BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
__________________________________________________________________

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O FUTURO AGORA, ESTÁ MAIS PARA A CIGARRA DO QUE PARA A FORMIGA


- Empresário: Bom dia Sr. Eng., há quanto tempo ??!!!
- Ministro: Olha, olha, está tudo bem?!
- Empresário: Eh pá, mais ou menos, tenho o meu filho desempregado tu é que eras homem para me desenrascar o miúdo.
- Ministro: E que habilitações ele tem?!
- Empresário: Tem o 12.º completo.
- Ministro:O que ele sabe fazer?!
- Empresário:Nada, sabe ir para a Discoteca e deitar-se às tantas damanhã!
- Ministro: Posso arranjar-lhe um lugar como Assessor, fica a ganhar cerca de 4000€, agrada-te?!
- Empresário:Isso é muito dinheiro, com a cabeça que ele tem era uma desgraça não arranjas algo com um ordenado mais baixo?!
- Ministro: Sim, um lugar de Secretario já se ganha 3000€ ! ...
- Empresário: Ainda é muito dinheiro, não tens nada volta dos 600/700€ ???
- Ministro: Eh pá, isso não, para esse ordenado tem de ser Licenciado, falar Inglês e dominar Informática!!!...

domingo, 29 de junho de 2008

AZAR ... ACONTECE SEMPRE AOS MESMOS


Nuno Espregueira Mendes, administrador da FC Porto Multimédia e ex-administrador da SAD, foi condenado hoje, no Tribunal de S. João Novo, no Porto, a 6 anos de prisão efectiva por burla qualificada. O seu advogado, Gil Moreira dos Santos, vai recorrer da sentença, pelo que o cumprimento da pena fica suspenso.
O colectivo deu como provado que Espregueira Mendes, na qualidade de gerente do balcão do banco Mello nas Antas, usou avultadas quantias depositadas por clientes, desconhecendo estes os factos, para aplicações bolsistas, usando as mais valias também para uso próprio e para conceder empréstimos com juros abaixo dos concedidos pelo banco.
Por exemplo, emprestou ao FC Porto 2,5 milhões de euros à margem normais do banco e emprestou a Joaquim Oliveira um pouco mais de 10 milhões de euros.
A Adelino Caldeira, administrador da FC Porto, SAD, também foi concedido um empréstimo de 2,1 milhões de euros, enquanto António Oliveira, principal accionista individual da SAD portista, foi contemplado com empréstimos na ordem dos 2,5 milhóes de euros.

"Estas pessoas eram das relações do arguido e tinham ligações ao FC Porto e à sua SAD, da qual arguido era administrador, tendo efectuado tais financiamentos usando montantes dos depositantes do Banco Mello, montantes transferidos para beneficiarios daqueles emprestimos", refere-se no acórdão.

Neste esquema que considerou "ardiloso", o colectivo considerou que Espregueira Mendes "geriu a seu bel-prazer mais de 100 milhões de euros e que se enriqueceu "com quantias que não se conseguiram apurar". O esquema consistia em atrair investimentos que garantia aos clientes serem para aplicações financeiras sem risco e que aplicava, sem estes o conheceram, no mercado bolsista.
Os lucros gerados eram geridos por Espregueira Mendes ou para conceder empréstimos ou para seu uso, numa conta a que chamava "bolo".
Como agravante para aplicação da pena que tinha como máximo 8 anos de prisão, o colectivo destacou o facto de o arguido não ter mostrado "o mais ténue juízo crítico" em relação à sua actuação.
"Actuou como se tratasse de um banqueiro e não de um bancário que realmente era", sublinha-se no acórdão.
Entre os clientes do banco que confiaram a Espregueira Mendes elevadas quantias contam-se Drulovic, Zahovic, Secretário e Rui Moreira.

GENIAL

É no sul de França que um cavaleiro comunica com os seus cavalos e
nos oferece um espectáculo único no mundo. Genial



sábado, 28 de junho de 2008

DA PROMISCUIDADE EDUCATIVA À MINISTRA DA AVALIAÇÃO E AO MINISTÉRIO DA ESTATÍSTICA

A ministra já tinha avisado que "chumbar" era a via do facilitismo.
Chumbar, era igualmente um custo "muito elevado" por aluno.

