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Fig 4 Uma vista geral da subida da Leba: é notória a grandiosidade da estrada e da paisagem..
8.-Os recursos naturais estavam bem preservados, em muitos aspectos até demais. Nos diamantes exagerou-se em não querer mexer, mas isto é outra conversa abordada em ensaios anteriores. Por exemplo no aspecto florestal Angola estava bem encaminhada, tudo estava regulamentado, não havia lugar para depredações, como sucede actual e infelizmente. Era um a estabilização do deserto no sudoeste do país. A conservação do solo era uma realidade, era uma preocupação quotidiana dos respectivos orgãos oficiais.
9.- Parques naturais-A colonização portuguesa protegeu 64 650 km2 de parques nacionais, 93 450 km2 de reservas naturais e 18 050 km2 de reservas florestais. Estes parques, reservas naturais e florestais estavam perfeitamente definidos e eficientemente policiados. Todas as cidades eram rodeadas de perímetros florestais destinados a cortar ventos e secar pântanos, além de proporcionarem remanejamento de massa seca para lenhas.
O maior consumo energético era feito pelos africanos através da lenha. Isto iria acarretar, à medida que as cidades crescessem, uma rarefação do combustível doméstico dos africanos. Planeava-se o fabrico em Angola de fogões “Primus” e candeiros tipo “Petromax” para evitar o desbaste da flora natural.
Contavam-se por milhares as palancas pretas (únicos exemplares no Mundo) no Parque do Luando. Havia grandes mamíferos (elefantes, rinos, hipopótamos e pacaças (búfalos) a 50 km de Luanda. Os rios de Angola estavam povoados de crocodilos e hipopótamos.
10.-Uma frota pesqueira, constituida por milhares de pequenos pescadores, que contribuía para a preponderância de Angola nas exportações de pescado. A industria de enlatados de peixe era uma bela realidade. Como já era realidade o peixe congelado. A farinha de peixe era um dos maiores produtos de exportação. O peixe seco e o de meia-cura foram um notável contributo para a alimentação dos angolanos. Além das proteínas, o peixe do mar (ombisse) reduziu o bócio para níveis insignificantes, devido à presença de iodo. Infelizmente nesta área poderia ter-se feito mais se tivesse havido crédito bonificado. Lisboa nunca quis que em Angola se instalasse uma postura atlântica, virada para o mar, é sintomático que, no século 20, só tenha surgido uma única cidade litorânea o Lobito. Portugal, um pioneiro na navegação de longo curso, e depositário de uma cultura marítima mundial, não deixou qualquer escola de ciência dos mares em Angola. Nem sequer uma mentalidade atlântica.A pesca desenvolveu-se por particulares.A orla marítima esteve, sempre, abandonada pelos governantes de Lisboa.
8.-Os recursos naturais estavam bem preservados, em muitos aspectos até demais. Nos diamantes exagerou-se em não querer mexer, mas isto é outra conversa abordada em ensaios anteriores. Por exemplo no aspecto florestal Angola estava bem encaminhada, tudo estava regulamentado, não havia lugar para depredações, como sucede actual e infelizmente. Era um a estabilização do deserto no sudoeste do país. A conservação do solo era uma realidade, era uma preocupação quotidiana dos respectivos orgãos oficiais.
9.- Parques naturais-A colonização portuguesa protegeu 64 650 km2 de parques nacionais, 93 450 km2 de reservas naturais e 18 050 km2 de reservas florestais. Estes parques, reservas naturais e florestais estavam perfeitamente definidos e eficientemente policiados. Todas as cidades eram rodeadas de perímetros florestais destinados a cortar ventos e secar pântanos, além de proporcionarem remanejamento de massa seca para lenhas.
O maior consumo energético era feito pelos africanos através da lenha. Isto iria acarretar, à medida que as cidades crescessem, uma rarefação do combustível doméstico dos africanos. Planeava-se o fabrico em Angola de fogões “Primus” e candeiros tipo “Petromax” para evitar o desbaste da flora natural.
