O primeiro-ministro, ex-ministro do ambiente, e também "ex-injinheiro" José Sócrates, projectou uma casa, enquanto exerceu funções privadas de projectista de edifícios, na década de 80, por cima de um curral de vacas «sem drenagem de esgotos», segundo criticou a arquitecta que apreciou o projecto.
No ano anterior, a mesma arquitecta atacou o «pouco cuidado» os projectos do primeiro-ministro: «Julgo de deferir o projecto, devendo no entanto chamar-se a atenção do técnico autor para o pouco cuidado manifestado na elaboração do mesmo».
Um dos projectos consultados pelo jornal Público diz respeito a uma habitação na aldeia de Rapoula projectada, em 1983, em cima de uma «loja de vacas».
A arquitecta, Maria José Abrunhosa, já falecida critica o projecto do primeiro-ministro e explica porquê: «A habitação projectada sobre a palheira existente apresenta as divisões anti-regulamentares, bem como janelas e beirados para terrenos particulares, além de, por se tratar de um prédio muito estreito, resultar esteticamente feio».
O parecer aponta mais erros: «Também não pode sanitariamente aceitar-se uma habitação sobre uma loja de vacas, sem drenagem de esgotos (...)». Segundo o jornal, a licença da casa nunca terá sido emitida, mas acabou por ser construída em cima do curral, com o aval de Sócrates.
O parecer aponta mais erros: «Também não pode sanitariamente aceitar-se uma habitação sobre uma loja de vacas, sem drenagem de esgotos (...)». Segundo o jornal, a licença da casa nunca terá sido emitida, mas acabou por ser construída em cima do curral, com o aval de Sócrates.
Projectos com «pouco cuidado»
No ano anterior, a mesma arquitecta atacou o «pouco cuidado» os projectos do primeiro-ministro: «Julgo de deferir o projecto, devendo no entanto chamar-se a atenção do técnico autor para o pouco cuidado manifestado na elaboração do mesmo».
«Todas as peças têm de ser assinadas pelo autor do projecto. Não se aceitam rabiscos que não são nada em folhas de responsabilidade», lê-se numa informação de 1985, relativa a um projecto seu.
Novamente, em 1983, Sócrates autorizou a construção de uma moradia em terrenos agrícolas e fora do perímetro urbano, junto ao Mondego, em Porto da Carne. O projecto, da autoria de Sócrates, que viria a ser ministro do Ambiente, foi aprovado pela câmara contra os pareceres dos seus serviços e ainda dos ministérios da Agricultura e das Obras Públicas - estes últimos vinculativos.
O director regional de Coimbra dos serviços de Planeamento Urbanístico (Ministério das Obras Públicas) escreveu várias vezes a Abílio Curto a exigir o embargo e demolição da casa, mas a câmara nada fez.
Pelo contrário, três anos depois aprovou uma ampliação da moradia com 168 m2.
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