Os professores de Matemática da escola Tomás Cabreira já tinham denunciado isto em comunicado.
Esta constante e permanente pressão que o ministério exerce sobre os professores para seguir a via do sucesso a martelo e a qualquer preço, já há muito que tem vindo a ser denunciado.
Como têm vindo a apresentar queixa contra este FACILITISMO e PROMISCUIDADE EDUCATIVA e CULTURAL, várias associações de professores.

As provas e exames passaram a ser BÁSICAS, extremamente elementares.

Agora, até a "insuspeita" Margarida Moreira, quer que as correcções das provas se façam por critérios que elevem" a média" do sucesso a martelo.

Às vezes pasmo com tanta admiração pelo que está a acontecer no ensino em Portugal

Mas então digam-me lá uma coisa:

Sócrates não tirou o "diploma" ao domingo? Das 31 cadeiras que tinha de fazer, não lhe deram equivalência a 26? das 5 que sobraram, 4 não foram dadas pelo mesmo professor Morais, o amiguinho do peito? A outra, Inglês Técnico não foi dada pelo reitor, preso por falsificação de documentos? Já para não falar nos bilhetinhos pessoais em papel timbrado da Secretaria de Estado do Ambiente.


ENTÃO estavam à espera DE QUÊ?

HONESTIDADE? RIGOR? MÉRITO? TRABALHO?

... ora, ora, ... se o exemplo de OPORTUNISMO e de FACILITISMO vem do 1º ministro ...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

PASQUIM DE PROFISSÃO

Este pasquim "O JOGO", estava mortinho para culpar o Ricardo como o grande responsável pela eliminação de Portugal.
Nem uma referência à responsabilidade de Bosingwa e Pepe no primeiro golo, dos centrais no 2º golo e de Paulo Ferreira no primeiro e terceiro golos. Nada disso, a culpa é do Ricardo.
Estavam habituados a serem eles a fazer a selecção por conveniência e interesses. Felizmente Scolari acabou com mais essa promiscuidade.
Fica o ódio e a inveja não apenas ao Ricardo que sentou no banco do sofá o Vítor Baía mas também ao êxito da selecção nestes últimos anos.
Talvez tenham bebido um champanhe com a saída de Scolari. Perguntem à Carolina, que ela sabe.
Como eu os percebo!!!
Ai se a inveja matasse ...

sábado, 14 de junho de 2008

A PRAGA MUNDIAL QUE NINGUÉM QUER VER - A CHINA DO FUTURO

Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões... A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reacção é impressionante. Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas... Com preços que são uma fracção dos praticados aqui. Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares. Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo. Que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares. Comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios...Hora extra? Na China? Esqueça. O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego, que trabalha horas extras sabendo que nada vai receber... Essa é a armadilha chinesa. Que não é uma estratégia comercial, mas de poder.

Os chineses estão a tirar proveito da atitude dos marqueteiros ocidentais, que preferem "terceirizar" a produção e ficar com o que "agrega valor": a marca.Dificilmente você adquire nas grandes redes dos Estados Unidos um produto feito nos Estados Unidos. É tudo "made in China", com rótulo estadunidense. Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares...

Mesmo ao custo do fecho de suas fábricas. É o que chamo de "estratégia preçonhenta". Enquanto os ocidentais "terceirizam" as tácticas e ganham no curto prazo, a China assimila as tácticas para dominar no longo prazo. As grandes potências "mercadológicas" que fiquem com as marcas, o design... Os chineses ficarão com a produção, desmantelando aos poucos os parques industriais ocidentais. Em breve, por exemplo, não haverá mais fábricas de ténis pelo mundo.. Só na China. Que então aumentará seus preços, produzindo um "choque da manufactura", como foi o do petróleo.

E o mundo perceberá que reerguer suas fábricas terá custo proibitivo. Perceberá que tornou-se refém do dragão que ele mesmo alimentou. Dragão que aumentará ainda mais os preços, pois quem manda é ele, que tem fábricas, inventários e empregos... Uma inversão de jogo que terá o Impacto de uma bomba atómica... Chinesa.

