O dia de hoje, Dia da Mãe, é para mim um dia de uma enorme saudade, de uma recordação infinita e de uma dor que só quem passa por ela compreende o verdadeiro sentido do que estou a dizer, e principalmente do que estou a sentir.
É pois, para mim, um dia de grandes recordações e da recuperação de confidencialidades que repartimos entre nós desde a minha adolescência, de segredos que partiram também com ela e de uma amargura que dilacera o coração de cada vez que caio à terra e penso a realidade.
Reparto com a minha vida, a enorme tristeza de nunca lhe poder ter dado aquilo com que sempre sonhei "quando fosse grande". Persegue-me a "raiva" de nunca me ter apercebido devidamente da gravidade da situação que ela vivia. Resta-me "desculpar-me", para comigo próprio com a minha juventude da altura.
Mães há muitas, é um facto, mas esta era diferente porque era a minha.
Reparto com a minha vida, a enorme tristeza de nunca lhe poder ter dado aquilo com que sempre sonhei "quando fosse grande". Persegue-me a "raiva" de nunca me ter apercebido devidamente da gravidade da situação que ela vivia. Resta-me "desculpar-me", para comigo próprio com a minha juventude da altura.
Mães há muitas, é um facto, mas esta era diferente porque era a minha.
Este quadro a óleo que ela própria pintou quando ainda tinha apenas 18 anos (na foto), é a minha prenda para ela neste dia. É a prenda dela também. É, mais do que tudo, o motivo e o pretexto para recordarmos o amor e o carinho com que ela sempre viveu e dedicou aos seus 5 filhos e ao meu pai.
Pode de facto não ter grande valor comercial, não sei, mas trata-se de um quadro a óleo pintado por ela numa altura em que, desde muito cedo, começou a mostrar imenso jeito para a pintura a óleo e a aguarela e para o desenho a carvão.Trata-se de um quadro pintado na cidade que a viu nascer, - Moçâmedes, Angola, - quando ainda era menina e moça e que felizmente foi possível recuperar do meio da "tralha" que os meus pais conseguiram trazer de Angola em 1975, no meio daquela enorme confusão que foi a chegada a Portugal na sequência do processo de descolonização.
Pode de facto não ter grande valor comercial, não sei, mas trata-se de um quadro a óleo pintado por ela numa altura em que, desde muito cedo, começou a mostrar imenso jeito para a pintura a óleo e a aguarela e para o desenho a carvão.Trata-se de um quadro pintado na cidade que a viu nascer, - Moçâmedes, Angola, - quando ainda era menina e moça e que felizmente foi possível recuperar do meio da "tralha" que os meus pais conseguiram trazer de Angola em 1975, no meio daquela enorme confusão que foi a chegada a Portugal na sequência do processo de descolonização.
É um quadro pintado pela minha mãe.
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