BEM-VINDOS A ESTE ESPAÇO

Bem-Vindos a este espaço onde a temática é variada, onde a imaginação borbulha entre o escárnio e mal dizer e o politicamente correcto. Uma verdadeira sopa de letras de A a Z num país sem futuro, pobre, paupérrimo, ... de ideias, de políticas, de educação, valores e de princípios. Um país cada vez mais adiado, um país "socretino" que tem o seu centro geodésico no ministério da educação, no cimo do qual, temos um marco trignométrico que confundindo as coordenadas geodésicas de Portugal, pensa-se o centro do mundo e a salvação da pátria.
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terça-feira, 17 de julho de 2007

ÚLTIMO JAPONÊS MORRE EM 2800, ÚLTIMO PORTUGUÊS NÃO SE SABE

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As portuguesas têm em média 1,36 filhos, mínimo histórico. As japonesas 1,32.
Para o país asiático, as contas estão feitas: o último habitante morrerá em 2800, calculou o Yomiuri, jornal para levar muito a sério, com 130 anos de história e dez milhões de exemplares cada manhã. Para Portugal, falta um demógrafo fazer o exercício, mas o resultado só pode ser igualmente assustador: um dia não haverá ninguém. Não vale a pena entrar já em pânico. Tal como os japoneses, ainda temos séculos para inverter a tendência. E se a primeira solução é óbvia (pelo menos dois filhos por mulher), a segunda passa pela importação de gente. De imigrantes. É o que está a ser feito por todo o mundo rico, com diferentes níveis de imaginação.
O Japão, por exemplo, tenta atrair os nissei, brasileiros de origem nipónica. Portugal recebeu africanos, depois brasileiros e ucranianos. A Alemanha em tempos foi buscar turcos. A Grã-Bretanha, sobretudo indianos e paquistaneses. E a França, que se destaca pela tradição de acolhimento (até tem um presidente de apelido húngaro), virou-se para as antigas colónias árabes, esgotado que está o filão português, espanhol e italiano.
Há lições a aprender com a experiência da França. Está por fim a inverter-se o declínio demográfico, pois cada mulher tem já em média mais de 2,1 filhos. Resultado admirável, pois na UE só três países atingem o patamar que renova as gerações.
A este ritmo, arrisca-se em 2050 a ultrapassar uma Alemanha a minguar e a ter o povo mais numeroso da Europa ocidental - como acontecia até aos tempos de Napoleão. E é graças à fertilidade das comunidades imigrantes que cresce. Por isso, cada vez mais franceses respondem por nomes como Sarkozy, Zidane ou Garcia (é o n13.º apelido mais comum, agradeçam a espanhóis e portugueses).
Tal como os franceses, o caminho mais seguro para os portugueses se salvarem da extinção (e, mais urgente, garantirem descontos para a Segurança Social) é somarem as soluções: mais filhos, sim, mas também imigrantes. Só que integrar pessoas de cultura diferente desafia qualquer país. Uma parte da opinião pública sente-se incomodada. E os discursos xenófobos tendem a aparecer, mesmo que envergonhados.
Mas para lidar com o inevitável existem já dois modelos: a assimilação à francesa e o multiculturalismo britânico. Basta escolher. Ou então inventar um terceiro, com a experiência de 500 anos de mistura de sangues no Brasil, África e Índia.
Quem achar que os imigrantes não são solução pode sempre imitar uma boa ideia recente do espanhol Zapatero e acreditar que basta oferecer 2500 euros por criança para que as mulheres dupliquem de um dia para o outro o número de filhos. Mas, se fosse só uma questão de dinheiro, o Japão nunca teria de se preocupar com 2800.
Leonídio Paulo Ferreira

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