Nesse dia, os executivos "preçonhentos" tristemente olharão para os esqueletos de suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando ao berlinde na esquina, para as sucatas de seus parques fabris desmontados. E lembrarão com saudades do tempo em que ganharam dinheiro comprando baratinho dos chineses e vendendo caro a seus conterrâneos... E então, entristecidos, abrirão suas marmitas e almoçarão suas marcas.
Luciano Pires é director de marketing da Dana e profissional de comunicação

quarta-feira, 11 de junho de 2008

IV - PARA QUE SERVE A INVESTIGAÇÃO OPERACIONAL? (4ª Parte)

O assunto morreu,depois de tantas certezas e arrogâncias. "Eles" tencionavam iniciar a Ota, rapidamente, devido aos colossais volumes de terraplanagens. Ainda não havia qualquer projecto de infraestruturas, mas eles queriam iniciar os movimentos de terras (um verdadeiro lombinho para o gang de Macau) cujo projecto é, relativamente fácil ou, se calhar, até nem haveria projecto.
Leia atentamente esta IV parte. Poderá ainda consultar a parte I, parte II e parte II e aqui e aqui.

PARA QUE SERVE A INVESTIGAÇÃO OPERACIONAL? IV Parte

No rescaldo do “incêndio” que mobilizou a opinião pública - o aeroporto da Ota - cabem algumas reflexões finais. Nunca é tarde para se aclarar a verdade, para isso há que recuar no tempo. E o assunto está longe de se tornar irrelevante. Trata-se de dinheiros públicos gastos ao longo de mais de trinta anos. E, pelos vistos, para nada.
Em 1969 foi criado o GNAL (Gabinete do Novo Aeroporto de Lisboa) para apurar a melhor localização para um novo aeroporto em Lisboa. Em 1972 o GNAL publicou o relatório final sobre o estudo para que havia sido criado. Neste estudo, depois de seleccionados 14 locais, foram escolhidas 6 localizações. Sobre estas foi feita uma Análise Comparativa tendo sobressaído Rio Frio como a melhor solução, seguindo-se-lhe Porto Alto, Alcochete, Montijo, Portela e Fonte da Telha.
Em 1978 e 1982 a ANA levantou a hipótese da Ota como sendo uma localização a considerar porque era a mais viável na Margem Norte do Tejo.Era, talvez, uma hipótese para o desenvolvimento da zona Oeste. Uma hipótese errada, porque um aeroporto é para servir uma cidade e não o contrário. Nenhum aeroporto criou uma cidade, mas o contrário é óbvio. É ver-se o caso de Guarulhos, originada pelo novo aeroporto da Cumbica em São Paulo, de Confins em Belo Horizonte, e dos novos aeroportos, muito longe, de Milão e de Atenas. Como curiosidades, remotas, lembramo-nos de Kano na Nigéria (que dava apoio aos aviões de hélice, com pouca autonomia) e do Luso em Angola (hoje Luena) que nem chegou a entrar em funcionamento, para o fim a que era destinado, porque apareceram os modernos jactos.

Em 1998 foram feitos estudos comparativos entre Ota e Rio Frio. A Comissão, nomeada para o efeito, concluiu “ser a localização do NAL na zona da Ota menos desfavorável do que em Rio Frio, por esta apresentar graves condicionantes que podiam pôr em causa a sua sustentabilidade por razões ambientais”. Repare-se na forma capciosa de justificar a decisão: “na zona menos desfavorável”. Para quê entrar-se em comparativos diminutivos?
Em Julho de 1999 o Governo tomou a decisão de seleccionar a zona da Ota para localização do NAL. Esta decisão baseou-se na conclusão de que a localização em Rio Frio constituiria um sério risco de provocar “danos não minimizáveis,irreversíveis e não compensáveis”. Que danos serão, sabendo-se que hoje em Rio Frio avultam pequenas quintas quase todas com os 2 F´s, os maiores inimigos dos aquíferos: furos e fossas. E que está muito próximo de Poceirão, uma das localidades onde vai passar o futuro TGV.
Por que se não apontam os tais danos? Por que se salientam, sempre, os danos ambientais( sem se especificarem) quando se tomam decisões voluntariosas, numa terra em que são clamorosos os atentados à Natureza? Por que é que é sempre posto em primeiro lugar, quando se querem impor soluções de cima para baixo, o Relatório de Impacto Ambiental, não levando em conta os critérios técnicos e de custos ? No estudo de um aeroporto os principais critérios, indiscutíveis, são a segurança de voo, a meteorologia e os custos e não os tais danos não minimizáveis, irreversíveis e não compensáveis. Quais são, gostaríamos de saber.