Contavam-se por milhares as palancas pretas (únicos exemplares no Mundo) no Parque do Luando. Havia grandes mamíferos (elefantes, rinos, hipopótamos e pacaças (búfalos) a 50 km de Luanda. Os rios de Angola estavam povoados de crocodilos e hipopótamos.
10.-Uma frota pesqueira, constituida por milhares de pequenos pescadores, que contribuía para a preponderância de Angola nas exportações de pescado. A industria de enlatados de peixe era uma bela realidade. Como já era realidade o peixe congelado. A farinha de peixe era um dos maiores produtos de exportação. O peixe seco e o de meia-cura foram um notável contributo para a alimentação dos angolanos. Além das proteínas, o peixe do mar (ombisse) reduziu o bócio para níveis insignificantes, devido à presença de iodo. Infelizmente nesta área poderia ter-se feito mais se tivesse havido crédito bonificado. Lisboa nunca quis que em Angola se instalasse uma postura atlântica, virada para o mar, é sintomático que, no século 20, só tenha surgido uma única cidade litorânea o Lobito. Portugal, um pioneiro na navegação de longo curso, e depositário de uma cultura marítima mundial, não deixou qualquer escola de ciência dos mares em Angola. Nem sequer uma mentalidade atlântica.A pesca desenvolveu-se por particulares.A orla marítima esteve, sempre, abandonada pelos governantes de Lisboa.
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11 -Um cadastro de terras organizado e uma cartografia excelente. A carta aerofotogramétrica, na escala 1/100 000 e constituída por 484 folhas, era um dos bons instrumentos para o desenvolvimento do país. Em geodesia Angola estava toda triangulada. Estava montado um cadastro que, facilmente, ajudaria a uma distribuição de terras pelos camponeses. A propósito, repetimos, quando é que os angolanos terão direitos a serem donos “jure et facto” (de direito e de facto) das suas terras?
12.-Ética nas actividades comerciais e no dia a dia das populações. Quase toda a gente, apesar dos salários serem baixos, saldava os seus débitos. A taxa de letras protestadas era menor do que 5%.
13.-Meteorologia eficiente, cobrindo todo o país, com dados completos de 20 anos, ou mais (até 1973) , em todas as capitais de distrito. Se as observações não tivessem sido abandonadas hoje Angola disporia de dados meteorológicos fiáveis, com mais de 30 anos, uma ferramenta imprescíndivel em hidrologia. Com dados de 30 anos é possível obterem-se equações de chuvas, por exemplo. Mas, ainda hoje, os dados daquele tempo, absolutamente confiáveis, são de uma evidente utilidade. A partir de 1961 foi estabelecida uma rede de hidrometria; em 1974 já se dispunha de valiosos dados sobre os caudais dos rios.
14.- Laços familiares. Apesar das actuações menos felizes (os famigerados contratos) que caracterizaram o colonialismo, ainda se mantinham as bases e raízes africanas. O “quimbo” era o último refugio de um sèculo (ancião), era a sua “segurança social”.
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15.-Farmácias eficientes e sérias. Os medicamentos fornecidos pelo estado eram gratuitos, genéricos e absolutamente confiáveis. Como confiáveis eram a alimentação e a água, em qualquer parte de Angola. Luanda tinha a melhor água dentre as cidades da África ocidental. A água em garrafas não fazia parte do quotidiano luandense, bebia-se, com confiança, água da torneira. Que o povo chamava de “UísqueDucano”.
16.-Parques industriais interessantes e numa explosiva expansão.Angola fabricava quase todos os artigos que eram consumidos pela sua população, como por exemplo tijolos, telhas, cobertores (cambriquites), tecidos, sapatos, pneus, fósforos, óleos comestíveis, farinhas, tubos, bicicletas etc. Nos últimos anos a taxa de crescimento industrial chegou a atingir 22% ao ano. Eram indústrias, mesmo, e não artigos industriais vindos em contentores, às vezes de países distantes, onde se pratica ainda uma semi-escravatura apoiada em degredados. Em 1944 a Lupral em Benguela já fabricava tubos para saneamento, chapas de aço, e diversos artigos de serralharia (pregos, parafusos, fechaduras etc.). Eram indústrias dirigidas por engenheiros que se preocupavam com a produção.
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