O "Porque não te calas ?" do Rei Juan Carlos a Hugo Chávez foi dos maiores alívios de liberdade dos últimos tempos.
O Rei deixou o aprendiz de ditador petrificado ... não tugiu nem mugiu. ACOBARDOU-SE
E acobardou-se de tal forma que só depois de estar BEM LONGE é que anda a dizer que não ouviu e que se tivesse ouvido teria respondido à letra.
Santa paciência, e ainda temos de o andar a ouvir em cada passo que dá a recordar, ESPUMADO, a sua falta de coragem. Hugo Chávez terá uma vida inteira para digerir a ORDEM que tão EDUCADAMENTE acatou na cimeira, e um dia talvez perceba que a história não se apaga facilmente.
Por muito que isso custe, e isto CUSTA-LHE MUITO, o índio teve que engolir e calar, sujeitando-se mais uma vez à voz de comando que foi incapaz de contrariar, qual tigre de papel. E existem mil razões para a razão do monarca espanhol, muito para além daquelas que suscitaram a aplaudida intervenção de quase todo o mundo civilizado.
Em primeiro lugar porque a Venezuela só existe e fala espanhol porque à Espanha lhe deve. E Chavez é ele próprio um produto de todas as contradições próprias do petróleo, da vaidade, democracia, autismo, pobreza, ganância, liberdade ainda que só cante de galo e se ufane em "Fidelito" por causa desse mesmo petróleo. Não fora isso e ele seria aquilo que mostrou ser na Cimeira - um cobardolas.
E percebe-se que a legitimidade ocasional dos eleitos não era nada se comparada com o peso da representação histórica que o Rei transporta consigo. Com o incidente a Espanha ficou mais forte e a justa repreensão ficou em casa, o mundo hispânico compreendeu que tinha identidade própria e o Huginho talvez perceba que não pode tratar o mundo civilizado com a "meia bola e força" com que trata um povo inteiro - o venezuelano.
Com este PUXÃO DE ORELHAS que colocou o ditadorzeco no seu devido lugar, cada vez mais nos leva a crer que há que contar com a Espanha.
É ouvir a esquerda ... a esquerda democrática, a esquerda antidemocrática e a esquerda complexada ... repetir e recordar aos 4 ventos que o Huguinho foi eleito democraticamente pelo povo venezuelano.
É um facto, É uma verdade. É um direito que lhe assiste ser legitimamente quem é - o Presidente da Venezuela!
Contudo, gostaria de recordar o quanto lhe está no sangue o espírito golpista que acabou por o levar a Presidente democraticamente eleito.
Vamos por partes.
Na ultima década do século passado, no tempo do Presidente Andrez Peres, o oficial do exército Hugo Chávez "capitaneou" um GOLPE DE ESTADO, contra o regime DEMOCRATICAMENTE eleito na Venezuela.Como esse GOLPE DE ESTADO fracassou, o oficial Hugo Chávez foi preso não sei quantos anos até que, durante o mandato de Rafael Caldera, este promove uma amnistia e ele, o Chávez, é libertado.Deixa a vida militar e passa a político, forma o seu partido, concorre às eleições e vence-as com maioria.Tudo bem, tudo normal.
A minha dúvida inicial, prende-se com o 2º exemplo que vou dar.
A minha dúvida inicial, prende-se com o 2º exemplo que vou dar.
Em Espanha, no início dos anos 80 um também oficial do exército de nome Tejero Molina (e Milan del Bosch), TAMBÉM promove um GOLPE DE ESTADO a que todos pudemos assistir em directo, se bem se recordam.
TAMBÉM fracassou e TAMBÉM foi preso. A diferença é que este teve mais de uma dezena de anos na Prisão
Contudo, façamos um pequeno exercício.Imaginemos que Tejero Molina era amnistiado, formava um partido e ganhava em Espanha eleições democráticas.
Já imaginaram?
Já imaginaram o que a esquerda ... a esquerda democrática, a esquerda antidemocrática e a esquerda complexada ... estariam hoje a dizer?
Que diferença entre ambos?
De um lado ... o golpista de um regime democrático Hugo Chávez, mais tarde democraticamente eleito e, amigo de Fidel que de democraticamente NADA tem mas também NADA dizem contra ele ... elevado à enésima potência da heroicidade
Do outro lado, ... o golpista de um regime democrático Tejero Molina, que mesmo que mais tarde tivesse sido eleito democraticamente, continuaria fascista.
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