Comparando os dois locais, Ota e Rio Frio, salta logo à vista, até para um leigo, os enormes factores negativos da Ota: orografia com as obstruções Monte Redondo (212m), Montejunto (666m) e, mais longe, Candeeiros (615 m) que põem em grande risco a segurança de voo. Rio Frio está em uma área plana. Na Ota a hidrologia é desfavorável: 2 rios de 5ª ordem (Ota e Alenquer) e 3 ribeiras de 3ª ordem (Alvarinho, Camarnal e Archinho. No relatório do LNEC é encarada a hipótese do desvio das águas da ribeira de Alvarinho através de uma barragem a montante da área escolhida. Todo este sistema fluvial concentra-se em um único ponto a jusante, um perigoso factor de convergência de águas de cheias. O sistema fluvial de Rio Frio desenvolve-se em área plana ou levemente ondulada.

Clique na figura para a aumentar

O estudo feito pelo LNEC, quase por imposição da CIP, acabou por repor tardiamente, a verdade gritante entre as duas opções. A localização saída do último estudo, eufemisticamente denominada de Alcochete, está encostada a Rio Frio, o melhor local apontado pelo longínquo relatório do GNAL em 1972. Afinal este estudo estava correcto e já preconizava uma construção faseada de acordo com a evolução da aviação. Dir-se-ia que até adivinhavam a futura passagem do TGV.É bom vincar que a actual localização compreende 1 800 ha para as pistas e mais 7 929 ha para possíveis ampliações. Era impossível, na Ota, dispor-se desta ultima área, só se dispunham de 1600 ha conseguidos com colossais movimentos de terras.

Insistimos, era de bom alvitre que se tivesse reactivado o antigo estudo de 1972, ampliando-o e considerando até a opção Ota, mais como tira-teimas. Sobre este estudo far-se-ia uma Análise Multiobjectivos e Multicritérios com base nos modernos programas de Investigação Operacional . Todos os estudos, de acordo com os diversos critérios, seriam feitos por um cluster(cacho) de universidades. Obter-se ia um enorme potencial científico, dentro da área da nova Ciência da Decisão. Este trabalho dotaria o país de tecnologia exportável para outros países e para outras áreas das actividades humanas. Era um verdadeiro Choque Tecnológico.
Tem aqui cabimento realçar o trabalho de todos os que colaboraram na elaboração do Estudo da Localização do Novo Aeroporto de Lisboa-Gabinete do Novo Aeroporto de Lisboa, 1972. A escolha estava correcta, é o melhor local.

A opinião pública conseguiu suster as terraplanagens na Ota, uma verdadeira mina de ouro para os empreiteiros e correlatos. Foi “in extremis”, porque com os aumentos galopantes do petróleo, estaríamos hoje no limiar de um medonho desastre técnico, financeiro e ambiental.
Perdeu-se tempo em tergiversações que tiveram como sub-produtos os relatórios e mais relatórios, as reuniões, os debates na TV, as discussões e, principalmente, as malversações dos dinheiros públicos. É devido a estas últimas, infelizmente existentes em muitas outras decisões, que o salário mínimo em Portugal continua, e continuará, muito abaixo dos padrões europeus.

Luiz Teixeira
engenheiro civil
Maio2008

Rectificação: Na terceira parte destes artigos, em referência ao Canal do Panamá, mencionámos o Oceano Índico ao invés de Oceano Pacífico. As nossas desculpas.

(a importância do tema e o rigor de análise, leva-me a agradecer uma vez mais ao Sr. Eng Luiz Teixeira esta prestimosa colaboração)

terça-feira, 10 de junho de 2008

PEPETELA - UM DOS INTERROGADORES DA DISA

Chamo-me Rui Tukayana.

