Huginho Chávez procura criar a imagem de que o país entrou num processo de revolução permanente com o propósito da construção do socialismo. Com o seu narcisismo e autoritarismo procura criar uma nova imagem do venezuelano inspirado em si próprio quase que diria, seguindo as pisadas do presidente do Paraguai que chegou a proibir o casamento de brancas com descendentes de espanhóis porque queria criar uma nação mestiça. Mas sobre isto há poucos comentários "demokratas"!
É pois, nesta esperteza saloia que tem mostrado eficiência em usar mecanismos "demokráticos" que acabem com a liberdade, mas que também o tornam capaz de sucatear a economia venezuelana que estatizou as principais empresas de telefone e energia e encerrou os maiores canais de TV por razões políticas. Não fosse o petróleo e queria ver ... Mas as coisas, mesmo assim, parece que vão andando pois o racionamento de alimentos que já se regista é um dos primeiros sinais daquilo que os venezuelanos mais temem: a transformação da Venezuela numa nova Cuba.
Chamar Índio ao Hugo Chavez...
é ofender os verdadeiros Indios.
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