Tenho 30 anos e nasci em Angola, quando esta já era uma nação livre e independente. Do meu pai herdei o meu primeiro nome próprio: Rui. Ele chamava-se Rui Coelho. Fruto do que aconteceu, faz hoje 31 anos, a minha mãe escolheu o meu segundo nome próprio: Tukayana.
Esta é uma palavra em Kimbundo, um dialecto angolano, que quer dizer "venceremos". Chamo-me, portanto, Rui Venceremos.

A 27 de Maio de 77, ainda eu não tinha nascido, Luanda acorda ao som de tiros. A população estava nas ruas e havia uma marcha em direcção ao palácio presidencial. Hoje em dia a opinião geral é que se tratava de uma tentativa de golpe de estado liderada por dois homens: Nito Alves e José Van Dunen.
O meu pai era muito próximo de Nito Alves. Enquanto ele (o Nito Alves) foi Ministro da Administração Interna, o meu pai foi o seu chefe de gabinete. A tentativa de golpe, se é que a houve, correu mal e a rebelião foi esmagada. Agostinho Neto, o presidente angolano na altura, disse qualquer coisa como "não perderemos tempo com julgamentos". E assim foi. Logo na noite de 27 de Maio a DISA, a polícia politica, começou as buscas às casas. O meu pai não estava em Angola nesse dia. Estava noutro país ao serviço do Governo. Chegou apenas um dia depois (a 28) e não dormiu em casa. Não era seguro. No dia seguinte, 29 de Maio, ele e a minha mãe (grávida de 7 meses) foram presos. À entrada da prisão foram separados. Nunca mais se viram.
A minha mãe, talvez por estar grávida, foi solta pouco depois. O meu pai não teve a mesma sorte. Foi espancado, torturado e, perante um tribunal, obrigado a confessar crimes. "Não perderemos tempo com julgamentos". Esta espécie de tribunal, ficou conhecida como a Comissão das Lágrimas.

Um dos interrogadores era o Pepetela, um (actualmente) conhecidíssimo escritor angolano.
Após o julgamento a TV angolana ainda mostrou o meu pai (Rui Coelho) como um troféu da DISA e do MPLA. Depois fuzilaram-no. No meio de tudo isto, eu ainda tive alguma sorte. Primeiro, porque sobrevivi. Segundo, porque a minha mãe sobreviveu. Terceiro, porque depois de dias à porta de um ministro, a minha mãe conseguiu obter uma certidão de óbito. Ainda hoje não sabemos onde estão os seus restos, se numa vala comum, se no meio da selva, mas mesmo assim lá se fez uma espécie de luto.
Depois do dia 27 de Maio de 1977, seguiram-se dois anos de terror, repressão, prisões e execuções. Acredita-se que, como o meu pai, outras 30 mil pessoas desapareceram. 30 mil mortos. 30 mil pessoas que, talvez por não terem sido mostradas como troféus na TV, as respectivas famílias ainda não receberam uma certidão de óbito, ou não se sabe onde estão os restos mortais. Lembro que Pinochet "apenas" é responsável pelo desaparecimento de 3 mil e é um monstro aos olhos de todo o mundo civilizado.
Rui Coelho -------->

É evidente que nem todos os que foram presos, foram mortos. Os sobreviventes, nós, criámos uma associação. A ideia é que ninguém esqueça o que se passou e que um dia se faça justiça e as vítimas sejam homenageadas de alguma forma. Recuperar e identificar os restos mortais parece-me mais difícil, mas quem sabe?

É este o dia, 27 de Maio, que escolhi para fazer o luto ao meu pai. Não sei quando morreu. Sei apenas que tinha 25 anos quando foi morto, menos cinco do que a minha idade actual. Dizem-me que soube que teve um filho (nasci em Agosto). Um rapaz. Quero acreditar que sim. Todos os anos, neste dia, lhe digo a mesma coisa: Rui, Tukayana.

Pai, venceremos.
Venceremos.

domingo, 8 de junho de 2008

JOGO ANTI-STRESS

É professor? Vai entrar em avaliações?
Tem algum aluno em risco de chumbar? É contra o facilitismo?
Então não entre em stress. Distraia-se e jogue!
Não entre em "parafuso"

Aguarde um pouco ... deixe "carregar" o jogo.


quinta-feira, 5 de junho de 2008

O PORTUGAL QUE MERECEMOS!!!!

É por sermos mesmo assim, que a coisa está como está!!!!